Dia De São Valentim

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Melissa

Almoçamos bem cedo, por volta de 11h da manhã e depois ficamos sentados na sala tomando um vinho, esperando a chuva passar.

- Quem vem pra praia na chuva? – perguntei.

- Vai passar, o clima vai melhorar. – completou o Finn – Vai ter um evento do dia dos namorados na praia.

- Se a chuva deixar né? – falei.

- Deixa de ser chata. – reclamou ele.

- Então Robin... – a Ana mudou o foco – O que está achando de Londres?

- Tô amando, amo o sotaque britânico é tão charmoso. – respondeu ela.

- O que você fazia em Nova Iorque? – perguntei.

- Eu trabalhava na GAP e estudava, e consegui vir pra Londres. – respondeu – E o Brasil? Fiquei sabendo que é muito bonito, Rio de Janeiro.

- Eu nunca fui no Rio. – respondi sorrindo.

- O Rio de Janeiro é muito bonito, mas nós morávamos em outra cidade.

O Finn recebeu um telefonema, pediu licença e saiu da sala deixando que nós ficássemos sozinhas e então pude perceber que a Robin estava muito tensa.

- Algum problema Robin? Você parece nervosa. – perguntei – Se você estiver aqui sequestrada, pisca duas vezes. – ela riu.

- Faz mais ou menos dois meses que estou saindo com o Finn e eu realmente gosto dele. – respondeu ela.

- E você ta triste com isso? Relaxa, ele é um cara legal. – falei sorrindo.

- Talvez... – murmurou a Ana, olhei pra ela em repreensão – Que? Eu não conheço ele tão bem pra dizer se ele é legal.

- Não... Ele é legal sim, gentil e verdadeiro cavalheiro e romântico. – respondeu a Robin.

- Viu amor, ele é um cara legal. – falei pra Ana.

- Ainda não me convenceu. – disse ela e saiu da sala, me deixando sozinha com a Robin.

- Mas qual o problema Robin? – perguntei segurando sua mão e estava fria, ela tomou um gole longo de vinho antes de começar a falar.

- A ultima vez que contei isso pra alguém sofri bastante, mas quando vi você e a Ana juntas eu lembrei o que quero na vida, eu quero o que vocês tem e eu sendo o que sou, jamais terei.

Essa mulher tava realmente começando a me assustar, mas a minha curiosidade falava mais alto e enquanto eu ficava ouvindo ela falar, ficava imaginando mil teorias na minha cabeça.

- Ai meu Deus, fala logo, se não vou morrer de curiosidade. – falei.

- É que... Por muitos anos da minha vida eu tinha um corpo que não me pertencia... – ela respondeu pausadamente, eu acho que sabia o que aquilo queria dizer, mas na verdade eu estava um pouco confusa.

A Robin é uma mulher linda, olhos verdes, cabelos negros e escorridos, pele branca e lábios bem desenhados eu não via nenhum erro em seu corpo ou algo que ela não pudesse gostar, exceto...

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