capítulo 11

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          Jake sentiu um turbilhão de emoções ao reconhecer a figura de sua tia, Marrie, emergindo das sombras daquele lugar desolado. Apesar dos sinais visíveis de sua provação, sua presença irradiava uma aura de resiliência e determinação, como um farol de esperança em meio à escuridão que os envolvia. O abraço entre os dois foi um instante fugaz de conforto e reencontro, um breve intervalo de alívio em meio ao caos que os cercava.

Entre lágrimas e sorrisos, Jake e Marrie compartilharam um momento de comunhão silenciosa, uma troca de olhares que transmitia mais do que palavras poderiam expressar. No entanto, a urgência do momento logo os trouxe de volta à realidade implacável que os aguardava. Jake ansiava por respostas, por entender como Marrie havia sobrevivido ao ataque brutal do monstro, e, mais importante ainda, pelo paradeiro de sua mãe.

A explicação de Marrie sobre sua sobrevivência e a verdadeira natureza de Jake foi entregue com seriedade e precisão, como um sábio professor revelando os segredos antigos de um mundo oculto. Ela descreveu como, dentro das entranhas da besta que a devorava, ela havia encontrado não apenas o seu próprio destino, mas também o coração do monstro, vulnerável e exposto. Com a coragem de um guerreiro, ela empunhou sua espada e cravou-a no centro da criatura, pondo fim à sua ameaça mortal.

A revelação da dualidade de Jake, sua natureza como um ser meio anjo, meio demônio, trouxe consigo uma nova camada de complexidade e incerteza à sua existência. Ele lutava para assimilar a ideia de sua própria essência, confrontando a realidade de que ele era mais do que um simples humano, destinado a um destino marcado por forças além de sua compreensão.
O diálogo entre tia e sobrinho foi permeado por uma mistura de emoções profundas, desde a alegria do reencontro até a sombra da incerteza que pairava sobre o futuro. Marrie, com sua sabedoria e serenidade, tentou transmitir a Jake a importância de sua própria sobrevivência e autonomia, ainda que ele relutasse em aceitar a ideia de enfrentar o mundo sem o apoio de sua família.
Jake — Eu... Eu pensei que a senhora estivesse morta. E minha mãe? Onde ela está?
Marrie — Ainda não tenho informações sobre ela, Jake. Mas prometo que a encontraremos.
Jake — E minha barriga? Como estou vivo, Marrie? Deveria ter sucumbido com esse buraco. Por que ainda estou aqui?
Marrie — Jake, você é uma entidade híbrida, parte anjo, parte demônio. É compreensível que tenha resistido a isso. Há muito a descobrir sobre si mesmo, Jake. É possível que, a qualquer momento, fiquemos sem mim ou sua mãe. Mas você tem capacidade para sobreviver sozinho. Estou aqui por enquanto, farei tudo o que estiver ao meu alcance por você.
Jake — Sim... Tenho que aprender a me proteger. Mas não permitirei que você ou minha mãe enfrentem tal destino.
Marrie — Compreendo sua determinação, Jake. Entretanto, em caso de perigo, priorize sua própria segurança, compreende?
Jake — Não entendi essa parte completamente. Mas entendi a essência de seu conselho.
Jake faz um gesto de desagrado, expressando sua rebeldia. Marrie suspira e continua:
Marrie — De qualquer forma, há muito que devo lhe revelar. Vista-se e aguarde-me lá fora.
Jake — Mas onde estamos, afinal?
Marrie — Explicarei mais tarde. Agora, vista-se.
Jake encontra ao lado da cama uma vestimenta peculiar. Intrigado, veste-a. Era composta por uma calça preta e rasgada, uma camisa vermelha e um sobretudo preto, que, aos seus olhos, exalava uma elegância sombria. Jake se sente animado com a indumentária, apreciando sua estética.

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