batidinha x espanhola

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Ana

- Uma lanchonete?

- Eu pensei em te levar em um lugar chique, mas imaginei que você iria preferir um bom e velho hambúrguer não saudável, mas.

- Não - o interrompo antes dele completar a frase - aqui é perfeito.

Ele desce do carro, o contorna e abre a porta para mim, fecha a porta, liga o alarme e então vamos até a lanchonete. Ao entrar, percebemos que o lugar está lotado, procuro uma mesa com os olhos e encontro uma perto da janela.

- Ali vem - seguro sua mão, mostrando o caminho até a mesa.

Não demorou muito e uma garçonete apareceu.

- Boa noite, o que gostariam?

Olho o cardápio observando as opções de hambúrguer que havia, era bastante, fiquei na dúvida de qual escolher.

- Me vê um X salada, por favor - Andrew, pelo visto já saberia desde o começo qual iria escolher.

- Claro, e a moça?

- Bom, quero um x-Bacon, um x-hambúrguer e um refrigerante, por favor.

- O senhor gostaria de algo para beber?

- Não, obrigado.

- Magina, volto já.

- Não quer beber nada? - - Ele deve estar sem saber o que pegar, já está em um lugar que não costuma frequentar. Você poderia pedir uma batidinha de maracujá, recomendo muito, ou uma espanhola.

- Acho que vou experimentar os dois, me acompanha?

- É claro.

Estou com vergonha, não sei exatamente qual assunto puxar, embora sendo um amigo de infância, é o momento em que esperei minha vida toda, planejei e imaginei várias e várias vezes e agora não faço ideia do que deveria fazer, meus roteiros fracassaram.

- Eu não vou te morder - volto ao mundo real ao ouvir sua voz que me deixa envergonhada, ele notou meus pensamentos.

- Droga - sussurro o mais baixo possível.

- Estava pensando em planejar uma viagem.

- Como assim? Para onde quer ir?

- Lembra que falamos sobre lugares calmos? Brasil tem vários lugares bonitos que queria conhecer, claro isso é mais para frente.

- Lá parece ser lindo, não é uma péssima ideia, mas aí você vai ficar longe da gente - comento chateada.

- Na verdade, eu não penso em ir sozinho, mas tudo depende.

- Do quê?

- Aqui está - garçonete entrega nossos pedidos.

- Obrigado - ele agradece.

- Poderia trazer uma batida de maracujá e uma espanhola? - pedi no lugar de Andrew.

- Claro, já trago tá bom?

- Obrigada. — ela se vira, indo em direção à cozinha.

Pego meu lanche que me deixa com água na boca, sem pensar duas vezes, eu começo a comer.

- Não usam garfo e faca? - a, esqueci do riquinho.

- Existe garfo para hambúrguer? - faço uma piada - não se preocupe, eu vou te ensinar a vida de um pobre.

- Desculpe, não sou acostumado a vir em lanchonete, mas aqui parece ser ótimo.- - Não deixo de notar que ele está mais tenso que eu, não estou colaborando muito, seguro a mão dele em cima da mesa.

- Está tudo bem, parece ser sincera, estou adorando, nunca te vi se esforçando tanto por alguém, você é lindo e fofo, relaxa, tá bom? Seja você mesmo.

- Achei que iria te perder por causa daquele acidente, eu posso correr o risco de te decepcionar mais uma vez, eu quero você do meu lado, eu quero te apoiar em tudo que você precisar.

Isso é uma declaração? Não, não é, mas é fofo, minhas borboletas estão loucas no meu estômago, será que estou fantasiando mais uma vez? Ou será real, será que estou em coma ainda? Será mais uma mentira dele? Eu não posso me entregar tão fácil, após todas as coisas que aconteceram, eu não posso me permitir me magoar mais uma vez e ele é bom em me magoar. Na verdade, eu, que tenho expectativas de mais em um ser humano, vou ser forte.

- Você nunca vai me perder, nunca - merda, falhei.

- Então, você ainda me ama? - fiquei em choque, meu coração dispara e minhas mãos tremem.

- Com licença, aqui estão as bebidas.

- Obrigada - salva por uma garçonete—Vai experimenta a espanhola.

Ele bebe um pingo da taça para um momento, como se estivesse analisando um vinho.

- Nossa, é ótimo - ele bebe mais um pouco agora como um gole de cerveja.

- Eu não falei? - pego a batidinha de maracujá e começo a tomar um pouco. - Aqui experimenta.

Ele pega a batida e toma um gole, ninguém resiste, o maracujá, é impossível.

- Esse é melhor, troca comigo.

- Mas nem pensar - dou risada.

- Então só mais um pouco - ele bebe mais um pouco da minha taça e aproveito para tomar um pouco da espanhola.

Enquanto conversávamos, o álcool subia cada vez mais, o que fazia a tensão abaixar. Conversamos como há tempo não fazíamos, gostaria que essa noite não acabasse, nunca, queria ele aqui comigo.

- Vou ao banheiro - quando me levantei, meu corpo desequilibrou, eme me segura enquanto dá risada.

- Você está bem?

- Engraçadinho. - Dou risada e me recompondo, vou até o banheiro, tranco a porta, levanto o vestido, abaixo a calcinha, enquanto uso a privada. Minha cabeça tem uma leve tontura, acho que bebi demais, o tempo está passando, será que ele vai tomar alguma atitude? Me limpo e arrumo minha roupa, lavo minhas mãos e saí do banheiro.

- Vamos ir?

- Mas já quer voltar para casa? - pergunto chateada.

- Não vamos para casa, vamos para uma praça aqui perto, topa?

- É perfeito.

Lábios de melOnde histórias criam vida. Descubra agora