Capítulo 39

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Ainda sentindo minhas pernas bambas, tento vestir meu short, já que a calcinha Henry rasgou com seu dente, o mesmo está sentado sobre a cama avaliando cada passo meu sem nenhuma preocupação.

__Vai conseguir andar, amor?.- Debocha vendo o quanto me deixou fraca, eu apenas lhe mando o dedo do meio.
__vamos logo embora.- Digo após terminar de me vestir. Ao saímos do quarto formos até a sala onde eu vejo os capangas de Nicolas caído no chão, e o mesmo no chão com uma de suas mãos algemada na grade de um portãozinho que fica na sala.
__Cadê minha filha?.- a palavra filha sai tão naturalmente de minha boca.
__Ela está bem, meu pessoal já deve ter levado ela para casa.- Henry me tranquiliza, olho para o relógio que está marcando quatro minutos.
__Não sei te dou uma morte rápida ou deixo você morrer com o fogo quando esse lugar explodir.- Henry diz sacando sua arma e apontando para Nicolas que nos olha debochado fazendo Henry dar dois tiro em sua perna, me assusto com o barulho, e seguro no braço do Henry.
__Posso falar com ele a sós por um minuto?.- Peço.
__Não vou te deixar sozinha com ele, deixe eu acabar logo com isso e vamos embora.- Diz.
__Por favor, Henry, me entregue a arma e a chave da algema.- Henry me olha como se eu fosse uma louca.
__Você não vai soltar ele né? Depois de tudo que ele te fez?.- Questiona.
__Só confia em mim, amor, me entregue as chaves e arma e me espere lá fora.- Ele me olha receoso.
__Como dizem, a peça mais importante do tabuleiro é a Dama, então obedecerei minha dama.- Ele me entrega as chaves e a arma e vai para fora do galpão.
__Me mate logo e acabe com isso.- Escuto Nicolas falar.
__E me tornar um mostro como você? Não sujarei minhas mão com seu sangue.- Digo.
__Então por que ainda está aqui sabendo que em poucos minutos essa casa vai explodir?.- Pergunta.
__Eu quero saber o motivo de você ter feito tudo que fez comigo, eu era apenas uma adolescente quando você abusou de mim, Nicolas.- Digo olhando no fundo dos seus olhos.
__E eu era apenas uma criança quando vi seu pai matar minha mãe.!- suas palavras me pega de surpresa.
__Meu pai..?- Eu nunca sequer conheci meu pai.!
__Sim, seu pai, não só isso, como roubou algo de muita importância para minha família, eu prometi me vingar, então usei você para atingir seu pai, mas sabe o que é mais engraçado?.- o mesmo rir sem emoção.
__Ele não se importou com você.- Suas palavras são como um tiro em meu peito, meu próprio pai sabia tudo que Nicolas estava fazendo comigo e nem sequer moveu um dedo para me ajudar.? Tudo que eu passei foi por alguém que nem sequer nunca ligou para mim?.
__Você não tinha o direito de ter feito tudo que fez comigo, eu sinto muito pelo o que aconteceu com sua mãe, mas a culpa não foi minha.- Digo.
__Mesmo que não acredite, quando nos conhecemos eu me apaixonei por você, eu juro que tentei deixar de lado todo minha vingança, mas eu não conseguir.
__Eu não acredito em você, sei que amou me ver sofrer.
__São águas passadas, baby, temos uma filha agora e isso é o que importa para mim, mesmo que não acredite em nada do que eu diga, eu nunca faria mal algum a nossa filha.- Jogo as chaves em cima dele.
__Se conseguir sair dessa vivo, nunca mais apareça na minha vida novamente, nunca mais tente se aproximar da Aurora, pois a próxima vez que eu te ver não hesitarei nem sequer um segundo em apertar o gatilho e te mandar para o inferno.- o ameaço. Olho para o relógio e vejo que está marcando um minuto, sem pensar duas vezes saio correndo do galpão, a porta do carro de Henry está aberta, eu entro e logo o mesmo dá partida o mais rápido possível.

__Ele não vai conseguir escapar, está com a perna machucada.- Henry coloca sua mão sobre a minha que está trêmula.
__gostando ou não, ele é pai da Aurora, e sim um dia ela souber toda a verdade, não quero que me veja como um monstro igual a ele.
__Você nunca será igual a ele, baby.- Henry sorri para mim.

Henry para o carro perto de outro carro logo a frente, saio do carro e vejo Igor, corro para abraçar o mesmo.

__Que baita susto você me deu em princesa, senti sua falta.- ele me abraça fortemente.
__Também senti a sua, irmão.- ele me olha meio estranho ao ouvir as palavras "Irmão"
__Quando chegarmos em casa precisamos conversar.- Avisa, logo sou abraçada por Dean também.
__Ainda bem que você está bem, o Henry estava tirando o meu juízo.- Brinca.

Vejo o mesmo homem que vi no celular que encontrei no galpão de Nicolas, perto do carro me olhando.

__Quem é ?- cutuco Henry que suspira.
__Alessandro Miller, seu pai.!.

Em Meio A Tempestade. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora