Capítulo 36

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                                Alessia

Sou arrastada para fora do quarto por um dos capangas, ele me leva até a sala de jantar, me sinto aliviada ao ver Aurora, já faz dois dias que estamos aqui, dois dias que eu estava trancada naquele quarto  angustiada por não ter notícias dela, a mesma quando me ver abre um enorme sorriso, ao seu lado está Nicolas que tem um sorriso debochado no rosto.
__Tia, você melhorou? O tio Nicolas falou que você estava doente.- Ela corre para me abraçar, eu retribuo o abraço me sentindo tão feliz por vê-la.
__Está tudo bem? Fizeram algo com você?.- Pergunto preocupada avaliando a mesma de cima para baixo.
__Estou bem tia, fui comprar alguns brinquedos com o tio Nicolas, depois a gente tomou um sorvete, ele falou que a mamãe arrumou um emprego e que terei que passar um tempo com vocês.- Diz toda empolgada me mostrando uma boneca, ao sentarmos na mesa, uma mulher baixinha que desde quando cheguei não tinha a visto, coloca a comida em meu prato, não sinto fome, só vontade de fugir desse lugar.
__É melhor comer, iremos viajar daqui algumas horas.- Nicolas toca em minha mão fazendo eu puxar a mesma rapidamente.
__Estou anciosa, nunca andei de avião.- Escuto Aurora dizer toda contente.
__Iremos viajar como uma família.- Ele enfatiza a palavra família e eu só sinto vontade de está o mais longe possível dele, olho ao redor da gente e algo me chama bastante atenção, parece um relógio marcando 12 horas, não tinha visto ele antes.
__Não vai comer?.-Pergunta Nicolas mais uma vez, eu não respondo.
__Pode voltar para o seu quarto então amor.- me levanto já esperando o seu capaga me puxar pelo o braço, olho mais uma vez para o relógio, e logo em seguida para Aurora e Nicolas que aparentemente estão se dando tão bem, me impressiona ver o quanto os dois são parecidos, tenho medo que um dia ela puxe o seu gênero ruim.

Ao passarmos pelo o corredor vejo um celular em cima de uma mesinha, aproveito o momento em que o homem a minha frente está distraído pegando a chave do quarto que caiu no chão e pego o celular colocando dentro do meu short.

__Por que aquele relógio está marcando 12 horas?.- Pergunto na esperança que o mesmo me responda.
__Depois de 12 horas tudo nesse lugar se tornará cinzas.- sorri debochado me empurrando para o quarto, arregalo meus olhos ao saber que tem uma bomba- relógio nesse lugar, o meu desespero em sair só aumenta, eu preciso fazer alguma coisa, confiro se a porta está trancada e pego o celular que para minha sorte ou azar está desbloqueado, entro na galeria e as fotos me chama bastante atenção, a maioria são fotos minhas, principalmente de quando eu era mais jovens, fotos minhas antes mesmo de conhecer Nicolas o que me assusta muito. Uma foto de um Homem alto que usa um terno cinza, seus olhos são cor esmeralda, ele aparenta ter entre 45 a 50 anos me chama muito atenção, é como se eu conhecesse ou pelo menos tivesse o visto em algum lugar. Tiro minha atenção das fotos e dígito rapidamente o número do Henry e ligo.

Ligação on:.
__Alô?.- Sinto um alívio e uma saudade tão grande ao ouvir sua voz.
__Sou eu.- Digo com a voz trêmula ouvindo passos se aproximando da porta.
__ALESSIA? Onde você está amor? Me ajuda a te encontrar, você está bem? Te fizeram algum mal? Amor?.- sinto o desespero em sua voz que aparenta está bem cansada.
__Estou em um galpão bem afastado da cidade, não sei te informar onde fica exatamente, mais em 12 horas esse local...- Antes que eu fale mais alguma coisa escuto a porta sendo aberta e jogo o celular para longe ao ver Nicolas.
Ligação off.

__Onde conseguiu esse celular? E com quem estava falando?.- Ele me joga bruscamente na parede, e pega o celular do chão.
__Descubra de quem é esse número.- Ele entrega o celular para o seu capanga.
__Vai me falar de quem era o número ou vai preferi sofrer as consequências de ter me desobedecido?.- Ele levanta meu rosto com sua mão, eu fico calada.
__Vai preferir ficar calada, vadia?.- ele dar um tapa em meu rosto, coloco a mão no mesmo sentindo o arder.
__Vá a merda.!- Grito.
__Isso vai ser bem doloroso, amor.- Ele coloca sua mão em meu pescoço, sinto meu corpo todo tremer, fecho meus olhos já sentindo o primeiro soco.
__Você vai se arrepender disso.- cuspo em seu rosto.
__Você quem irá se arrepender de não ter sido uma boa garota!.- arfo de dor ao sentir um chute em minha costela.

Em Meio A Tempestade. (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora