𝒄𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 15

2.7K 124 26
                                    


Peter Morgan estava se tornando um dos homens mais poderosos e influentes da cidade, todo mundo conhecia ele e sua adorável esposa, em todo lugar que eu ia o assunto era sobre como eles estava ajudando a cidade a crescer pois tinham construído criado muitos empregos com suas criações de porcos e venda de carne...

-Ouvi dizer que você conhece ele Tom - disse Klaus, o tatuador que estava fazendo uma serpente no meu braço - São amigos?

-Não - respondi, eu fumava um cigarro com o braço livre - Conheço de vista só.

O outro tatuador, que era um colega de infância, e um ex traficante, entrou na conversa:
-Estranho, ouvi umas conversas de que foi ele que te tirou da prisão esses tempos atrás, que pagou sua fiança e que vai bancar seu advogado no processo.

-Você tá ligado como o pessoal dessa cidade gosta de aumentar as coisas né! - respondi, meio impaciente, tanto pela dor quanto pelo assunto.

-Tô ligado - ele coçou a careca tatuada e olhou pela janela - Só que fica ainda mais estranho porque tem um puta carrão estacionado aqui na frente, e só uma pessoa na cidade tem um desses, acho que tá te esperando...

-Cara - bufei - Cuida da sua vida, pode ser?!

-Eita, foi mal aí - ele riu levantando os braços - É só que eu sabia que essa gente rica sempre mantém uns capangas né? Não ficam ricos atoa, tão sempre envolvidos e trabalho sujo - ele puxou um banquinho e sentou ao meu lado - Se tiver envolvido em um negócio bom, chama os parceiros também irmão, tô precisando de grana...

-Beleza cara, mas agora só quero terminar essa tatuagem e ir fumar um baseado, qualquer coisa eu te aviso...

...

Desci a longa e estreita escada que levava pra calçada e ele estava lá, digitando no celular encostado na porta do carro, abriu um sorriso estranho ao me ver:
-Posso ver como ficou?
-Mano, o que tá fazendo aqui?!
-Vim te buscar Tom, vamos pra minha casa.
-As pessoas - olhei ao redor - Elas estão percebendo, e estranhando, gente como você não costuma colar com gente como eu, tá ligado?
Peter riu, daquele jeito arrogance e debochado:
-Eu compro qualquer um desses otários com um estalar de dedos, acha mesmo que eu ligo pro que pensam?
-E a sua esposa?

Peter ficou em silêncio, pensou um pouco, depois deu de ombros:
-Entra no carro, eu sei cuidar dos meus negócios.

...

No escritório do Peter, ele pegou uma chave escondida em uma gaveta e abriu um armário enorme, repleto de armas e facas, me olhou por cima do ombro com os olhos semicerrados:
-Hoje nós vamos caçar, espero que esteja pronto.

Ele dirigiu por uma estrada de mata fechada que ficava nos limites da cidade, no banco de trás haviam pistolas e um fuzil, além de facas de caça, Peter vestia calca e coturno militar,  em seu colo uma balaclava esperando pra ser usada, eu estava suando frio no banco do passageiro, porque não sabia o que iria acontecer, aquele cara era imprevisível...
Eu usava uma regata preta, com uma calça jeans surrada e um all star velho, minha tatuagem do braço ainda queimava na pele...
-Toma isso - Peter pegou uma garrafinha de whisky - Vai te ajudar a criar coragem.
-Coragem pra quê? - perguntei, dando um gole.
-Pra sentir prazer, sem culpa - ele deu uma risada sinistra, vinda do fundo da alma.

Depois de vinte minutos na mata, chegamos a um portão de metal com uma placa na frente, que sinalizava que ali era um acampamento juvenil, e assim que eu li, tudo fez sentido, cravei os dedos no banco, já sabendo o que teria que fazer...

Peter percebeu na minha expressão o meu pânico, colocou a mão no meu rosto e me virou pra beija-lo, depois disse:
-Depois dessa noite, nós vamos cruzar o limite, amanhã toda a cidade vai comentar sobre o massacre, e ninguém vai desconfiar da gente, isso me deixa de pau duro.

Descemos do carro, vestimos as balaclavas e pegamos as armas, eu sentia uma adrenalina surreal tomar conta do meu corpo, era quase um orgasmo de cocaína, então foi fácil escalar a grade e pular pro outro lado, Peter ficava dando uns pulinhos e se sacudindo, era óbvio que ele tinha usado alguma droga, mas também estava empolgado porque era disso que ele gostava...

Nos andamos abaixados entre os arbustos até ver o vigilante que ficava sentado na frente da fogueira lendo uma revista Playboy, Peter deu a volta pra ficar por trás dele e tirou a faca do bolso, sorrateiro como um gato ele se aproximou o suficiente pra conseguir cravar a faca na garganta do homem, que teve um espasmo no susto e tentou falar algo, mas se afogou no próprio sangue e começou a se debater enquanto escorregava pro chão tentando cobrir o buraco da garganta com as mãos...

Peter limpou a faca com a luva e riu, quase histérico, então pegou o fuzil pendurado em suas costas e deu um tiro pra cima, que fez um som estrondoso e um clarão:
-Hora da diversão! - gritou ele.

Nesse momento me levantei com a pistola em mãos e corri até ele, ficamos de costas um pro outro enquanto as portas dos quartos se abriam, garotos adolescentes gritavam e começavam a correr como formigas desorientadas, Peter e eu começamos a atirar em tudo que se movia, vários garotos iam caindo conforme eram atingidos, outros obviamente escapavam pra escuridão, mas escutar aqueles gritos de desespero, somados ao som dos tiros, e a risada de Peter, me deixaram em um frenesi insano, eu estava excitado e querendo gritar, sentindo uma coisa estranha no peito, nós dois derrubamos cerca de trinta garotos no chão, e depois tudo ficou em silêncio, muitos haviam escapado, mas muitos agonizavam ao nosso redor, eu me virei e Peter também, ficamos de frente um pro outro, arrancamos as balaclavas e começamos a nos beijar, e foi tão intenso que rasgamos nossas roupas e caímos no chão, transamos ali mesmos, cercados de corpos,
sangue, terra e esperma se misturaram quando gozamos um no outro...
-Eu te amo - sussurrou Peter, mordendo meu pescoço até eu escutar a carne rasgar.
-Eu te amo, seu filho da puta - eu gritei de dor quando ele arrancou um pedaço meu.

𝑩𝑫𝑺𝑴𝑨𝑵Onde histórias criam vida. Descubra agora