𝒄𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 17

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-Eu quero ela morta - falei, fumando um baseado encostado na borda piscina - É só isso que te peço.

-Morta? - Peter franziu o cenho, estava sentado com os pés encima da mesa, embaixo do guarda-sol - Posso me separar dela, fechamos um acordo justo e ela desaparece.

-Não - me inclinei pra fora da água, e me sentei, meu corpo pingando água e cintilando na luz do sol - Por que ela vai sair viva dessa história?!

-Sei lá cara, não sinto tesão em matar mulheres, não sou bi como você - Peter riu, estava digitando no celular.

-Então eu faço! - dei um sorriso de canto, esperando pra ver a reação dele.

Peter baixou o óculos de sol e me olhou por cima, seu rosto era um enigma, e então, deu de ombros:
-Se é o que tu quer, vamos planejar isso...

...

E foi o que fizemos, durante um mês planejamos um assalto falso, Peter deixaria os alarmes desativados e eu iria invadir assim como fiz na noite em que nos conhecemos, eu estava em êxtase, sentia rancor da forma com que aquela vadia tinha me tratado quando me viu pela primeira vez, e agora eu tinha uma sede de sangue que me motivava, acho que era por isso que Peter tinha me feito despertar esse lado, minha vida inteira eu havia buscado uma razão pra existir, qualquer que fosse, eu só queria uma motivação, e agora, matar e causar sofrimento moviam minha libido...

Naquela noite, uma tempestade assolava a cidade, eu entrei pelos fundos, segurando uma pistola, usando a balaclava e roupa militar, entrei na casa, e como Peter já havia me escrito por mensagem, sua esposa estava na sala assistindo a um filme de terror, parei no corredor e vi a luz da televisão iluminar as paredes, andei lentamente apreciando cada segundo daquilo, meus passos eram silenciosos como de um gato, encostei na parede e observei aquela jovem mulher viver seus últimos minutos de vida, ela estava usando uma camisola e sentada, digitando no celular com uma mão e acariciando o gato com a outra...

O som do meu dedo destravando a pistola fez com que ela olhasse pra trás, ela arregalou os olhos e começou a se mover lentamente, colocou as mãos pra cima em rendição, o gato se arrepiou inteiro e pulou do sofá, ficou me encarando com as costas retraídas..
-Por favor - disse ela, com a voz falhando - Leva tudo, só não me machuca, por favor!

Dei risada, meu corpo todo suava por baixo das roupas, eu estava parecendo um viciado prestes a sentir a agulhada de heroína:
-Isso tudo aqui já é meu, sua vadia - apontei a arma pra testa dela, e dei um passo pra frente - Tô aqui pra te matar, é melhor começar a pedir perdão pelos seus pecados...

-O que?! - ela estava ofegando, apavorada - Quem é você? O que te fiz?!

-Você casou com o homem errado - quando fui apertar o gatilho, o gato avançou na minha direção e me distraiu, o tiro acertou na janela e o vidro espatifou - FILHO DA PUTA!

Nesse instante a mulher disparou pelo outro corredor, gritando, eu dei outro tiro mas acertou a parede, comecei a correr atrás dela, subimos as escadas e eu escutei o impacto dela fechando a porta da suíte, e depois o som da trinca girando...

Andei tranquilamente até lá, e dei três batidinhas na porta com os nós dos dedos:
-Você só me deixa mais excitado, tentando fugir - após dizer, me arrepiei com o quanto aquilo soou como o Peter, eu estava me tornando uma versão dele.

Lá dentro eu escutava vozes abafadas, ela conversava com alguém, eu não sabia se era no celular, mas alguns segundos depois a porta se abriu, era Peter, com um sorriso sádico no rosto:
-Ela está bem aqui!

Ela gritou com as mãos no rosto, encostada na enorme janela de vidro, completamente apavorada e supresa:
-Amor, o que está fazendo?!

Peter se virou pra ela, suspirando e dando de ombros:
-Eu te dei uma vida de princesa por todos esses anos, você viajou o mundo e provou de tudo que há de melhor, mas toda boa história, tem um fim meu amor, e o seu acabou de chegar!

-Não entendo - ela chorava copiosamente, arranhando o próprio pescoço - Se quer me deixar, eu vou embora, não quero nada seu, não precisa acabar assim, sabe que não sou interesseira!

-Cala a boca - respondi, no lugar dele - Sou eu quem quero te matar sua puta!

Os olhos dela ficavam vindo dele pra mim, e de mim pra ele, e então, ela entendeu:
-Estão juntos.... - ela engasgou no próprio choro - Eu prometo não contar pra ninguém, vocês vão ser felizes juntos, eu vou apenas sumir...

-Essa decisão - andei pra frente, mirando pra ela e com o dedo no gatilho - Sou eu quem tomo, você vai realmente sumir, mas não dá forma que você quer.

Disparei, um clarão e um estrondo, o som fez meu ouvido tilintar, o impacto a empurrou contra a janela e quebrou o vidro, a mulher despencou por dois andares com um tiro na testa....

Andei até à beirada, Peter ao meu lado, observamos lá de cima seu corpo caído no chão, a poça de sangue formando uma auréola em sua cabeça, depois admirei o céu que se acendia com os raios, e rugia com os trovões...

Peter me abraçou por trás, colocando a mão no meu pau duro e apertando, depois mordendo a minha orelha e esfregando o volume entre as minhas nádegas:
-Juntos, nós somos muito perigosos...
-Gosta disso, não é? - respondi, hipnotizado pela sede de sangue...
-Tenho grandes planos pro nosso futuro, ainda vamos espalhar nossa marca por muitos lugares...

Naquela noite, transamos brutalmente na cama da suíte enquanto a janela quebrada soprava um vento frio como o hálito da morte em nossos corpos nús brilhando sob a luz pálida da lua, Peter apontava a pistola pro meu rosto enquanto me fodia na posição de missionário, ficava travando e destravando, era tão excitante quanto bizarro, mas eu finalmente, gostava...

𝑩𝑫𝑺𝑴𝑨𝑵Onde histórias criam vida. Descubra agora