Era o dia do meu julgamento, eu estava sentado na ilha da cozinha, fumando um cigarro e bebendo vinho direto do gargalo, admirando as primeiras cores do dia despontarem no céu da manhã...Eu usava apenas uma cueca branca, manchada de vinho, minhas coxas eram peludas e torneadas, meu peito forte era divido por uma correntinha de nossa senhora de Guadalupe...
-Passou a noite inteira aí? - perguntou Peter, completamento pelado e com o rosto ainda sonolento...
-Não consigo dormir - respondi, batendo as cinzas no chão da cozinha - É estranho, eu nunca tive medo da prisão, sempre testei os limites, mas agora, eu estou me cagando nas calças, não quero ficar preso, eu agora tenho um motivo pra ser livre, acho que mereço ser feliz...
Peter preparava uma xícara de café na cafeteira, ele coçou a bunda e sorriu, seus olhos azuis brilharam com os raios de sol que entraram pela janela aberta:
-O que tu acha que mudou?Eu olhei por cima do ombro, encarei ele de cima a baixo, admirando aquele corpo esbelto e bem desenhado, a bunda apesar de pálida, tão excitante, o pau mole perfeitamente alinhado entre as bolas:
-Você me mudou Peter, tu tá ligado que foi isso...Ele estufou o peito, como sempre fazia quando tinha o ego massageado, pegou a xícara e encostou ao meu lado, também admirando a paisagem:
-Não precisa ter medo Tom, eu não vou deixar que nada de ruim aconteça contigo, tu é meu e vou te proteger custe o que custar...Meus olhos encheram d'água, mas disfarcei, eu estava me sentindo como uma criança, aquele garoto perdido e sozinho no mundo, finalmente havia encontrado alguém que se importasse com ele, eu me sentia protegido por alguém, e alguém tão perigoso que faria o Diabo em pessoa fugir sem olhar pra trás, eu amava e dependida de Peter...
-Quero acreditar nisso cara, mas é tarde demais, tem muitas provas e testemunhas contra mim, além das gravações do posto, eu vou em cana, não tem o que fazer...Peter deixou a xícara no mármore, se virou pra ficar de frente comigo e apoiou as duas mãos na minha coxa:
-Ninguém vai te julgar, eu sou a única pessoa nesse mundo que pode te punir Tom, não vai ter julgamento... - ele riu - Porque daqui à algumas horas, vamos estar muito... muito longe daqui.....
Descemos do carro no pier, lá um barco estava esperando por nós, o piloto era um homem mexicano de meia idade que me cumprimentou com um aceno de cabeça...
Já estava anoitecendo e era o horário que eu deveria estar no tribunal, mas ao invés disso, Peter encheu dois copos com whisky e colocou uma música pra tocar, ele cantarolava enquanto fumava un baseado e me puxou pro lado de fora de cabine, estávamos em alto mar, rindo e apreciando a vida, rumo a qualquer lugar que fosse, eu não me importava, pois confiava em Peter, sabia que ele gostava de mim...
Algumas horas depois, chegamos a um heliporto que ficava em um depósito de containers, assim que atracamos, Peter assoviou e tirou uma pistola de dentro do paletó, com um tiro no rosto ele fez o Mexicano cair pra dentro do mar, eu tomei um susto, mas depois dei risada..
-Não vou deixar rastros do nosso paradeiro...Entramos em um helicóptero e seguimos até um mini aeroporto, que parecia clandestino, um pequeno avião nos esperava...
De lá partimos pro extremo norte do país, e ficamos em uma das casas do Peter, e então ele me contou os planos, em alguns dias fugiríamos pra Europa e deixaríamos nossas identidades pra trás, assumindo novas personalidades com fichas limpas em um novo continente.
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𝑩𝑫𝑺𝑴𝑨𝑵
Romanceeu sempre fui um marginal, desde a adolescência cometendo crimes e usando drogas, até que naquela noite eu decidi invadir a casa errada.