𝒄𝒂𝒑𝒊́𝒕𝒖𝒍𝒐 4

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Eu estava batendo uma punheta sentado na privada do banheiro da oficina, eles tinham algumas revistas Playboy lá dentro e eu aproveitei, gozei alguns jatos na parede e depois lavei o pau na pia, fechei o zíper e sai do banheiro.

-Mil e trezentos dólares - disse o cara bigodudo, com as unhas pretas de fuligem - E eu tô te dando um desconto ainda, pelos velhos tempos.

-Porra - levantei o boné e cocei a testa - É muita grana, não tenho isso agora!

-Sinto muito meu mano - o mecânico, que costumava comprar cocaína comigo lamentou - Mas é o preço, a frente tá toda destruída!

-Beleza - me conformei - Pode começar o conserto que em até duas semanas te pago, demorou?

Fechamos o acordo com um aperto de mão nada confiável e eu sai de lá a pé, fumando um cigarro e pensando em qual seria o primeiro passo pra juntar tudo aquilo, considerando que eu não tinha nada, e Agnes estava com o braço na tipóia e o nariz quebrado, ela costumava trabalhar como stripper e ajudava nas contas...

Sem ter muito o que fazer, pois até pra cometer um assalto eu precisaria do carro, tomei uma medida drástica movida pelo ódio, pedi carona a um amigo pro alto da colina da cidade, de volta à aquela mansão cercada de pinheiros altos e neblina...

Toquei a campainha enquanto acendia um cigarro, encostei na parede e dei um longo trago, até que escutei barulho de salto vindo vindo de lá de dentro, uma mulher elegante e com o rosto cheio de plástica abriu a porta:
-Pois não?
-Quero falar com o Peter, ele tá aí?!
-Quem é você?!
Franzi o cenho, fechando a cara:
-Eu que te pergunto, quem é você?!

A mulher ficou extremamente ofendida, colocando o cabelo do ombro pra trás de um jeito afetado:
-Sou a dona dessa casa, esposa do Peter, não que eu te deva alguma satisfação, já que é você quem está batendo na porta da minha casa!

-Tá bom - dei de ombros, apagando o cigarro na parede - Agora faz o favor de chamar ele!

-Não vai ser preciso - Peter apareceu no corredor, usando uma camisa polo, bermuda branca e um tênis Nike - Que bom que veio me visitar Tom, entre, vamos conversar no meu escritório.

-Que tipo de amigo é esse? - a mulher me fitou dos pés a cabeça - De onde se conhecem?!

-Eu me intrometo nos seus assuntos? - Disse Peter, com um sorriso passivo agressivo, calando a boca daquela escrota.

..

Subir aquelas escadas me trouxe lembranças ruins, senti um calafrio bizarro ao tocar o corrimão frio, seguimos pelo corredor e entramos no escritório, Peter trancou a porta e eu tive um pequeno sobressalto ao escutar o barulho, depois ele se sentou na mesa e entrelaçou os dedos:
-Ficou com saudade?!

Inflei as narinas de raiva, eu ainda tinha alguns machucados no rosto da batida de carro, meu supercílio estava aberto e um olho com hematoma, admirei aquele escritório luxuoso, cheio de livros e esculturas:
-Tô aqui pra te cobrar o que você me deve - bati o dedo indicador na mesa dele - Meu carro tá todo fodido na oficina, porque você me tentou me matar!

-Não tentei te matar - Peter riu, agora se espreguiçando a e colocando as mãos atrás da cabeça - Eu não tento matar, se eu quero matar, vou lá e faço, entendeu?!

-Foda-se - encarei ele - Você fala muito pra tentar me colocar medo, mas eu não sou nenhum moleque, sou um cara vivido e perigoso, só não tenho grana como você, mas sei machucar alguém também!

-Então eu acho que faríamos uma boa dupla! - Peter me fuzilou com o olhar e o sorriso de canto.

Por um momento de insanidade concordei com ele, mas então voltei a mim:
-Quero dinheiro, e tô falando sério!

-Vende o presente que eu te dei - ele parou de rir, e se endireitou na cadeira - Ou você gostou?

-Você me deve isso - dei a volta na mesa e parei na frente dele, intimidando, afinal, eu era mais robusto do que ele - Seja homem, seu maníaco de merda!

Peter então desabotoou a bermuda e abriu suavemente as pernas:
-Quer dinheiro? - ele segurou o pau duro na cueca e balançou - Então começa a chupar meu pau de novo, sei que você gostou da primeira vez!

-Eu não sou viado - fechei os punhos - Fui obrigado a fazer aquela porra, você tá ligado disso!

-Eu não vou te julgar, um homem precisa fazer o que é preciso pra sobreviver - ele então tirou o pau de dentro da cueca, havia uma gota cintilando na cabeça rosada - Coloca a boquinha aqui vai, eu vou te pagar por isso, e não conto pra ninguém...

Me virei e dei alguns passos em direção a janela, lá eu vi meu reflexo e ao fundo os enormes pinheiros balançando com o vento... Não tinha opção, precisava do carro, e eu já tinha feito uma vez, na real foda-se pois eu não era um cara de grande princípios, me virei pra ele novamente e me aproximei, me apoiei na mesinha e me ajoelhei, puxei a bermuda dele pra baixo, depois a cueca, e comecei a chupar o pau dele, no início com aquele nojo inevitável, mas então comecei acelerar pra ver se terminava logo...

Peter empurrou minha cabeça e eu engasguei quando o pau dele afundou na minha garganta, me sentei nos calcanhares segurando o vômito e o olhando indignado, ele riu:
-Gosto de ver seu olho cheio d'água - e me puxou pela nuca pra chupar de novo...

Peter gozou na minha boca, e me obrigou a engolir de novo, depois tirou de dentro da carteira várias notas de cem dólares, bateu elas na mesa:
-Tá aqui - ele fechou a bermuda - Conserta aquela lata velha vermelha, e quando precisar de mais dinheiro, já sabe o que fazer!

Dei risada, limpando o canto da boca e pegando as notas:
-Isso nunca mais vai acontecer seu cuzão, eu sei me virar pra arranjar grana - apontei o dedo pra cara dele - E é bom dormir de olho aberto, porque você é rico, mas não é imortal.

𝑩𝑫𝑺𝑴𝑨𝑵Onde histórias criam vida. Descubra agora