Ato 2. Não vá

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A carruagem, tendo saído do território, continuou sem pausa.

"É um desafio, não é? Por favor, aguente até chegarmos."

"Graças à sua consideração, não estou nem um pouco cansada."

Elena sorriu gentilmente, uma expressão natural desprovida de segundas intenções.

"Estou genuinamente curiosa, mas para onde estou indo?"

"Você é curiosa?"

"Ah, não. Você não precisa me contar."

Elena balançou a cabeça, passando as pontas dos dedos pelo sofá. A textura requintada do couro mais fino a cativou e ela manteve as mãos nele.

"Esta carruagem é mais macia e confortável do que minha cama. Nunca estive em uma carruagem tão luxuosa em minha vida."

"É uma carruagem que tomei cuidado extra para conseguir para a senhorita Elena."

"Eu sei. Eu me pergunto de qual família ele é e qual é a conexão dele para me tratar assim."

Os olhos de Elena carregavam uma névoa sonhadora, como se estivessem enredados pela opulência, deixando seu quartinho para contemplar sua situação ou o futuro. Leabrick riu interiormente, observando a vaidade e o comportamento cego do desejo de Elena.

Que mulher lamentável. Sem saber que ela era uma mera marionete a ser explorada e descartada, Elena deleitou-se com a ilusão de seus assuntos pessoais. Ela parecia extremamente fácil de manipular.

E era exatamente isso que Elena pretendia.

'Você deveria me ver como a mulher mais ignorante e patética do mundo.'

Desorientação. Quanto mais pateticamente Elena aparecesse aos olhos de Leabrick, melhor. Quanto mais ela caísse abaixo do padrão, menos vigilante ela seria e mais desconsideraria o ambiente. Projetando deliberadamente uma imagem de ignorância e arrogância, Elena pretendia acalmar Leabrick até a complacência, aguardando o momento oportuno.

"Você disse que não estava curiosa, então vamos deixá-lo de lado por um momento e discutir outra coisa."

"Eu vou escutar."

"Você se lembra que ele ainda não consegue aceitar a morte da filha?" Elena assentiu.

"Na verdade, ele não realiza o funeral da filha há mais de dois meses."

"O que?"

"Ele é excessivamente apegado e incapaz de deixá-la ir. Muito poucas pessoas estão cientes do falecimento da senhora."

"E-então..."

O semblante de Elena se contorceu, tentando se ajustar à situação, deixando-a incapaz de rir ou chorar. A morte da senhora, fato não divulgado oficialmente, tornou-se uma obsessão que transcendia o mero apego, enredando a sua própria posição. Seu rosto refletia as condições conflitantes e intrincadas que giravam em sua mente.

"Eu entendo suas preocupações. Estou confiante de que não é um desenvolvimento negativo para a Srta. Elena."

Elena olhou para Leabrick com olhos apreensivos, encontrando um sorriso tranquilizador nos lábios de Leabrick.

"Você está tendo a oportunidade de se tornar sua filha genuína, não apenas sua filha adotiva, e não há razão para recusar."

"...!"

Os olhos de Elena se arregalaram.

"F-filha de verdade?"

"Sim. Sua filha biológica, a própria Princesa Verônica."

Imperatriz das sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora