Capítulo 70

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"Obrigado por me dar a oportunidade de apresentar trabalhos louváveis hoje."

"É isso que eu tenho a lhe dizer. Estou satisfeito que você sempre introduza arte de alta qualidade."

"Estou sem palavras. Vou me despedir."

"Até a próxima vez, veterano."

Elena ofereceu um sorriso vago. Khalif ficou surpreso com o sorriso caloroso, diferente de suas interações anteriores.

'Oh? Esse sorriso parece familiar.'

O pensamento passou brevemente pela cabeça de Khalif, mas ele o descartou como uma ilusão e saiu da sala do dormitório. Elena, tendo instruído May e Anne a entregar a obra de arte ao Grão-Duque, também deixou o dormitório.

Após uma breve parada nos arquivos da biblioteca e assumindo o disfarce de Lúcia, Elena dirigiu-se ao portão da frente da academia.

"Ei, olhe lá. Com licença."

"Ela? Aquela envolvida nos problemas românticos de Avella?"

"Não foi inteiramente culpa dela; foi Sua Alteza. Ela não é tão atraente; eu não entendo."

"Eu sei. Há rumores de que Ren a ajudou também. Eu gostaria de estar no lugar dela."

Enquanto Elena, cujo rosto passou a ser associado às experiências de Avella, passava pela avenida central onde os alunos se reuniam, ela não pôde deixar de sentir o peso de seus olhares examinadores.

"O que eu temia realmente aconteceu."

Gradualmente, a notícia sobre Elena se espalhou pela academia.

'Prefiro passar meu tempo na biblioteca ou no estúdio', pensou ela.

A academia era um foco de fofoca e, embora Elena atualmente fosse o centro das atenções, ela sabia que outro escândalo acabaria por desviar o foco dela. Particularmente intrigante foi o raro triângulo amoroso envolvendo o Príncipe Sian e a figura enigmática, desagradavel Ren.

Quando ela se aproximou da entrada da academia, desconsiderando os olhares persistentes e aquecidos dirigidos a ela, um cavaleiro que supervisionava o acesso externo a interceptou.

"Você está indo embora?"

"Sim."

"Registre seu nome no livro de visitas e pegue um cartão de passeio ali."

Elena saiu da academia, escondendo o certificado no bolso da jaqueta. Foi a segunda vez que ela se disfarçou de Lúcia para uma excursão, mas as ruas perto da academia pareciam um jardim deserto. Sua vida anterior não lhe permitia muito tempo para passeios tranquilos, sobremesas, compras e navegação entre vários estabelecimentos.

Seguindo em direção a um restaurante no final da rua, conhecido por seus deliciosos bifes e frequentemente frequentado por estudantes aristocráticos, Elena percebeu uma tranquilidade incomum ao chegar à entrada. O motivo ficou aparente ao inspecionar a placa pendurada na porta ornamentada.

Fechado.

O estabelecimento não estava funcionando. Embora o curso de ação lógico fosse virar as costas, Elena não prestou atenção às palavras na placa e entrou no estabelecimento silencioso.

"Sinto muito, mas estamos fechados hoje."

"Meu nome é Lúcia. Estou aqui para ver meu pai."

Elena se identificou para a funcionária, que inicialmente sugeriu que ela voltasse. O comportamento deles mudou rapidamente, como se a interação anterior nunca tivesse ocorrido.

Imperatriz das sombrasOnde histórias criam vida. Descubra agora