42_ Eu fui abusada, Hunter!

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| 15 de Maio, 2023Nova YorkÁs 01h03

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| 15 de Maio, 2023
Nova York
Ás 01h03.

Desde que cheguei em Nova Iorque, nunca pensei que estaria naquela situação diante do olhar sombrio do Leonel de novo. Desde que cheguei naquela cidade, fugindo dele há quatro anos, jamais imaginaria vê-lo tão perto.

E, naquele momento, fui incapaz de reagir com clareza. Leonel despertava meu lado mais vulnerável e frágil, acabando com toda sanidade reunida nesses anos longe dele.

Quando sua frase ecoou pelos meus tímpanos, acompanhada pela mesmo sorriso perverso, fiz a primeira coisa que a minha cabeça formulou. Corri para dentro da boate me misturando com aquelas pessoas, ouvindo ele gritar pelo meu nome, parecendo se divertir com aquilo.

Desviei daquelas pessoas, sentindo meu coração bater nas minhas orelhas, apavorada. Corri até os fundos mais rápido que pude, me escondendo no vestiário privativo na esperança de espantá-lo.

Não fazia ideia se ele tinha me seguido, mas era o único lugar que ele não poderia chegar tão perto. Escorreguei minhas costas pela porta, abraçando minhas pernas em frente ao meu peito me permitindo chorar.

O pânico de tê-lo perto de mim de novo me tomou por inteira, me levando a memória daquele dia tão trágico. Ele se aproximando após o enterro, me abraçando por trás com desejo, sussurrando palavras.

Até que sua face verdadeira foi exposta, evidenciando suas intenções verdadeiras com aquele casamento. 

O que eu faria para sair daquela boate?

Ergui meu rosto lentamente, me lembrando do número do Hunter. Eu poderia atrapalhar a rotina do seu trabalho, mas eu precisava sentir aquela segurança que só ele era capaz de me fazer sentir.

Fui rápida no meu ato de levantar e pegar minha bolsa dentro do vestiário, pegando meu telefone e discando o número do Hunter com os dedos trêmulos.

Torci internamente que ele me atendesse logo, com o coração aos saltos enquanto me sentava no banco. Minhas pernas tremiam de acordo com a minha mão, o que me fez temer caso eu não aguentasse ficar em pé.

Hunter- Alô?

Seu tom era ofegante.

Grace- Hunter! Você... Você tá no trabalho? Está ocupado?

Soltei diversas palavras, tremendo dos pés a cabeça.

Hunter- No momento, não. O que aconteceu?

Pressionei meus lábios, sentindo meu peito se apertar ao atrapalhá-lo. Só que eu precisava dele.

Grace- Você pode vir me buscar, por favor? Eu... Eu preciso te ver.

Hunter arquejou do outro lado da linha.

Hunter- Aconteceu alguma coisa, amor?

Engulo em seco.

Grace- Eu prometo que conto tudo quando você chegar.

Eu não estava certa das minhas palavras, eu admito, mas eu precisava ter ele perto de mim urgentemente.

Grace- Por favor, Hunter... Vem me buscar.

Hunter- Claro que eu vou, meu amor. Já estou saindo daqui.

Grace- Eu te espero na porta dos fundos, Hunter. Por favor, vem rápido!

Hunter desligou a ligação quando garantiu que já estava vindo com toda velocidade, me fazendo apertar minhas em um abraço. Me permitindo chorar, depois de vê-lo em carne osso.

Abracei seu corpo musculoso e alto assim que tive a certeza que estava segura, me permitindo chorar livremente quando não aguentava mais segurar toda aquela angústia dentro de mim.

Seus braços me abraçaram para retribuir o carinho, me apertando sob aquele abraço tão quente e tão seguro. A áurea do seu apartamento me tomou, levando-me ao momento em que eu vi o Leonel depois de tantos anos.

ㅡ Você está segura, amor. ㅡ Assegurou, acariciando minhas costas. ㅡ Estou preocupado, amor. O que foi que aconteceu?

Afastei-me dele limpando minhas lágrimas, caminhando em direção ao seu estofado quando meu peito se sentiu preparado para contá-lo aquela parte da minha vida.

ㅡ Lembra quando eu disse que o pai do Pietro não prestava? ㅡ Indaguei, jogando-me entre suas almofadas fofas.

Hunter soltou um suspiro.

ㅡ Como é que eu posso esquecer esse merda?

Também sou incapaz de esquecê-lo.

Juntei minhas mãos em cima das minhas coxas, engolindo em seco antes de continuar.

ㅡ Minha mãe era casada há seis anos com o Leonel Cabral antes de morrer ㅡ Comecei, sentindo meu peito doer com as lembranças me invadindo. ㅡ Eu não gostava do Leonel, porque parecia que ele queria roubar o lugar do meu pai naquela família. Eu sempre percebia os olhares dele, mesmo com a inocência daquela época, me chamando de florzinha. ㅡ Outra lágrima desceu pela minha bochecha, ao mesmo tempo que um nó obstruiu minha garganta. ㅡ Até que o dia da morte da minha mãe chegou.

ㅡ O que a morte da sua mãe tem a ver com o pai do seu filho?

ㅡ Escute antes das perguntas, Hunter! ㅡ Grunhi, querendo contá-lo de uma vez, incapaz de imaginar em criar a coragem para contá-lo. ㅡ O enterro foi horrível, já deve imaginar, só piorou quando cheguei em casa. Leonel estava por todo lugar, me lançando os olhares, mas naquele dia ele foi capaz de fazer o que queria comigo.

Hunter arregalou os olhos lentamente, com seu queixo caindo.

ㅡ O que... O quê tá querendo dizer com isso, Grace?

ㅡ Eu fui abusada, Hunter! ㅡ Levantei-me do sofá com raiva, apertando meus punhos. ㅡ O que eu tô querendo dizer é que a porra do homem que abusou de mim é o pai do meu filho!

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Lições Atrevidas | Vol.2Onde histórias criam vida. Descubra agora