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meses depois.

Ouço meu celular vibrar no banco do carona do carro, e quando freio lentamente em frente ao semáforo com a luz vermelha acesa, enquanto aguardo o sinal verde, pego meu celular e vejo "Lucas 🤍" na tela, deslizo meu dedo para atender.

— ei amor, está chegando em casa?

— oi, estou, eu estou morta hoje, só quero tirar essa roupa e tomar um banho bem quentinho.

— foi puxado hoje?

— muito, com o fim das férias, a cafeteria duplicou o movimento, acho que todos da cidade decidiram voltar de viajem essa semana.

— estou com saudades.

— eu também. Mas amanhã a gente pode dar um passeio, no parque talvez.

— pode ser.

O semáforo muda do vermelho para o verde, fazendo com que os carros da minha frente começarem a andar.

— Lucas, eu tenho que voltar para o volante agora, mas depois te ligo, okay?

— okay. Te amo, Olivia.

— também te amo.

Ele desliga a ligação e cruzo a esquina em direção a minha casa. Minha cidade é pequena, sem muito para fazer, então, nas férias de verão todos preferem viajar para o litoral que fica duas horas daqui, eu também viajo todos os anos, mas esse é meu ultimo ano no ensino médio, e presciso ter uma economia para faculdade, então preferi ficar por aqui.
Enquanto passava quadras antes da minha casa, observei uma pessoa lavando o sua moto com bastante espuma, um garoto passava a mão úmida no rosto e depois subia para o cabelo loiro raspado, quando olhei nos olhos dele meu estômago congelou e meu rosto nunca senti tão quente, quando ele levantou seu olhar para mim e ficou em choque ao me ver, eu não podia acreditar que depois de tanto tempo o veria, eu realmente não queria ter visto.

Olho pelo retrovisor o garoto indo para o meio da rua tentando chamar minha atenção levantando o braço e acenando, pisei um pouco mais forte no acerador sem pensar, mas foi um ótimo jeito de sair daquela rua mais rápido possível. Eu não sabia que ele morava naquela casa.

Cheguei e estacionei em frente de casa, peguei minha bolsa e meu celular no carro pegando a chave da porta da frente, moro apenas com minha mãe, e ela trabalha em como enfermeira em plantões, e hoje é um dos dias no qual ela passara a noite inteira no hospital, eu acho intenso, mas sei que foi um escape para ficar ocupada em outras coisas que não seja meu pai, que à três anos faleceu.

Não pensei muito e fui direto para o banheiro, liguei o chuveiro antes de tirar a roupa para esquentar mais rápido, abri o spotify no meu celular e entrei na água.

— os melhores dez minutos do dia!
Falo comigo mesma. Mas enquanto enxaguava o shampoo do meu cabelo, passava apenas o José na minha mente enquanto fechava os olhos, ele esta mais forte e agora com cabelo raspado, mas parecia o mesmo de sempre. Abri os olhos e tentei me distrair com a música que esta tocando, era uma de 1989 da Taylor Swift, mas ja estava no final, e logo após começa uma nova música, com os primeiros segundos já reconheci qual era, abri o box e com a mão encharcada apertei para a próxima música. Chega desse garoto!

Sai do banho e vesti uma roupa confortável, ouço um carro estacionando em frente de casa e vou na janela do quarto ver quem havia chegado, era o Lucas, meu namorado. Ele buzina e desço as escadas com pressa para abrir a sala, abro a porta e ele estava do outro lado em pé, vestido com moletom e segurando uma sacola.

— gostou da surpresa?

— se eu gostei? Eu adorei!
Dou um forte abraço nele, quando o solto ele levanta a sacola branca aparentemente com um pote dentro.

— trouxe sorvetes, mas se você me deixar entrar eu posso pensar em tomar tudo vendo um filme, o que você acha?

— hmm... se eu te der um beijo a gente pede pizza também?

— gostei dessa proposta.
Me aproximo dele dando um selinho, pego a mão dele e puxando para dentro e fechando a porta.

Depois da pizza chegar, jantamos e depois pegamos as colheres e os potes de sorvetes e sentamos no sofá e ligamos a TV no filme "Como Perder Um Homem Em 10 Dias"

— eu sabia que você estava cansada e queria te ver, pensei em vir para gente ficar juntos, te incomodei?

— claro que não Lucas, na verdade eu amei você ter vindo

— e sua mãe esta no hospital?

— sim, hoje ela chega de madrugada

— então tenho você só para mim hoje?
Ele coloca seu braço ao redor do meu ombro apoiando no sofá e me aconchego mais no peito dele

— até eu acabar dormindo aqui no sofá, sim
Rimos e voltamos para o filme.

— como você não gosta desse tipo de filme, Lucas?, são mais clássicos do que Star Wars.

— caramba amor, mais que Star Wars?

— na minha opinião, são sim

— se você está falando, está certo

Depois que acabamos os sorvetes, enquanto olhava para Lucas, José veio em mente, de novo.

— amor. — Lucas tira os olhos da TV e olha para mim. — você mantém contato com o último terceiro ano da escola? Tem notícias deles?

— que pergunta aleatória Olivia.
Ele ri com a pergunta repentina.

— ah, alguns foram para faculdade, outros ja trabalham...

— e os seus amigos do ano passado?

— eu não tenho falado com eles, acompanho eles pelo Instagram, mas nada demais. Mas por que a pergunta?

— sei lá... nunca mais ouvi você falando deles.

— viu alguém por ai?

— o que? Não, não, foi só curiosidade mesmo.

— entendi.

— deixa o ano passado de lado, vamos para o presente agora.
Me afasto do abraço e cruzo as pernas de frente para ele.

— você não me deu um beijinho descente hoje, eu estou começando a ficar triste com isso viu.
Faço biquinho igual criança emburrada e ele se aproxima lentamente de mim.

— meu Deus, como eu sou horrível de te deixar assim, não posso deixar você triste desse jeito.
Ele põe suas mãos no meu rosto de começa a dar vários selinhos, os selinhos vai para um beijo intenso e ele me deita no sofá sem interromper o beijo

Como Tudo Deve SerOnde histórias criam vida. Descubra agora