Meus ombros estavam vermelhos e queimando e meu cabelo estava mais loiro e ressecado, mas não me arrependo nenhum pouco de passar o dia inteiro na praia esses dias, graças à boa companhia.
Agora estava andando com um pouco de dificuldade pela pedra em direção à um pier abandonado afastado da multidão da praia atrás de Lucas, um lugar que ele encontrou para vermos o por do sol.
Lucas estende a mão para eu passar de uma pedra para outra, com a ajuda dele dou um pulo e chegamos no pier, a vista do horizonte com o Sol começando a se por era incrível, o céu estava uma mistura de amarelo e rosa.
Sentamos no final do pier com os pés pendurados, apenas eu e Lucas.— esse lugar é incrível né?
Lucas diz com os olhos no mar.— sim, lindo.
digo olhando para ele, não sei se o que disse foi para a paisagem ou para ele.— uma pena que é o último dia aqui, amanhã voltamos para triste realidade: a escola.
Suspiro desanimada.
Eu havia esquecido da realidade na cidade, esses quatro dias foi um mundo paralelo onde tudo é perfeito.— fim do ano escolar, provas, aquelas mesmas pessoas... Podemos ficar aqui para sempre?
— para de me lembrar isso, Olivia, ja me bate uma tristeza.
— ainda bem que você está aqui, o feriado ia ser um saco sem você para me tirar do apartamento.
mudo de assunto.— digo o mesmo, foi legal estar com você aqui, eu nunca imaginei que iria ser assim, nós dois fora daquele mundo do ensino médio, fora da escola ou de alguma festa.
— não me lembre das festas, eu não nasci para curtir festas nem bebida alcoólica.
— e você é melhor amiga da Mariah, que ironia.
ele ri.— ela é uma boa amiga, mas é tudo superficial, apenas andamos juntas, eu não tenho uma amizade real, você já se sentiu assim?
— e a Anne? vocês eram grudadas um tempo atrás.
— a Anne...
— deixa adivinhar, ela não gosta da sua amizade com a Mariah.
— basicamente isso, como você sabe?
— eu sou um bom observador.
— você repara em mim na escola?
eu rio.— mas é claro. Mas nesse caso eu suponho que seja isso, a Anne vive na dela, quieta, nunca vi em nenhuma resenha, já a Mariah, totalmente o contrário.
— eu sou amiga da Anne desde criancinha, mas ela é muito insegura com tudo, poderia ser amiga das duas ao mesmo tempo, mas para Anne, não funciona assim.
— mas você não pode deixar uma coisa do momento estragar uma amizade de anos, vocês eram muito bonitas juntas. Sua nova versão, que está experimentando coisas novas pode assustar quem é apegada a você do passado, e deixar quem te ajudou a ser quem você é hoje seria golpe baixo.
penso um pouco no que ele disse.
— olha, você tem a mim, você sabe que pode contar comigo quando precisar, eu te considero muito, Olivia. E eu curto todas suas versões, até a que quer tomar banho de piscina no meio da festa.
Isso parecia um sonho, se for um sonho, não me acordem por favor, Lucas olhava para mim com os olhos castanhos, as sardas do rosto mais fortes com o sol, o cabelo molhado ao vento, as costas bronzeadas quase descascando, ele estava perfeito, diferente de mim, que parecia um rato molhado e com cabelo meio molhado, quando lembrava que estava apenas de biquíni da vontade de sumir dali, mas ele parecia não se importar com minha falta de curvas e seios pequenos.
— poxa Lucas, você é sempre muito bom pra mim, eu também te considero muito.
ele da um sorriso largo ao ouvir, de repente aquelas borboletas que evitava sentir estavam no meu estômago, Lucas olhava cada detalhe do meu rosto e quando olhou para o meus lábios colocou com cuidado uma mecha do meu cabelo que estava no meu rosto atrás da orelha, SERÁ QUE ELE QUER ME BEIJAR?
Ele abaixa sua mão e olha para a madeira do pier sem jeito.
— Olivia, eu não posso, sinto muito.
— como?
— não posso te beijar.
eu ponho minha mão na coxa dele.
— tudo bem, você tem a Josi, não curtiria ser amante mesmo.
— Josi? eu não estou com ela.
— não?
— não.
ele ri, levanta da beira do pier e anda se costas se afastando de olho no mar.— tem coragem?
— de pular?
me levanto também e vou para o lado dele— eu vou se você for.
— você vai? se você for eu vou.
— no três.
ele pega minha mão, contamos até três, corremos para dar impulso e pulamos do pier para o mar, ficamos um pouco na água boiando e assistindo o final do por do sol, depois subimos pela pedra e mais tarde ele me deixa no meu prédio e ele vai para o dele

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Como Tudo Deve Ser
Genç KurguOlivia, uma adolescente no ensino médio enfrenta o colegial com sua (talvez?) amiga Mariah e seu grande amor (platônico) Lucas. No meio de tantas festas e o final do ano chegando, ela precisa fazer de tudo para ser notada pelo Lucas. Essa história...