Como Tudo Deve Ser

8

— Olivia!... alguém acorde a Olivia por favor?
ouço a voz da professora e em seguida meu colega que senta no meu lado cutucar meu ombro duas vezes, levanto minha cabeça da mesa e abro meus olhos, ponho as mãos do meu rosto sentindo minhas bochechas marcadas.

— Olivia você está dormindo desde quando cheguei na sala, e faz tempo que estou aqui, vai jogar uma água no rosto e volte para classe.

— obrigada professora.
me levanto da cadeira ando pelos corredores vazios em direção ao banheiro desse andar.
Quando chego no banheiro vejo as faxineiras da escola jogando sabão no chão e me pedem para usar o banheiro de baixo, então ainda com sono desço as escadas, passando pelo refeitório vejo duas meninas vem volta da Milena, minha amiga, ela não parece muito bem, então em vez de ir no banheiro, vou até elas para vez se está tudo certo.

— tudo bem, Milena?
sento no outro lado da mesa de frente para ela.

— agora está.
ela responde.

— ela estava tendo uma crise de ansiedade.
uma amiga da Milena diz, eu pego a mão dela e seguro.

— como você está se sentindo agora?

— estou bem, eu juro, eu só não quero voltar para sala agora, só faltam dez minutos para o intervalo.

— que bom, quer que eu fique aqui com você?

— se você quiser ficar, pode. Eu só vou tomar uma água.
Ela se levanta,eu e as outras duas amigas também nos levantamos e fomos atrás dela até o bebedouro.

Havia três garotos do terceiro ano da Milena bebendo água e conversando em frente do bebedouro.

— e ai, Milena?
José pergunta para Milena.

— estou bem. O que vocês estão fazendo aqui em baixo?

— não estávamos afim de ouvir aquela aula.
um amigo moreno responde com um copo de plástico com água na mão.

— os zeladores desistiram de dar bronca em nós, final do ano não existe mais regras. Olha só o tanto de gente aqui.
José diz.

— se fosse em qualquer outra época estaríamos sendo mandados para sala.

— ta bom, agora eu posso pegar um copo ou vocês são donos do bebedouro?
Milena diz e José levanta as mãos como se fosse rendido e sai da frente do bebedouro.

— e todo seu, só não acabe com a água da escola.

Milena puxa um copo descartável e em seguida faço o mesmo pegando um para mim, espero a menina e as amigas encherem os copos para depois eu tomar água.

— estou indo para o pátio, amiga, você vai subir ou ficar com a gente?
Milena me pergunta indo para fora junto com as duas meninas e os meninos que ja estavam no bebedouro.

— não, não, eu vou ficar por aqui em baixo logo, podem indo que eu ja vou.
Enquanto encho meu copo um dos meninos fecha minha torneira antes da água trasbordar.

— ei garota, qual é o seu nome?
José me pergunta.

— você sabe meu nome, você me seguiu ontem no Instagram, seu nome é José não é?

— te segui no instagram?

— tenho certeza que sim.

— deixa eu ver seu perfil
pego meu celular do bolso e entro no meu perfil abrindo uma foto do feed, ele pega meu celular da minha mão e sai da foto e entrando nos meus destaques.

— hmm, foi você mesmo que segui ontem.
tomo o resto da agua,  jogo o copo descartável no lixo e pego o celular da mão dele.

— tchau garoto.
Deixo o menino lá e vou até as meninas do pátio, elas estavam me vendo no bebedouro de longe e estavam prontas para falarem alguma coisa.

— amiga, foge do José.

— a namorada dele é louca!

— é meio estranho chamar a namorada dos outros de louca, mas no caso do José é mesmo.
Milena diz.

— vocês estão me deixando assustada agora.
sento no mesmo banco que elas.

— um dia fomos numa lanchonete com a turma e a namorada dele não deixava o josé em paz, mandava mensagem o tempo inteiro e uma vez ele fez um vídeo do lugar para provar para ela que ele estava mesmo na lanchonete.

— e depois dele atender a ligação dela, ele ficou todo estranho e saiu até mais cedo da lanchonete.

— calma meninas, eu não sou amiga do josé, na verdade foi muito estranho ele falar comigo agora. eu nem quero ser amiga dele.

— pela sua paz, não seja amiga, Olivia.

o sinal do intervalo toca e o pátio se enche de alunos, volto para o refeitório para procurar a Anne mas no caminho encontro Luiz, merda, tento passar direto e fingir que não o vi, mas ele me vê e vem até mim.

— ei loirinha, você sumiu, ontem a noite esperei sua mensagem falando que ia assistir um filme comigo mas me deixou no vácuo.

— assistiu o filme sozinho?

— ainda bem que a Mariah estava fazendo nada a noite, assistimos o nosso filme favorito.

— a Mariah? e eu ainda duvidava...
falei comigo mesma.

— duvidava?

— deixa.

— pensei até que você tinha faltado hoje.

— infelizmente tive que vir. Luiz, eu preciso ir agora, a gente se vê outra hora.

— e o meu beijo?

— vai ficar para próxima! tchau.

Apresso o passo para o refeitório, o que eu estava pensando quando resolvi dar uma chance para esse menino?