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O hotel mais próximo à estação pertencia a uma pequena família, não era muito grande, mas acolhedor, pela pouca diversidade de quartos tiveram que pegar um com uma cama de casal. Satoru não tinha dito uma palavra desde o sucesso no trem, a senhora Makoto, dona do hotel, percebeu como se encontrava Gojo e ofereceu uma sopa de cortesia, para que ele se acalma-se.

- Aqui a sopa - disse Makoto entrando com a bandeja - é sopa de verdura, faz bem para o mal estar - sorriu se retirando do quarto - se ele precisar de algo avise.

Toji agradeceu e se sentou na cama, onde estava o albino olhando ao vazio - você precisa comer algo, sei que é difícil, mas não comer será pior - informou, entregando o prato a Gojo que apenas observou a comida, fazendo o mais velho respirar pesadamente, pegando de volta o prato, esfriando a pequena porção posta na colher e dando para Satoru comer.

- Sabe... isso me lembra quando Megumi ficou doente e eu não sabia o que fazer, ele ficava assim, todo mole - riu.

- Ele ainda fica - disse Gojo rindo - não mudou muito então.

- Nesta vida eu vi muitas pessoas importantes para mim morrerem, no começo eu fiquei triste e desolado, mas com o tempo as vezes eles não suportam a situação e terminam cedendo por seus instintos mais salvagens - começou contando Toji - muitos companheiros meus morreram na KGB, nem todos éramos russos, nem nós entendíamos muito, muitos idiomas, mas todos compartíamos a vontade de voltar a casa.

- O que foi fazer na KGB? - se atreveu a perguntar.

- Se comer tudo eu conto - disse Toji dando outra colher de sopa a Gojo, mas o mesmo não podia negar seu interesse em conhecer aquele homem misterioso e o passado dele, se queria estar com ele, precisava o conhecer, assim que Gojo pouco a pouco aceitou a sopa que lhe oferecia o mais velho e com algo de dificuldade a terminou por completo.

O mais velho deixou o prato encima da mesa de noite, depois levaria para a recepção e agradeceria novamente, logo olhou os profundo céu veraniego que se ilustrava empinos olhos sede Satoru, se sumergiendo em seus pensamentos, lembrando das noites frias e as conversas cálidas com seus antigos companheiros russos, mesmo tendo passado por momentos difíceis não se arrependia de nenhum dia que passou na grande Rusia.

- Muito antes de ter Megumi eu tive un primeiro casamento, onde tive uma filha, Tsumiki a qual conviveu com Megumi até seus sete anos, mas ela morava com a mãe, costumava vir fim de semana, depois disso ela deixou de vir... - disse dando uma pausa - sua mãe me ligou dizendo que Tsumiki não acordava, ela repentinamente ficou em coma, era um caso raro, pois ela sempre esteve bem de saúde, mas os médicos japoneses não podiam fazer nada - disse decepcionado - no desespero comecei a procurar outro médicos fora do país, mas nada, então foi quando recebi uma ligação de um médico russo, Ivan Yakovich, ele disse que ajudaria, mas o preço a pagar era auto do tratamento, então ele sugeriu que se ajudava o país eles garantizarían de devolver o favor, então entrei na KGB, em troca de pagar o tratamento, e Ivan realmente cumpriu sua promessa...

Um largo silêncio se produziu no quarto de hotel, Gojo não conseguia procesar tudo aquilo, queria dizer tantas coisas e ao mesmo tempo só ficar em silêncio, foi tão severo quem ele se, levar em conta nada disso, assim que o único que conseguiu fazer foi dar um forte abraço em Fushiguro. Um abraço cálido e reconfortante, o trazendo para se deitar junto a ele na cama, se acomodando em seu peitoral.

- Megumi... lembra dela? - perguntou.

- Provavelmente não, ele era pequeno, tinha cinco anos quando ela adoeceu - respondeu com serenidade - mas é melhor assim.

- Não vai contar a ele?

- Bom, ele ouviu Geto, não é um garoto burro, terá feito suas conclusões e seguramente exija saber as coisas certas, não me negarei a contar a ele se isso é o que ele quer. - respondeu sem mais.

- Precisa contar, é uma peça vital para o vosso relacionamento, desde que acolhi Megumi ele sempre se perguntava onde você estaria e eu nunca o pude responder, agora eu sei. - comentou - ele vai te perdoar, Megumi tem um bom coração.

- quantas crianças acolheu? - perguntou curioso.

- Umas quatro - respondeu pensativo, realmente não lembrava. - mas agora essas crianças já são adultos, espero que eles estejam bem e felices.

- Se você os cuidou provavelmente estejam, deve ter sido um bom tutor para eles, ainda se falam?

- Sim, Yutta está em Marrocos trabalhando, esses meses é difícil me comunicar com ele pelo fuso horário, mas ele sempre me manda fotos da cidade - comentou sorridente. - eu fui lá ver ele como surpresa!

- Deve ter sido engraçado a reação dele - Toji sorriu.

- Sim... foi um dia agradável - sorriu de volta, deixando um leve beijo na bochecha de Toji - podemos viajar para lá se quiser - sugeriu e Toji o respondeu com um beijo nos lábios.

- Toji, você não disse ao final, mas Tsumiki está melhor depois do tratamento? - perguntou esperançoso. Posando sua mão na coxa firme dele.

Mas sua pergunta o fez voltar ao silêncio em que se encontravam inicialmente, e isso só trazia ansiedade para o albino, que começou a deslizar seus largos dedos pelo cabelo liso de Toji, em forma de tentar tranquilizarlo de alguma forma, mas nem sequer sabia o que ele estava sentindo exatamente.

Querendo anímalo o beijou com carinho nos lábios, deixando beijos em sua cicatriz, que imaginava que teria ganhado a mesma quando estava na Rusia, enquanto dava sua vida pela sua pequena filha, realmente Toji não era um pai ruim, o abandono de Megumi estava justificado agora, pois sabia que se estivesse no lugar dele faria isso e muito mais, pois não suportaria ver um filho seu assim.

Gojo deitou encima de Toji cobrindo a ambos com a cálida coberta lilás com flores, sentindo a respiração tranquila do mais velho, o albino não se atrevia a perguntar mais nada em relação a menina, sentia que faria apenas abrir mais a ferida, mais do que podia estar aberta.

- Ivan me chamou quando estava em Petersburgo, disse que podia voltar para casa, eu não o compreendi, desesperado voltei a Moscú, sendo recebido pelo médico na porta do hospital - laboratório - deu uma pausa - mas, não serviu de nada, Tsumiki estava completamente coberta por um fino lençol branco, em um quarto afastado dos demais, Ivan me abraçou para me consolar, mas Tsumiki já tinha falecido, não tinha nada que pudesse fazer, o tratamento fez muitas pessoas acordar do coma, mas a minha menina preferiu continuar dormindo - respirou pesadamente - para sempre.






AUTORA ON

............ chorei escrevendo este capítulo.

O que acharam? Esperavam esse final?

Desculpa qualquer erro ortográfico e até o próximo capítulo .

BAD FATHER  || Tojisato e SukufushiOnde histórias criam vida. Descubra agora