⋆ ✧ ˚ Kento Nanami · .

6 ˖⋆ ✧ ˚ Kento Nanami · .

Caminho pelas ruas do subúrbio de Tóquio, com Anrie ao meu lado a uma distância desnecessariamente longa.
Desde que a cumprimentei ao nos encontrarmos na Escola Jujutsu,ela não disse nenhuma palavra. O que para mim não é um problema e por isso escolho deixá-la a vontade em sua própria mente.

- Você voltou a quanto tempo?

Pergunta despretensiosamente, finalmente me dirigindo o olhar que faço questão de retribuir.

- Como sabe que "voltei"?

Anrie é o mais novo membro do clã dela. Quando entrei no jujutsu ela ainda era uma menina e só ouvi falar sobre, depois que saí e voltei novamente, então, ela saber disso justifica minha questão. Provavelmente,Anrie andou falando sobre mim,o que insistentemente me instiga a querer saber porquê.

Ela pressiona os lábios, entendendo onde se meteu.

- Converso com meu irmão sobre a escola.

Seu tom deixa evidente a intenção de que ela quer que eu saiba que essas conversas não são sobre mim.

- Já faz um ano.

Depois que respondo sua pergunta é a minha vez de questionar Anrie,por algo que claramente não me convém,mas,que tenho pensado de maneira recorrente.

- O que houve com seu irmão?

- Não falo do meu irmão.

Responde rápida e instintiva.

- Desculpa. Não quis soar rude.

- Tudo bem.
Só fique preocupado, afinal vocês pareciam alterados.

Seus passos cessam abruptamente enquanto sua cabeça se move de um lado para o outro procurando por algo.

- Tem alguma coisa aqui.

Despeja ao sair caminhando ao passo de correr, entrando em um terreno inabitado,cercado por grama vívida que envolve o casarão a nossa frente com trepadeiras.

Corro, tomando sua frente e agora com atenção posso sentir a energia amaldiçoada que exala de algum lugar.
No entanto, está muito difusa em todo o ambiente,como se houvessem falhas na dispersão de energia.

- Não acho que seja uma maldição.
Provavelmente é um objeto.

- Mas se há um objeto, logo atrairá uma maldição.
Vou procurar em cima.

Dispara ao caminhar subindo alguns degraus,mas, não me parece ser a melhor ideia deixá-la ir sozinha.
Então, eu a sigo e ela me lança um olhar complacente.

Seguimos por alguns degraus tomando o devido cuidado com o iminente barulho das tábuas já desgastadas da velha escada. Passamos por um corredor e logo por outro um pouco mais longo, enquanto a mantenho sempre ao meu lado.
Não quero que haja nenhum imprevisto.

- Aqui.

Declaro,num sussuro para que apenas ela possa me ouvir e acena em confirmação.
Os olhos grandes e escuros fitos nos meus a uma pequena distância ao olhar por sobre o ombro.

Abro a porta de uma vez e fico irritado só com a imagem a minha frente.
Meu desejo é inutilizar olhos e ouvidos a partir de agora.

- O que pensa que está fazendo aqui?

Posso sentir Anrie tentando espiar através de mim e encontrar Satoru com o que dever ser o objeto amaldiçoado do qual a energia emanava.
Assim que ele vê a figura de Anrie,posso observar seu sorriso brilhar em curiosidade.

- Ah, Olá.

Satoru caminha a passos lentos e maliciosos para mais perto de Anrie que não recua.
E isso me causa aborrecimento.
Observo ele pegar sua mão e levá-la aos lábios depositando um beijo no seu dorso.