Uma Mulher

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         O sangue entre as pernas de Sakura estava quase completamente seco, as criadas a tentaram convencer a tomar um banho, mas ela queria apenas ficar deitada na cama. Sasuke ainda não tinha ido ao seu encontro, ela só não sabia se aquilo era bom ou ruim, ele a culpava pelo que tinha acontecido? Ele ainda não sabia? Iria despaxar ela devolta a Rússia para uma morte certa? Não havia como saber.

     Ela já havia parado de chorar, afinal, não sabia se era possivel ainda haver uma gota de água em seu corpo depois de tantas lágrimas que derramara momentos antes. De forma bem objetiva, ela queria ter sangrado até a morte junto com seu filho. Como uma coisa que ela nem havia conhecido poderia lhe causar tanto sofrimento?

     Ela ouviu a porta se abrir, de alguma forma sabia que era Sasuke, "você matou meu filho", ela pensou que ele diria, mas ele não falou nada, apenas ficou parado em frente a porta, a observando. Sakura já podia sentir os olho começando a lacrimejar, aquilo respondeu sua duvida sobre se ainda conseguiria chorar, ela ouviu os passos dele se aproximando da cama, não sabia o que ele faria ou diria, mas a ação de Sasuke a surpreendeu, ele se deitou ao lado dela na cama e passou seu braço por cima da cintura dela, segurando a mão de Sakura.

     Sua mente a mandava se afastar, mas seu corpo não estava disposto a isso, ela queria o odiar, mandar que fosse embora e que nunca mais voltasse, mas no fundo, sabia que não era culpa dele, e nem dela também. Eles ficaram calados, a única coisa que podia ser ouvida eram suas respirações pesadas, nenhum deles sabia o que dizer, e tão pouco queriam, mas no fundo, sentiam o que cada um queria tranmitir em palavras, eles ficaram apenas deitados, sabiam que se passava apenas de minutos, mas pareciam horas.

– Eu sinto muito – Sasuke finalmente disse, quebrando o silêncio, Sakura soltou um suspiro, já podia sentir as lágrimas escorrendo pelas laterais de seu rosto – Foi minha culpa...

– Não, não foi – Ela o interrompeu – Claro que se não tivesse a seguido as coisas seriam diferentes, mas não foi culpa sua.

– Desculpe – Ele disse, a abraçando com mais força – Eu deveria ter vindo antes...

– Nós dois precisavamos de um tempo para pensar. Não estou com raiva de você, muito menos chateada, não precisa se desculpar.

     Nenhum deles disse mais nada, mas Sasuke a virou para que ficasse de frente para ele e a abraçou, fazendo com que o rosto de Sakura afundasse em seu peito, ele deu um beijo no topo da cabeça dela e então disse:

– Eu também não te culpo, e gostaria que não o fizesse – Ele pediu a ela.

– Se eu tivesse controlado meus sentimentos... – Ela sentia um mar de lágrimas se formando em suas pálpebras.

– Sakura, não – Ele a repreendeu – Você já passou por muita coisa nos últimos mesês, não quero que fique mais afetada do que já está.

     O problema é que ainda iria doer, iria doer muito, tanto para um quanto para outro, mas eles não poderiam fazer mais nada, as coisas acontecem porque tem de acontecer, claro que algumas poderiam e podem ser evitadas, porém, nada mais poderia ser feito.

– Pensei que ficaria com raiva de mim – Ela disse – Que iria me mandar devolta a Rússia.

     Ele tocou o queixo dela e elevou seu rosto, para que ela olhe em seus olhos.

– Como poderia pensar algo assim? – Ele pergunta a ele com um tom de indignação, e então, volta a abraça-la – Sakura, eu nunca faria algo do tipo com você.

– Desculpe – Ela pediu, soltando um pequeno riso irônico em forma de sopro pelas narinas – Parece até que eu não te conheço.

     Sasuke suspirou, ele não ficou com raiva dela por pensar aquelas coisas, afinal, momento desesperados causam pensamentos desesperados, ele só queria que ela ficasse bem, que confiasse nele como merido, mas ele não poderia julga-la, também pensaria coisas assim se algo do tipo o acontecesse.

– Eu te amo, Sakura – Ele disse em um sussurro – E vou continuar te amando não importa o que aconteça.

     Sakura sentiu um peso sair de suas costas ao ouvir as palavras de Sasuke, derrepente, tudo em torno deles tinha desabado e só havia eles dentro de uma bolha, todas as preocupações e medos haviam sumido, estavam somente eles em e quarto vazio com uma cama ensanguentada.

– Eu também te amo – Ela disse, por fim.



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