Capítulo 23. Feiticeiros

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   Quando finalmente expeli aquele monstro de dentro de mim junto ao dedo de Sukuna, senti parte da minha energia diminuindo. Eu havia absorvido a energia do dedo de Sukuna quando o consumi, mas aquele ser parecia algum tipo de esponja quando se tratava de itens amaldiçoados.

— Aí está. — Mahito pegou o dedo e o encarou, ele tinha tanta vontade de consumi-lo quanto eu.

— Vai se arrepender disso. — Disse entredentes tentando me levantar, ele se agachou e sorriu.

— Eu não pretendo fazer o que acha que vou fazer. — Apontou para o meu nariz, o encarei. — Isso aqui faz parte de um plano. Você pode fazer parte se quiser, afinal, somos família.

— Eu prefiro morrer.

— Então seu desejo é uma ordem. — Ele se aproximou e levantou-me pelos cabelos, tentei me soltar mas estava muito fraca. — Brincadeirinha.

Mahito me soltou, caí no chão novamente. Geto surgiu acompanhado de outras duas maldições, eles me analisaram da cabeça aos pés.

— Ela se parece muito com uma humana, e ainda viveu com eles. — A primeira maldição disse, Geto esboçava um sorriso generoso em seu rosto. — Tem certeza que ela vai ser útil?

— Eu tenho.

— Eu nunca vou me juntar a vocês! — Gritei, eles não expressaram reação, como se não estivessem esperando que me juntasse. Mahito me levantou no ar e segurou-me pelos braços, tentei me soltar mas ele tinha uma força surreal.

— Tão fraca... que desperdício. — Uma das maldições disse. De repente outro garoto apareceu, ele tinha marcas no rosto e o cabelo preso.

— Choso. Já conheceu minha irmãzinha? — Mahito perguntou, ele não expressou reação, parecia cansado.

— Quando vamos encontrar Yuji Itadori e Satoru Gojo? — Choso perguntou mudando de assunto e ignorando completamente Mahito.

— Em duas noites. Vamos fechar o metrô do centro da cidade, está tudo pronto. — A maldição lhe respondeu, Choso afirmou e cerrou um dos punhos.

— Quero matar Yuji Itadori com minhas próprias mãos.

— Você pode tentar, mas ele vai acabar com você! — Gritei de volta, ele se aproximou e segurou minha camiseta.

— Eu vou arrancar a cabeça dele e exibir na sua frente. — Seu olhar era tão despreocupado, como se ele realmente soubesse o que estava prometendo. Engoli em seco.

— Deixe ela ir. — Geto pediu, Mahito me deixou cair de volta no chão. Me levantei e recuei sentindo meu corpo leve.

— Tem certeza? Ela vai contar dos nossos planos.

— Esse é o plano. — Mahito sorriu e cruzou os braços diante de mim, engoli em seco, ele notou meu hesito. — Anda, sai logo daqui ou eu acabo com você.

TA ESPERANDO O QUE? ANDA LOGO AKIKO! — Aoi gritou em meu subconsciente, dei as costas e tropecei, caí de cara no chão.

Me levantei e corri, mesmo mancando, pelo que pareciam ser túneis de esgoto mal vistoriados. Quando saí, a luz do Sol percorreu meu corpo deixando meu rosto mal acostumado e meus olhos quase sem vista. Quase fui atropelada, estava no meio da rua, alguns pedestres passavam me encarando com um olhar de estranhamento.

— Cuidado! Sai da frente! — O homem no veículo disse bem na minha frente, ele buzinou duas vezes antes de me mover.

Comecei a correr olhando para todos os lados, pensando sobre todos os eventos que me ocorreram até aquele momento. Quem era Geto? Ele realmente era o meu pai?! Então Gojo sabia de tudo? E aquela maldição, todas aquelas maldições e suas energias... o dedo. O dedo de Sukuna agora estava sobre o seu poder.

BLOODBURN, Megumi FushiguroOnde histórias criam vida. Descubra agora