Capítulo 15. Compreensão

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Estamos indo ao cinema, quer ir também?

— N-na verdade eu só passei para dar um oi, preciso ir até a estação de metrô. — Ela apontou para trás, Nobara apoiou o rosto em suas mãos.

— Leva ela até lá Itadori, a gente vai indo até a sessão.

— Ta legal, mas nem pensem em assistir sem mim. — Ele apontou, nos levantamos e Megumi colocou suas mãos em seus bolsos.

— Eu nem quero assistir. — Ele disse, suspirei profundamente.

— Vocês dois, vamos indo, temos que comprar pipoca ainda. — Nobara nos puxou para fora, deixamos a cafeteria e seguimos por caminhos diferentes.

— Então, o que acharam da Ozawa? Ela é muito bonita, e o Yuji disse que gosta de garotas altas. — Ela dizia, analisando a situação.

— Eu acho que ele nem notou que a colega de classe tem um crush por ele.

— É verdade! Será que é desde a escola? — Ela dizia quando praguejou. — Que droga, nem peguei o número dela, agora nunca vamos saber.

*

  Um pouco mais de meia-hora se passou, Itadori estava demorando para chegar ao cinema. O filme estava prestes à começar, então decidimos pegar a pipoca e o refrigerante.

— Mas que saco, por que ele ta demorando tanto? — Nobara dizia batendo os pés, depois me entregou um balde e puxou o celular do bolso. — Mas que droga Itadori, cadê você?!

— Não que eu me importe, mas a sessão vai começar. — Megumi resmungou, olhei em volta e peguei meu celular para verificar a hora.

— Vão na frente, eu vou ligar pro Itadori. — Nobara puxou o celular mais uma vez e virou-se. Dei de ombros e fui em direção a sala com um balde de pipoca e refrigerante, Megumi fez o mesmo e veio logo atrás de mim.

Assim que entramos, o filme começou a passar. A sala estava em um breu completo, era difícil de enxergar os degraus. Tropecei e quase caí por cima da pipoca, Megumi passou a mão pela minha barriga e me segurou antes de chegar ao chão.

— Tem luzes vermelhas no chão pra você pisar. — Ele apontou com o queixo, me virei e quase colamos nossos rostos. Arregalei os olhos e meu rosto ficou vermelho feito pimenta, tenho quase certeza de que Megumi podia sentir meu coração palpitando.

Acertei uma cotovelada na costela de Megumi, ele ficou roxo e me soltou gemendo de dor, algumas pessoas pediram silêncio.

— Meu deus, me desculpa! Você ta bem? — Sussurrei, ele olhou pra mim com uma expressão séria. — E-eu me assustei...

— Sem problema. — Ele subiu na minha frente e se jogou no lugar com a mão pressionando a costela. Me sentei ao seu lado levemente envergonhada, comi uma pipoca.

Tentei me esquecer do que havia acabado de acontecer. Quando comecei a prestar atenção no filme, a história começou a parecer interessante. Mais vinte minutos se passaram e não tive nenhum sinal de vida de Itadori e Kugisaki, apesar de estar totalmente concentrada a ponto de me esquecer deles. Megumi por outro lado, se pegou verificando o telefone, ele havia recebido uma mensagem de Nobara.

"Itadori se atrasou e me fez comprar ingressos para a próxima sessão. Se liga, não façam nada que eu não faria. 😏"

Ele levantou o celular e olhou para o lado para chamar minha atenção, mas parou assim que percebeu os meus olhos fixados na tela. Eu estava tão empolgada que meu corpo havia se enclinado para frente, tentando chegar mais perto.

BLOODBURN, Megumi FushiguroOnde histórias criam vida. Descubra agora