Capítulo 7. Alma

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   Caminhei até o casal de amigos fofinhos, Nobara acenou para mim e arregalou os olhos.

— Nossa, seu cabelo estava sujo assim ou é impressão? — Apontou, joguei meu cabelo para trás.

— Realmente, foi revigorante lindinha. — Me aproximei e passei a mão por cima do seu ombro. — Esse fofinho é o receptáculo do Sukuna não é?

— Por que você ta falando assim? Você bebeu? Nem nos chamou. — Nobara cruzou os braços, me afastei e coloquei as mãos nos bolsos.

— É verdade. Esqueci que ela é bem sem sal. Eu faço o que? Jogo os cabelos pra frente assim, e fico torta. Deus, essas costas. Eu poderia ser modelo se tivesse a chance, mas cresci como uma alma penada, literalmente. — Soltei uma gargalhada, Yuji e Nobara estavam me encarando preocupados, sem saber o que aconteceu.

— Vocês estão aí. — Me virei e me deparei com Megumi, ele parecia completamente normal, como se nada tivesse acontecido.

— Você sobreviveu mesmo. — Cruzei os braços, senti meu nariz escorrer.

— Tem um pouco de sangue aí. — Yuji apontou, esfreguei o braço, limpando o sangue no tecido.

— Agora eu entendi, eu também teria raiva desse rostinho bonito. — Soltei uma risada frouxa, Megumi franziu o cenho. — Nossa que fome, vamos comer?

— Está falando daquele sashimi? — Megumi perguntou, Nobara e Yuji trocaram olhares preocupados.

— O que ta rolando com esses dois?!

— Sashimi? Não. Eu quero algo com tentáculos e bem vivo de preferência. — Dei outra risada e enrolei meu braço no de Megumi, ele me fuzilou com os olhos. — Anda, me leva pra jantar fofinho.

— O que há de errado com você? — Ele continuou andando com suas mãos no bolso, Yuji e Nobara vieram logo depois trocando olhares aterrorizados.

— Comigo? Nada. Nadinha.

*

Chegamos em um restaurante, o Sol estava se pondo e o céu parecia uma cor de salmão escurecida. Sua luz entrava pela vidraça iluminando nossos pratos, Yuji levantou um pedaço de tentáculo na altura dos olhos.

— Vocês têm que provar isso, é uma delícia. — Puxei o prato para perto, Nobara estava tão assustada que queria desaparecer no banco.

Peguei um tentáculo, ainda se movendo, e levantei na altura da boca, ofereci para Megumi.

— Não, obrigado.

— Ta bom. — Abri a boca, meus dentes ficaram afiados. — Vocês não sabem o que estão perdendo.

Enfiei o palito na cabeça da lula e a puxei para cima, o shoyu em volta do prato escorreu pelos tentáculos. Puxei um dos tentáculos feito macarrão e mastigue como chiclete, a lula se desfez facilmente nos meus dentes afiados.

— Aqui, seu saquê. — O funcionário entregou duas garrafas na nossa mesa, Yuji arregalou os olhos.

— Aí amigão, ela é menor de idade, quer ser preso? — Yuji repreendeu, peguei a garrafa e a virei de cabeça pra baixo, esfreguei meu cotovelo.

— Menor o cacete. Que saudade de álcool, é fermentada há quanto tempo? Não aceito menos de sessenta dias.

— O-o máximo é trinta senhorita. — Ele disse e baixou a cabeça, abri a garrafa e enchi três copos.

— Para, vamos aproveitar. Se ela quer beber eu também vou! — Nobara pegou um dos copos, apontei para o seu rosto.

— É assim que se fala lindinha.

BLOODBURN, Megumi FushiguroOnde histórias criam vida. Descubra agora