[Carvalho]

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O intervalo logo chega, Fyodor está indo em direção ao um lugar mais calmo para passar o tempo e tentar ter paz em sua mente tão conturbada. Acaba por ficar em um canto afastado do pátio onde uma enorme árvore de carvalho antigo está.

Com um pequeno livro em mãos, o russo caminha até a alta árvore e se senta em baixo, em seguida apoia o livro agora aberto sobre suas pernas e começa a ler. Realmente um dos poucos jeitos que consegue fazer sua mente esquecer um pouco de seus pensamentos.

Preso as palavras escritas naquele livro não percebe a aproximação repentina de um albino com um sorriso animado em seus lábios.

- Hoje você não tá triste, que maravilha- a voz num tom açucarado e empolgada se faz presente no ambiente

- Oi pra você também - diz tirando sua atenção do livro e olhando para os olhos heterocromáticos do jovem a sua frente

- Oi~- diz se sentando ao lado do russo empolgado.

- Você vai me perseguir até quando?- questiona um pouco incomodado com a insistência do albino em querer ter a companhia um do outro

- Até eu enjoar de ficar com você!- diz levando o seu olhar para as folhas presas nos longos galhos da árvore

- Certo- diz meio intrigado, já que realmente não esperava essa resposta do jovem.

Os dois permanece em silêncio apenas o som abafados dos outros alunos ao longe se fazia presente naquele momento. Fyodor percebe uma inquietação de seu ômega, e isso o deixa meio confuso, talvez esteja desconfortável com a presença do alfa ao seu lado, mas ignora isso prestando atenção no que está lendo.

O tempo passou até que rapidamente, e isso foi percebido por Dostoiévski ao ouvir o sinal tocar dando o retorno das aulas finais. Os dois adolescentes se levantam sem trocar nenhuma palavra e cada um vai para sua sala normalmente. Fyodor volta ao seu lugar de sempre na sala e guarda o livro dentro de sua mochila.

- Quem diria, que esse tempo todo você está passando o intervalo com o Nikolai - diz Dazai olhando com um olhar de malícia para o russo que faz uma cara de nojo.

- Que, não é nada disso, ele só fica me perseguindo nada mais!- diz irritado com o pensamento explícito que o acastanhado teve de sua pessoa e a do albino

- Sei - diz e em seguida ri do moreno que revira seus olhos - Mas vai me dizer que não têm algo a mais nisso, afinal um alfa querer tanto assim a amizade de alguém, têm algo a mais- diz pensativo e em seguida dá um sorriso travesso ao vê os olhos levemente arregalados do russo.

- Como?- questiona olhando agora com ódio para Osamu

- Li sua ficha enquanto Sigma fazia o cadastro do Karma no sistema, sinceramente se não fosse isso nunca imaginaria que você é um ômega - diz ficando um pouco pensativo sobre como o russo consegue esconder tão bem seu segundo gênero.

Por outro lado, o moreno solta um suspiro aliviado, bom um pouco né, pois não sabe o que o acastanhado pode fazer com essa informação.

- Só não saí falando pra deus e todo mundo, já tenho muitos problemas com isso - diz olhando seriamente para o acastanhado.

- Não se preocupe, minha boca é um túmulo - diz levantando a mão até a altura da bochecha como se fizesse um juramento.

Fyodor nada disse, apenas voltou a sua atenção a janela ficando um pouco pensativo, nada de importante, apenas pensamentos tolos abrigando sua mente.

- Mais ainda acho que o Nikolai está interessado em você - comenta Dazai levantando suas mãos em forma de que tivesse se rendendo.

- Por que tem tanta certeza disso, mal nos conhecemos, não tem nem como isso ocorrer - diz olhando com certo tédio para o acastanhado enquanto cruza seus braços encostando suas costas na cadeira.

- Bom, talvez ele esteja tentando te conhecer melhor pra isso, afinal é normal um alfa querer um ômega - diz deixando um pouco o russo confuso - Pense comigo, por que raios um alfa iria querer amizade com um ômega e ainda insistir nisso. - diz o acastanhado na tentativa de explicar sua linha de raciocínio

- Literalmente você é um alfa que fez drama por que eu disse que não te considerava um amigo- diz lembrando do dia anterior a dor de cabeça que teve por causa do acastanhado.

- Isso é irrelevante, sem falar que eu já tenho um ômega pra mim!- diz se justificando desse argumento vindo do russo.

- De um jeito ou de outro, eu não do a mínima pra isso - diz o russo nem um pouco interessado no assunto

- Tá bom, tá bom - diz Dazai se virando para frente.

Logo o professor entra na sala e a aula começa normalmente e os dois não trocam mais nenhuma palavra durante as últimas aulas.

[...]

Após as aulas e a limpeza da escola, Dostoiévski está sendo acompanhado por Dazai até a escola de Karma. O acastanhado está falando ou melhor reclamando de um certo ruivo.

Fyodor nem presta atenção no que o acastanhado tá falando, apenas está com um dos fones em seu ouvido, para que o acastanhado percebesse.

Não demora muito para já verem a instituição onde Karma estuda, os dois caminha até lá, Dazai apenas fica no portão da instituição observando Fyodor entrar dentro da escola em busca do ruivo.

Dostoiévski observa os inúmeros pré adolescentes naquele ambiente enquanto procura pelo ruivo. Fyodor começa a sentir um pequeno aperto no peito ao não encontrar o garoto, até que sente alguém abraçando sua cintura, ao olhar para vê quem é o responsável por isso, apenas fica surpreso ao vê Karma lhe abraçando.

- Vamos?- questiona um pouco desconfortável com o abraço do garoto, talvez por nunca ter recebido tal afeto de ninguém.

- Sim!- diz dando um leve sorriso, em seguida os dois andam em direção ao portão vendo Osamu os esperando.

- Que linda relação de pai e filho - comenta o acastanhado com um sorriso divertido nos lábios

- Não começa - diz irritado com os comentários desnecessário de Dazai

- Baixinho chato - diz enquanto os três agoram andam em direção ao prédio em que moram.

O caminho de volta pra casa foi calmo, Fyodor ouvia a conversa entre Dazai e Karma, que conversavam sobre um jogo comum que gostavam, aparentemente o acastanhado havia dado um gemeboys retro, sem que o russo soubesse, mas com a conversa o Dostoiévski já havai descobrido, mas não se importou muito com isso.

Ao chegar no prédio, cada um vai para seu apartamento, Osamu estava meio atrasado com um encontro com seus amigos, então não enrolou muito para ir ao seu apartamento. Agora está apenas Fyodor e Karma no apartamento que dividem.

O ruivo está na sala fazendo lição de casa, enquanto isso o russo conversa no celular com alguém, e Karma percebe a inquietação e desconforto do mais velho ao conversar com essa pessoa.

[Continua?]

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