Fyodor sente cada vez mais dificuldade para o ar entrar em seus pulmões, mas não iria se permitir chorar, não tinha esse direito, não tinha o direito de se sentir vulnerável e frágil.
- Aconteceu algo pro ratinho tá triste?- uma voz meio animada e irritante soa pelo ambiente, o russo sente uma mão tocando sua bochecha limpando as lágrimas acumuladas em seus olhos.
- O que?- diz o russo levando sua atenção ao albino confuso pelo ato do maior.
- Vamos, diga por que está tão tristinho - diz o albino dando um leve sorriso
- Sério isso, mal nos conhecemos - diz Dostoiévski afastando seu rosto das mãos do maior.
- Bom, temos que começar nossa amizade de um jeito - diz o albino rindo disso e se sentando ao lado do moreno
- Você realmente é insistente sobre isso - diz olhando para o outro que ri.
- Exatamente, mas não finga que não me conhece, conversamos bastante ontem - diz lembrando do dia anterior.
- Eu só não tô no clima de conversar - diz o russo não dando muito importância pelo o que o albino disse
- Tudo bem - diz o albino.
Os dois ficam em silêncio, um silêncio bem estranho e desagradável para Dostoiévski que apenas queria ficar um pouco sozinho, mas agora tem a companhia de Nikolai o qual observa o céu em silêncio.
- Você realmente vai continuar aqui?- diz tentando não parecer mal educado, mas realmente não quer a companhia de ninguém
- Sim - responde e em seguida o silêncio retorna ao ambiente.
Os dois ficaram sentados um do lado do outro sem falar nada, até que o sinal toca anunciando o fim do intervalo e o retorno das aulas. Os dois se levantam e caminham juntos até suas salas.
- Até mais ratinho - diz o albino e em seguida entra na sua sala de aula.
Fyodor nada diz, apenas entra em sua sala de aula e se senta em seu lugar ficando em silêncio para o começo da aula.
- Feyda, podemos conversar depois?- questiona Osamu se aproximando do russo
Dostoiévski não diz nada, permanece em silêncio, realmente não está afim de olhar para a cara do acastanhado o qual entende isso e volta para seu lugar se sentindo um pouco culpado por ter dito aquilo para o russo.
[...]
O fim das aulas logo chegam, Fyodor está fazendo sua parte da limpeza em silêncio, teria que passar no mercado após buscar Karma em sua escola, então faz uma pequena lista em sua mente sobre o que precisa comprar.
Está com seu fone de ouvido escutando qualquer música na playlist aleatória, na intensão de ninguém vim lhe incomodar enquanto permanece em seu pequeno mundo.
Terminando de limpar o corredor, o russo guarda os materiais de limpeza no armário que havia ali, até que vê a figura acastanhado distante se aproximando aos poucos de si.
- Nem adianta fugir - diz num tom ato, fazendo com que o russo consiga ouvir a voz abafada pela música do Osamu.
Fyodor suspiro e tira seus fones tendo toda sua atenção voltada para o acastanhado.
- Fale logo, tenho que busca o Karma - diz irritado, possivelmente do que ouve mais cedo.
- Queria pedir desculpas por aquilo, não era minha intenção te machucar, só que fique magoado por você não me considera seu amigo e age totalmente diferente com aquele mulher que acabou de aparecer - explica o que ouve e o desentendimento dos dois.
- Não precisa pedir desculpas, a culpa é minha - diz passando pelo acastanhado e indo pegar sua mochila que está num canto no chão
- Sério?- diz meio confuso e aliviado por não ser o "vilão" da história
- Sim, eu que foi o tolo em confiar em alguém - diz colocando seus fones novamente no ouvido e indo embora deixando Dazai realmente espantado com isso.
[...]
Karma realmente havia gostado do seu primeiro dia de aula, mesmo tendo bastante dificuldade por não saber ler e escrever, acabou descobrindo coisas novas e também fez alguns amigos, três deles havia conhecido no dia anterior, mas isso não muda o fato de finalmente está tendo uma nova vida sem ser usado e servir como isca da máfia.
Agora o ruivo se encontra conversando com alguns colegas de sua classe enquanto espera por Dostoiévski. Kyouka Izumi, uma garota de cabelos negros e compridos logo se despede do grupo ou ver um albino de olhos bicolor a esperando na entrada.
- É seu novo amigo?- diz o albino dando leve sorriso ao ver o novo integrante do grupo de amigos da morena
- Sim - responde a morena
- Eu acho que já vi o moço antes - cometa o ruivo observando o albino
- Acho que foi ontem no almoço na casa do Tanizaki - diz o albino lembrando de ter o visto brincando com as outras crianças
- Você também é amigo do Fyodor?- diz com um leve brilho nos olhos
- Mais ou menos - diz lembrando de não conversar muito com o russo.
- Karma?- a voz de Dostoiévski se faz presente, o mesmo está procurando o ruivo entre os demais alunos
- Tenho que ir, Tchau Kyouka, tchau parente da Kyouka - diz o ruivo se despendido dos dois e indo até o russo.
- Onde você estava?- questiona levemente irritado por ter não encontrando o ruivo
- Tava conversando com uma amiga e o parente dela - explica sorridente
- Você é rápido em fazer amizades - comenta enquanto os dois andam em direção ao um mercado
- Eu sei - diz lembrando dos demais alunos que havai se dado bem
- Bom, temos que passar no mercado antes de ir prá casa, então quer comer algo antes das compras?- diz preocupado se o ruivo está com fome
- Podemos?- diz com os olhos brilhando
- Claro - diz não se importando muito e também já se prevenindo de não ter que fazer a compra com o jovem reclamando de fome.
Então antes de passarem no mercado, os dois vão até uma cafeteria que ainda estava aberta para comerem algo. Bom acabou que Karma só pediu um achocolatado e alguns bolinhos de morango e Fyodor um café amargo, já que fazia tempo que não tomava o líquido quente, talvez para tentar não passar as noites em claro por culpa da cafeína.
Dostoiévski até se senta mais tranquilo ao lado do garoto, é uma ótima companhia, e falando de companhia. Fyodor lembra do pequeno tempo que ficou com Nikolai em silêncio observando o céu, mesmo que o silêncio entre os dois era desconfortável, a companhia do Gogol foi até que reconfortante de certo modo.
Em meio a tudo isso, o pequeno desentendimento entre Dazai e Fyodor havia sido esquecido pelo russo, agora o mesmo está ocupado tendo um momento calmo e reconfortante com Karma naquela cafeteria.
[Continua?]
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Meu belo russo
Fiksi PenggemarMudar para outro país na tentativa deixar a ideia de ser gay, uma ideia obrigada por parte de seu pai. Fyodor acaba descobrindo que esse lugar em que irá viver vai muda sua vida e seu jeito de pensar completamente.