[Terapeuta]

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Quarta - feira já havia chegado, com isso apenas dois dias para o fim de semana. Fyodor faz sua rotina normalmente, toma os remédios de cio, toma banho, coloca uniforme e toma seu chá. O trajeto de seu apartamento ao colégio não foi calmo e quieto como nos outros dias. Havia dado o azar de morar no mesmo prédio que um extrovertido.

- Feya me espera - diz correndo atrás do russo que se virá para trás vendo Dazai saindo do prédio - Vamos juntos até o colégio - diz animadamente, como alguém consegue ficar feliz as 6:30 da manhã?

- Acho que não tenho escolha - diz sem ânimo algum

- Exatamente - diz e em seguida puxa o russo em direção ao colégio.

O caminho todo não tinha toda aquela paz que desejava, agora tinha um moreno falando um monte ao ponto de Dostoiévski não acompanhar o que o outro diz.

Chegando na intuição, Fyodor é novamente arrastando pelo Osamu até o grupo de estudantes. A paz que o russo queria para começar o dia acaba quando Dazai decide ir com sigo até o colégio.

Novamente o moreno não presta muito atenção no assunto que está sendo tratado entre o grupo, na verdade o livro que havia trazido com sigo é muito mais interessante do que qualquer outra coisa.

- Fyea? Jerry? Ratinho? StuartLittle ? Fyodor? DOSTOIÉVSKI!- grita praticamente no ouvido do moreno.

- Que foi?- diz irritado passando a mão em sua orelha por quase ter perdido a audição

- Tô te chamando a 5 minutos - diz Dazai cruzando os braços

- Tá, o que você quer - diz fechando o livro em mãos

- Deu o horário da aula - diz cruzando os braços

O russo olha em volta e vê que está praticamente vazio o lugar, realmente perdeu a noção do tempo lendo. Rapidamente os dois morenos saiem do pátio e vão até suas salas, felizmente eles chegaram junto ao professor então não estão tão atrasados.

[...]

Novamente o horário onde Fyodor simplesmente não consegue ficar em paz se faz presente, mas dessa vez o moreno foi mais esperto e saio sem Dazai perceber e foi até a biblioteca.

Chegando no local, o russo entra e começa a procurar por algum livro, como nenhuma surpresa todos estão em japonês então, o moreno se vê obrigado a ter que usar o tradutor se quiser ler algum livro daquele lugar.

Pegando um livro o qual a capa lhe chama atenção, Dostoiévski vai até uma das mesas mais afastadas da biblioteca para se sentar. Achando uma das mesas vazias o russo se senta e abre o livro.

- Fyodor Dostoiévski - uma fala seu nome num tom até intrigante.

Olhando para a frente o russo vê um homem aparentemente alfa talvez, cabelos longos e brancos e olhos vermelhos lembrando rubis.

- Posso ajudar em algo?- diz prestando atenção no albino a sua frente.

- Talvez - diz puxando na cadeira e se sentando a frente do moreno

- Ok ...- diz não gostando muito da atitude do outro a sua frente.

- Me diga, qual seria o motivo pelo qual você veio para cá?- diz aparentemente curioso, o que deixa o russo intrigado pela pergunta

- Motivos pessoais, agora me diga, por que está tão curioso sobre isso? - pergunta observando atentamente o albino

- O mesmo motivo que o seu - diz percebendo que o Dostoiévski havia entrado em seu jogo, como esperado.

- Entendo, você gosta de jogos psicológicos - diz deixando o albino surpreso pelo fato de ter percebido o seu "joguinho"

- Parece que achei alguém da minha altura para jogar - diz dando um sorriso sádico enquanto observa o russo.

- Devo dizer o mesmo - diz devolvendo esse sorriso.

[...]

O fim da tarde logo se faz presente, Fyodor está fazendo sua parte da limpeza, até que seu celular começa a tocar, o moreno bufa vendo que é aqueceu de silenciar o aparelho.

O russo pega o celular e atende a ligação sem ver possa ser.

- FEYDA!- alguém grita do outro lado da linha deixando o Dostoiévski quase surdo

- FILHA DA PUTA - diz irritado afastando o aparelho de sua orelha

- Rato onde tu tá?- pergunta ainda num tom animado, que animação

- Tô terminando a limpeza - diz tentando não parecer que está irritado

- Posso ir na sua casa?- diz e dessa vez não havia animação, e sim receio?

- Por qual motivo?- diz presentando no que o Osamu fala

- Eu ... Só diga sim ou não - diz, é evidente o fato que o moreno quer esconder algo, sua voz entrega tudo.

- Assim que terminar aqui mando mensagem - diz pronto para encerrar a chamada

- Isso é um sim?- a voz do outro se faz presente no ambiente

- Até - fala e em seguida desliga e silencia o celular e volta a limpeza.

[...]

A porta e aberta e dois jovens adentram o apartamento, Fyodor fecha a porta enquanto Osamu se senta no sofá.

- Você mora sozin?- questiona o moreno

- Sim - diz deixando a chave do apartamento em cima da mesinha de centro

- Ah... E seus pais?- pergunta, tá na cara que Dazai está enrolando para falar o que o incomoda

- Tão na Rússia, agora desenbucha - diz cruzando os braços e encarando o moreno

- Você.... Sabe o que é esse sentimento?- pergunta deixando o russo confuso e levemente irritado

- Se descrever o sentimento talvez eu saiba - diz friamente, deixando óbvio que não tem uma bola de cristal.

- Sabe, seu estômago fica estranho se revirando, parecendo que borboletas voam no estômago, nervosismo, coração acelerado,  falta de ar, entende?- diz explicando esse tal sentimento

Os olhos de ametista do russo se arregalam, era só o que faltava, o moreno veio justamente a ele que não sebe nem como ter sentimentos direito, falando a sua possível paixão por alguém.

- Puta que pariu - diz levando sua mão ao rosto indignado com o que acabou de ouvir

- É tão ruim assim?- pergunta Osamu preocupado

- Depende do ponto de vista, mas sinceramente você é muito burro - diz o russo

- Ei, não sou burro eu tenho uma das notas mais altas da sala - diz indignado com a fala do Dostoiévski

- Então é lerdo pra cacete, tu tá apaixonado - diz irritado pelo fato que o moreno fez perder seu tempo com isso.

- Apaixonado?- diz surpreso por esse fato

- É o que os "sintomas" indicam, agora que está tudo resolvido, por favor se retire - diz abrindo a porta do apartamento para o Osamu sair de lá

- Nossa grosso, nem pra oferecer uma água - diz fazendo um leve drama

- Você queria conversar não beber água - diz cruzando os braços

- Tá tá, chato - diz ainda meio "ofendido" .

- E a propósito, se declare logo pro ruivinho ou vai perder ele - diz e o moreno para e olha para o russo.

- Como vo...

- Eu vi como vocês se olham, devo confessar que achei que vocês namoravam - diz deixando o outro meio sem graça

- Ah ... Vou ver isso - diz voltando sua atenção a saída - E obrigado por me "ajudar" - diz dando um sorriso divertido antes de sair do apartamento do Dostoiévski.

Fyodor fecha a porta atrás de si e suspira, quem diria que com apenas 3 dias de convivência o russo já virou terapeuta do Osamu, bom um terapeuta com bastante problemas psicológicos.

Continua?

Meu belo russo Onde histórias criam vida. Descubra agora