[O "convite"]

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Sexta-feira, finalmente o último dia da semana, Fyodor se levanta e faz sua rotina normalmente. Sai de seu apartamento e encontra Dazai o esperando do corredor, algo diferente já que o combinado era no portão do prédio.

- Bom dia - comenta o russo percebendo o silêncio estranho do Osamu.

- Bom dia, você realmente falou com Tatsuhiko Shibusawa?- diz Dazai ficando sério

- Quem?- pergunta confuso, não lembrando muito de alguém com esse nome

Dostoiévski apenas observa o castanho soltar um suspiro e continuar o encarando sério.

- De cabelos brancos e olhos vermelhos - diz dando uma simples descrição dessa pessoa, enquanto coloca suas mãos na cintura e olha para o russo.

- Bem.... Se não me engano na biblioteca, ele havia perguntado o por que de eu me mudar pra cá, mas percebi que era um espécie de hoje então não dei muita importância, mas por que?- diz olhando para o Osamu

- Nada demais, só que normalmente eu aviso as pessoas para não cair em seus jogos sujos, Nikolai e Atsushi se ferram bastante por culpa dele - diz dando de ombros e começa a andar até o elevador

- Entendi - diz e a conversa dos dois se encerram ali mesmo.

Os dois saiem do prédio e observam o colorido da primavera tomar conta do ambiente, o silêncio entre os dois até que é aconchegante, ouvindo apenas os ruídos do mundo e nada mais.

Chegando no colégio, Dazai vai até seu grupo de amigos, já Dostoiévski prefere apenas ir direto a biblioteca. Chegando no local pega um livro qualquer e começa a ler.

O silêncio reina no local, algo realmente confortável para o russo, já que a ideia de tet socializar com uma pessoa todos os dias e algo realmente cansativo para Fyodor.

- Licença - uma voz se faz presente chamando a atenção do moreno, ao olhar percebe um garoto de cabelos ruivos e uma cicatriz na bochecha, possui olhos meio azulados/esverdeados e uma pele clara.

- Posso ajuda em algo?- questiona olhando para o jovem.

- Sim- diz aparentemente meio inseguro

- Eh... Poderia dizer o motivo?- diz o russo forçando um sorriso meio sem graça, realmente é péssimo em socializar

- Ace - diz olhando fixamente para o russo.

- Quem?- diz Dostoiévski meio confuso

- Dostoiévski Fyodor, eu grande prazer em conhecê-lo - diz um homem de cabelos loiros claros se aproximando do garoto e colocando suas mãos sobre o ombro do jovem que se encolhe com o toque.

- Então você é o tal Ace- diz fechando o livro e encarando o outro seriamente

- Exatamente - diz dando um sorriso um tanto quanto malícioso

- E o que deseja?- diz devolvendo esse sorriso, só que um pouco ameaçador

- As 23:30 na praça central, Dazai sabe onde é, só precisa perguntar, se não ir acho que alguém aqui dará seu último suspiro - diz dando um sorriso malícioso enquanto aperta com mais força o ombro do garoto

Após tal fala os dois saiem do local, deixando o russo surpreso e pensativo, o que aquele cara queria com sigo, e por que trouxe aquela criança para cá? Será que avisar a polícia seria uma boa ideia? Mas o que diria se não tem provas?

[...].

O intervalo logo chega, Fyodor realmente ficou com aquilo na cabeça, o que raios tem de errado nessa cidade ao ponto de alguém usar uma criança como isca?

O russo espanta um pouco desses pensamentos e vai falar com Osamu sobre onde é essa tal praça. Realmente é fácil encontrar um extrovertido, e só procurar por um grupo de adolescentes que ele provavelmente vai estar lá, e dito e feito, lá estava Dazai conversando com seu grupo.

- Dazai, podemos conversar?- chamou Dostoiévski segurando o braço do castanho

- Claro - diz dando seu sorriso rotineiro - Já voltou, vou dar uma palavrinha com a ratazana - diz e em seguida se afasta do grupo

Fyodor tem uma grande vontade de se enterrar em um buraco por conta desse apelido ridículo dado gentilmente por Osamu.

- O quer falar comigo?- diz Osamu, agora afastado dos demais

- Sabe onde fica uma praça próximo daqui?- diz Fyodor e Dazai fica meio confuso

- A praça mais próxima daqui está completamente abandonada, por que quer ir pra lá?- diz confuso pela pergunta do russo.

- Abandonada? Não tem outra?- diz confuso, realmente as pessoas desse lugar não são normais

- Não que eu saiba, mas como você ficou sabendo que tem uma praça aqui perto?- diz o castanho meio desconfiado

- Meio... Que alguém me deu essa localização - diz Fyodor escolhendo as palavras certas para dizer, mas não é o que acaba acontecendo

- Localização? Quem que você vai encontrar?- diz dando um sorriso malícioso

- Não sei se posso falar - diz pensativo, deixando Osamu curioso

- Ui, encontro misteriosos - diz Dazai aumentando seu sorriso

- Misteriosos? Tá pra mais ideia suicida - pensa Dostoiévski olhando com tédio para o castanho

- Mas então, como ela é?- diz curioso sobre a "pretendente" do russo

- Ela? Ela quem?- questiona Fyodor confuso

- A pessoa que você vai sair pro encontro - diz Osamu confuso com a fala do russo.

- Encontro? Que encontro?- diz Dostoiévski ainda meio confuso

- O que você disse que ia ocorrer na praça abandonada - diz Dazai

Ambos os dois ficam em silêncio, com certeza os dois não estavam falando da mesma coisa.

- Não, não é um encontro, não romântico - se explica - Eu meio que acho que estou com problemas, e talvez pra conseguir resolver esses problemas eu preciso saber onde fica essa praça - diz e agora tudo estava fazendo um pouco de sentindo para o Osamu.

- Ok... Bom eu te mando a localização, mas saiba que lá não um dos melhores lugares para ir - diz pegando seu celular e mandando a localização da praça

- Por qual motivo?- diz Fyodor um pouco intrigado

- Bom, normalmente as pessoas que fazem parte de gangues ou algo assim se reúnem naquele lugar, por isso que a praça é considerada abandonada, ninguém tem coragem de ir lá, já que ... Bom a morte séria o que espanta as pessoas - diz rindo na última parte

- Entendo, mas acho meio improvável que isso vai me ocorrer, a morte parece sempre fugir de mim - comenta e em seguida vai embora deixando Dazai um pouco desconfiado.

[Continua]

Meu belo russo Onde histórias criam vida. Descubra agora