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Manuela Braga;
point of view.

Olhei para o Victor, enquanto ainda tentava me recuperar e ele fazia o mesmo. Sua mão acariciava desde das minhas costas, até a minha bunda, em um carinho bom, sem nenhuma malícia.

Eu podia escutar sua respiração ofegante no meu ouvido, a medida que ele depositava beijos sobre meu rosto.

— Quer dormir aqui? — perguntei me virando pra ele, passando a mão em seu cabelo, fazendo carinho.   

— Impossível recusar — sorriu e seus braços me envolveram ainda mais no seu corpo. — Porra, você vicia — deixou beijos pelo meu pescoço.

Selei nossos lábios algumas vezes e sorrimos juntos. Victor virou meu corpo e deitou a cabeça em meu peito, abraçando a minha cintura e enfiando seu rosto na curva do meu pescoço.

Levei minha mão até seu cabelo fazendo carinho e assim dormimos.

Acordei com a claridade da porta de vidro da varanda e procurei o Victor com a mão pelo colchão, mas não encontrei.

Abri os olhos com dificuldade pela claridade e me sentei no colchão, segurando o lençol sobre meu corpo, olhando em volta.

Ele foi embora?

Fiquei um tempo olhando para o nada, me perguntando o porquê dele ter ido embora, mas logo ouvi um barulho da porta sendo aberta, revelando o Victor segurando algumas sacolas.

— Bom dia, preta — a voz dele ecoou pela sala junto com seu perfume.

— Bom dia — retribuir o selinho que ele havia me dado. — Tá cheiroso, hein.

— É? — sorriu ladino e eu concordei com a cabeça. — Pra você!

— Pra mim, é? — sorrir e Victor selou nossos lábios algumas vezes.

— Pra quem mais seria? — perguntou, descendo os beijos pelo o meu pescoço.

— Não sei. — falei olhando pra ele, que soltou uma risada rouca me arrepiando dos pés a cabeça.

— Passei na padaria e comprei umas parada pra gente tomar café.

— Vou tomar um banho e já venho. — deixei um último beijo em seus lábios.

Me levantei ainda com o lençol tampando meu corpo e fui para o quarto principal do apartamento. Deixei o lençol no chão e entrei no banheiro, abrir a porta do box e liguei o chuveiro no quente.

Odeio banho gelado.

Quando a água já estava quente o bastante, fiz um coque frouxo no cabelo e fui para debaixo da água, sentindo a água quente entrar em contato com o meu corpo.

Fiquei um tempo só sentindo a água, enquanto minha cabeça ia no Victor, ele não saia dela por um segundo sequer.

Victor Hugo;
point of view.

Enquanto Manuela tomava banho, ajeitei todas as coisas que eu tinha comprado na mesa da sacada, porque a vista dali era impagável, junto dos pratos, xícaras e esses bagulho tudo de mesa arrumado.

— Nossa — a voz da Manuela ecoou pela sacada.

Direcionei meu olhar pra ela e encontrei a morena sorrindo, enquanto andava até mim.

— Curtiu? — perguntei, quando ela já estava próxima o bastante.

— Muito! — sorriu e eu levei minha mão até sua cintura, a puxando pra mim.

Manuela passou seus braços pelo o meu pescoço e selou nossos lábios algumas vezes, antes de aprofundarmos o beijo.

— Passaria horas beijando sua boca facinho — falei quando já havíamos finalizado o beijo.

Manuela sorriu e deitou sua cabeça no meu ombro, envergonhada.

Não sei explicar não, mas está com a Manuela é bom demais, pô. As vezes me pego olhando pra ela igual bobão sorrindo.

— Como foi os dias de show? — Manu perguntou, deitando a cabeça no meu ombro, olhando pra mim.

— Cansativo, mais de dois show por dia — alisei sua coxa, enquanto olhava pra vista da sacada. — Mas é o que eu amo fazer, tá ligada? Consigo nem explicar a sensação que é está em cima do palco.

Olhei pra ela, que me olhava com atenção.

— E como tá indo o lance da sua clínica, preta?

— Semana que vem eu vou me encontrar com arquiteta pra decidir como vai ficar tudo. — falou sorrindo.

Sempre que Manuela fala sobre seu trabalho, os olhos dela brilham. Qualquer um consegue ver que ela ama o que faz, eu conseguir ver isso assim que entrei com a Ana Beatriz em sua sala.

— A obra ainda nem começou e eu já quero ver tudo pronto.

Ficamos conversando e trocando carinho durante a manhã inteira. Quando a levei pra casa, ficamos mais de uma no carro parados em frente a sua casa.

Não queria desgrudar dela, papo reto.

— Tchau, Victor — se despediu, saindo do carro.

— Tchau, preta. — trocamos sorrisos e Manuela deu as costas.

Fiquei parado ali até ver que ela havia entrado e saí catando pneu pra casa.

• aperta na estrelinha •

Maktub - Mc Cabelinho.Onde histórias criam vida. Descubra agora