EllieAndamos dois quarteirões, e ela ainda não soltou minha mão. Não sei se é porque gosta de segurá-la, ou se a Newbury Street que é... bem...
— Meu Deus — diz ela, virando-se para mim. Ela agarra minha camisa e encosta a testa no meu braço. — Aquele cara acabou de mostrar o pênis para mim — confessa ela, rindo na manga da minha camisa. — Ellie, acabei de ver meu primeiro pênis! Agora entendo porque gosto de garotas.
Rio enquanto continuo conduzindo-a em meio à multidão bêbada da Newbury Street. Depois de andarmos bastante, ela olha para cima de novo. Agora estamos nos aproximando de um grupo ainda maior de homens agressivos e sem camisa. Todos estão rindo e gritando com as pessoas nas varandas acima da gente.
Ela segura minha mão com mais força até conseguirmos passar por eles. Depois relaxa e se afasta um pouco.
Puxo-a para perto de mim e aponto para a calçada na frente dela. Daisy contorna o que parece ser vômito.
— Estou com fome.
Rio.
— Passar por cima de vômito a deixou com fome?
— Não, vômito me fez pensar em comida, e comida fez minha barriga roncar. Me alimente. — Ela aponta para um restaurante mais à frente na rua. Tem um letreiro em vermelho-neon piscando — Vamos ali.
Ela passa à minha frente, ainda segurando minha mão. Dou uma olhada em meu celular e a sigo. Tem três ligações perdidas. Uma do "Treinador", outra da minha irmã e mais uma de meu pai.
Meu corpo inteiro esbarra nas costas de Daisy quando ela para bruscamente a fim de deixar um carro passar. Ela toca a parte de trás da sua cabeça, onde meu queixo bateu.
— Ai — diz ela, massageando a cabeça.
Esfrego meu queixo e fico observando de trás enquanto ela joga o cabelo para a frente, deixando-o por cima do ombro. Meus olhos se fixam na ponta do que parece ser uma tatuagem surgindo debaixo da parte de trás da camisa dela.
Ela recomeça a andar, mas eu seguro seu ombro.
— Espere — peço. Meus dedos percorrem a gola da sua camisa e puxo alguns centímetros para baixo. Há silhuetas em tinta preta bem debaixo da sua nuca, descendo pelas costas. Percorro o contorno com os dedos. — Você tem uma tatuagem.
Ela leva a mão ao local que estou tocando.
— O quê?! — grita ela, e depois se vira e olha para mim. — Não tenho, não.
— Tem, sim. — Eu a viro de volta e puxo sua camisa para baixo mais uma vez. — Aqui — digo, enquanto contorno as linhas de novo. Dessa vez, percebo seu pescoço se arrepiar. São traços de uma ninfa, ou talvez uma deusa, com a mão entendida como se quisesse alcançar algo. Mas parece incompleta. Dou mais uma olhada na tatuagem, porque agora seus dedos estão tentando sentir o mesmo que eu. Pego dois deles e os pressiono em sua pele. — São silhuetas de uma mulher — aviso a ela. — Bem aqui.
— Uma mulher? — diz ela, inclinando a cabeça para o lado. — Por que eu teria tatuado uma mulher? — Ela se vira. — Quero ver. Tire uma foto com o celular.
Puxo sua camisa o suficiente para baixo de forma que ela tente ver a tatuagem inteira, apesar de ser grande. Coloco seu cabelo em cima do ombro de novo, não por causa da foto, e sim porque eu estava morrendo de vontade de fazer isso. Também reposiciono sua mão, deixando-a na frente do corpo, cobrindo seu ombro.
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INERENTE; ellie williams
RomanceMelhores amigas desde a infância. Apaixonadas desde a adolescência. Desconhecidas desde essa manhã. Todas as recordações desapareceram... Ellie e Daisy precisam trabalhar juntas para descobrir a verdade sobre o que aconteceu com elas e o porquê. Por...