DaisyOnde estou?
Esta é a primeira pergunta. Depois: quem sou eu?
Balanço a cabeça de um lado para outro, como se este simples gesto pudesse fazer meu cérebro voltar a funcionar. As pessoas normalmente acordam e sabem quem são... não é? Meu coração dói por estar batendo tão acelerado. Estou com medo de me sentar, com medo do que vou ver quando fizer isso.
Estou confusa... atordoada, então começo a chorar. É estranho não saber quem você é e ao mesmo tempo saber que você não é de chorar? Fico tão zangada comigo mesma por estar chorando que enxugo com força as lágrimas e me sento, batendo a cabeça bem forte nas barras de metal da cama. Estremeço e massageio a cabeça.
Estou sozinha. Que bom.
Não sei como eu explicaria para alguém que não faço ideia de quem sou nem de onde estou. Estou numa cama. Num quarto. Não sei que tipo de quarto, pois está muito escuro. Não tem janelas. Há uma lâmpada tremeluzindo no teto, esforçando-se para formar um Código Morse que não basta para realmente iluminar o pequeno cômodo, mas consigo ver que o chão é de porcelanato branco e reluzente, as paredes são brancas, e não há nada nelas exceto uma pequena televisão.
Há uma porta. Eu me levanto e vou até lá, mas sinto algo forte no estômago conforme vou colocando um pé na frente do outro. Vai estar trancada, vai estar trancada...
Está trancada.
Estou em pânico, mas me acalmo e me forço a respirar. Com as costas na porta, olho para o meu corpo enquanto tremo toda. Estou usando uma camisola de hospital e meias. Passo as mãos nas pernas para descobrir se estão peludas... não estão. Isso significa que me depilei recentemente? Meu cabelo é loiro. Puxo uma mecha para a frente do rosto, para observá-la melhor. Isso é loucura. Ou talvez eu esteja louca. Sim. Ai, meu Deus. Estou num hospital psiquiátrico. É a única coisa que faz sentido. Eu me viro e esmurro a porta.
— Olá?
Encosto o ouvido na porta e tento escutar algum barulho. Ouço o leve zunido de alguma coisa. Um gerador? Um ar-condicionado? E alguma máquina.
Fico arrepiada.
Corro até a cama e me espremo no canto para ver a porta. Puxo os joelhos até o peito, a respiração entrecortada. Estou assustada, mas tudo o que posso fazer é esperar.
*
Oi gente! Onde será que a nossa Daisy está?
Preparem os corações...
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INERENTE; ellie williams
Любовные романыMelhores amigas desde a infância. Apaixonadas desde a adolescência. Desconhecidas desde essa manhã. Todas as recordações desapareceram... Ellie e Daisy precisam trabalhar juntas para descobrir a verdade sobre o que aconteceu com elas e o porquê. Por...