Onze

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Quando Finney saiu da sala depois da última aula, um suspiro deixou seus lábios.

Nenhuma carta, ameaça ou bolinha de papel havia recaído em seu destino. Tudo estava estranhamente bem.

Também teve paz na aula de matemática; não estava fazendo contas sozinho apenas para Tyler ganhar nota através de seu esforço.

Obviamente tal situação foi evitada porque Robin era sua dupla, mas Finney não se deixava abalar por isso. Na verdade, sentia-se um pouco mais aliviado e feliz.

Fazer dupla com Robin era tão agradável que não hesitou em pedir a ele para continuarem dessa forma no trabalho de literatura. Essa decisão bateu na porta de Finney mais tarde e o deixou completamente envergonhado. De onde havia tirado tanta coragem?

Agora não tinha mais volta. E Finney não estava arrependido, só estava... Surpreso consigo mesmo e estranhamente animado.

— Finn! - E lá estava Bruce correndo como sempre, pronto para atropelar qualquer pessoa que entrasse em sua direção.

Finney ficou parado o esperando e vendo que Bruce finalmente estava aprendendo a desviar das vítimas andantes. 

— Opa, desculpa! - Bruce acabou acertando alguém, mas conseguiu chegar até o amigo. — Ei, Finn. 

— Por que está com tanta pressa? - Finney perguntou, tendo, como sempre, o braço de seu amigo por cima de seus ombros enquanto caminhavam.

— Ah, por nada... - Sorriu. Finney sabia que estava mentindo e revirou os olhos.

Ele sabia muito bem por que Bruce estava com pressa.

— Você achou que eu estava apanhando agora, não?

— Claro que não. Jamais. Zero chances de eu ter achado isso.

Finney sentiu vontade de bater a mão na testa. Bruce tinha algum problema de superproteção que chegava a ser sufocante.

E sua rotina nem era tão ruim assim, não era importunado a todo momento. Era frequente, sim, mas ainda não era sempre, portanto, a preocupação de Bruce era sem sentido.

— Tá' bom, eu achei... - Bruce se entregou, sorrindo COMO SEMPRE fazia para qualquer situação. — Mas eu queria falar com o Vance também.

Alguma hora Finney teria que se acostumar com o fato de que seu amigo estava próximo de Vance Hopper e que qualquer deslize por parte de Bruce poderia causar a morte dele e a de Finney.

Então era isso que significava ter a morte caminhando ao seu lado?

O pior era que ainda não havia achado sentido na socialização dos dois. Robin também havia lhe dito que Vance estava tão estranho quanto Bruce.

— O que você tem para falar com Vance Hopper? - Finney já pensava no que iria escrever em seu testamento caso as coisas dessem errado.

— É que iremos fazer o trabalho de literatura juntos, então...

Finney parou de andar e arregalou os olhos com força.

— O QUÊ? - Gritou alto, mas não atraiu atenção das pessoas porque o local estava muito barulhento - fim de aula era sempre assim. — Digo, como assim você está... Não, não, isso nem é o mais estranho. Vance Hopper concordou em fazer o trabalho de literatura?

— Qual é a surpresa? - Bruce franziu a sobrancelha, sem entender muito bem.

Qual era a surpresa? Não era possível que Bruce realmente estivesse perguntando.

Finney chegou a gaguejar e balbuciar um pouco antes de finalmente conseguir responder seu amigo.

— Você sabe que Vance Hopper passa de ano apenas com o mínimo, não? Um trabalho qualquer não inclui o mínimo.

Príncipe Charmoso - REESCRITAOnde histórias criam vida. Descubra agora