Doze

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Robin poderia ter desfrutado de uma sexta-feira divertida na primeira semana de aula para descontrair um pouco. A ideia de sair com seus amigos para ir ao fliperama era perfeita.

Mas, claro, Finney Blake teve de atrapalhar seus planos. Ou era só Robin tentando culpá-lo por algo que fez sozinho.

Quando Finney disse que se lembrou de um compromisso, Robin pensou que seria um pouco babaca sair sem ele, uma vez que havia sido o outro garoto quem deu a ideia. Mas, após ter passado algumas horas entediado em casa, arrependeu-se de ter adiado a saída.

Nada era para sempre, então obviamente aquele dia terminou. E o fim de semana também, no qual Robin não fez absolutamente nada.

Exceto pela lista de matemática.

Robin não era alguém de quebrar promessas, então faria independentemente de sua vontade, mas, por alguma razão, havia um incentivo dentro de si. Quando ele se sentou em sua mesa, pegou o caderno e agarrou um lápis, posicionando-o entre seus dedos, os números se encaixavam.

Um acerto era sorte. Dois eram coincidência. Mas três, quatro, cinco? Era um avanço.

Pela primeira vez em muito tempo, Robin Arellano estava entendendo matemática. A voz de Finney ecoava em sua cabeça, suas orientações refletindo em cada risco no papel.

Em questão de uma ou duas horas, Robin havia finalizado toda sua parte da lista e nem se sentia cansado. Na verdade, sentia que estava pronto para fazer mais e mais exercícios.

O que nenhum professor fez por si, Finney fez. Então Robin imediatamente se arrependeu de ter culpado o garoto por não ter saído na sexta-feira.

Finney não era tão ruim, afinal. Ao menos, servia para dar aulas.

Talvez sua escolha de defendê-lo pelas costas estivesse valendo muito a pena. Afinal, como teria aulas com Finney se o garoto ficasse ansioso e desesperado?

Segunda-feira começava com matemática - o que era insuportável -, então não foi nenhum pouco difícil encontrar Finney e se sentar ao lado dele.

Era estranho pensar que viraria rotina.

— Oi, Finney. - Robin saudou, sentando-se ao lado do garoto, que havia chegado primeiro.

Finney acenou e lhe deu um pequeno sorriso, o que lhe fez quase sorrir de volta. Era tão estranho ver Finney sorrindo logo de manhã, que chegava a ser contagiante quando o fazia.

Robin sentia que algo estava diferente, mas era bom, uma sensação de realização vinda de um lugar desconhecido.

— Você já deu uma olhada na lista? Ainda temos tempo para fazer se você precisar de ajuda.

Agora havia sido inevitável o surgimento de um grande e belo sorriso por parte de Robin, que havia aguardado o fim de semana inteiro para se gabar e se orgulhar.

— Eu já fiz tudo!

Finney arregalou os olhos e balbuciou um pouco antes de formar palavras concretas.

— Sério? Já fez?

— O que foi? Você achou que eu não iria conseguir?

Havia sido uma pergunta irônica por parte de Robin, mas Finney não notou e apenas começou a balançar a cabeça negativa e rapidamente, talvez com medo de que fosse mal interpretado.

Apesar de ser um pouco preocupante, Robin achava a reação alheia uma gracinha. O outro garoto parecia tão envergonhado, as maçãs de sua face constantemente ficavam vermelhas e isso era uma característica que Robin gostava muito.

Príncipe Charmoso - REESCRITAOnde histórias criam vida. Descubra agora