Treze

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O clima estava um tanto... Tenso. Mas seria exagero dizer que era inesperado. Robin e Finney tinham um pequeno espaço entre seus corpos, todavia a sensação era de uma distância muito maior.

Aquele dia estava sendo mais estressante do que divertido para Finney. Primeiramente, foi obrigado a ir naquele passeio porque havia prometido na semana passada, mas não queria ir para nenhum lugar que não fosse sua casa. Segundo, deu de cara com Davis e ainda o socou. E, por fim, quando finalmente achou um pouco de diversão, Griffin teve uma crise.

Finney não era tão babaca ao ponto de culpar Griffin pelo fim que aquele passeio tomou, mas também não era tão bondoso ao ponto de não se sentir frustrado.

O pior era que ainda se sentia um pouco deslocado. Porra, ele, Finney Blake, tinha dado um soco em Davis? Não havia sido tão forte e sua mão também doeu, mas, ainda assim, havia o socado!

Parando para pensar, segunda-feira estaria muito fodido. Finney tinha um fim de semana inteiro pela frente para pensar em como evitar Davis, porque sabia que aquele soco não seria perdoado com uma ameaça de Vance Hopper.

Uma semana de paz já havia sido muito, então Finney não ficaria surpreso em apanhar na segunda-feira. Ele nem sabia por que havia tanto tempo semana sem sofrer ameaças ou agressões.

Independentemente do que tinha acontecido para não ser atormentado, Finney estava muito grato e feliz.

Ele olhou para Robin, que encarava o chão e chutava algumas pedrinhas. Então se lembrou que tinham que fazer o trabalho de literatura no dia seguinte.

Finney suspirou. Não queria ir até a casa de Robin com chance de ser morto e ninguém descobrir. No entanto, Finney não se sentia realmente preocupado com isso. Ele estava ansioso com outra coisa, não sabia o que era. Era uma sensação estranha, um nervosismo entalado em sua garganta e uma animação desconhecida viajando em todo seu sangue.

Por que estava animado?

— Ei... - Finney dispersou os pensamentos. — Sobre amanhã, eu...

Quando Robin levantou o rosto com as sobrancelhas franzidas, os olhos caídos e a boca fechada até demais, formando uma carranca, Finney se calou e engoliu em seco. O outro garoto não parecia muito interessado em escutar.

Um silêncio se formou sem que Finney conseguisse desviar o olhar.

— O que foi? - Robin não entendeu por que Finney havia parado de falar. Foi então que observou sua expressão um pouco nervosa. — Não tenha medo de dizer. Não vou te morder.

Finney duvidava muito da última frase, porque a feição de Robin estava realmente estranha e ameaçadora. Sentia que, se falasse, estaria pisando em ovos.

— Olha, eu sei que eu estou meio quieto por causa do que aconteceu, mas minha maior preocupação não é com o Griffin. - Robin suspirou ao perceber que Finney não estava muito confortável. — É com o Vance.

Vance Hopper? Aquele mons-

Bruce iria ficar bravo se estivesse o chamando de monstro de novo, embora Finney não entendesse muito. Pelo sim ou pelo não, era melhor se corrigir.

Aquele delinquente? 

— Ele considera o Griffin como um irmão mais novo. É como se eu fosse o irmão do meio. - Robin soltou uma risadinha melancólica. — Não parece, mas Vance também tem sentimentos.

Não parecia mesmo. Era ótimo que alguém tinha consciência disso. Finney tinha uma teoria de que Vance era movido por sangue ao invés de ser por comida e água.

— Por que o Vance tem tanta afinidade com Griffin? - Finney resolveu entrar de vez no assunto. Aproveitaria para repetir as ações de Griffin e ver se Vance parava de odiá-lo.

Príncipe Charmoso - REESCRITAOnde histórias criam vida. Descubra agora