Beleza Rara

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Beleza rara by Banda Eva

Sereia não tem muito dia certo, esse aqui tava pronto então decidi postar. Boa leitura

...

Júlia POV

"Júlia Maria! Pega sua mala!" Minha mãe mandou quando descemos da caminhonete e eu segui caminho pra dentro da fazenda enquanto Roberta levava minha mala e a dela pela estradinha de terra que fazia caminho entre o jardim até a varanda. Sorri sem graça e voltei pra ajudar minha namorada.

Minha família tratava Roberta como uma visita especial, ela tinha os direitos dela, os privilégios que nenhum de nós três tínhamos, era fofo mas eu achava que era um pouco demais, nem eu sou tratada assim.

"Eu levo, linda." Ela tentou insistir mas eu puxei minha mala e meu pai passou pegando a dela. "Não precis-" tentou mas já era tarde. Abracei seus ombros quando ela me olhou emburrada. "Eles não me deixam te mimar." Cruzou os braços.

"Então, aqui é meu dever te mimar igual eles fazem, se o Bê tivesse ele ia estar te levando nas costas."

"Ele é a pessoa mais legal dessa família, acho injusto ele estar longe e a gente ter que aguentar a Laura por dez dias." Ela falou intencionalmente pra minha irmã que estava na nossa frente ouvir, ela se virou rindo e estirou o dedo disfarçadamente.

"Ô mãe, a Laura estirando o dedo pra Roberta aqui!" Dedurei ela que escondeu seu dedo bem a tempo da mãe virar e encarar nós duas como se desse um recado através do olhar. Roberta beliscou minha cintura rindo.

"Você vai me levar no lago hoje?" Ela perguntou olhando em volta pra plantação.

Eu segurei seu rosto e aproximei meu rosto do dela pra sussurrar em seu ouvido. "Só se você me comer lá." Ela arregalou os olhos pra mim mas sorriu, o que me dizia que sim.

"Ô pai, olha a Júlia falando safadeza pra Roberta aqui!" Laura gritou que até o caseiro que ajudava meu pai a levar as malas nos olhou. Eu estiquei minha perna pra dar um chute em sua bunda mas ela desviou.

"Cala a boca, sua nojenta!" Reclamei vendo que meu pai realmente ficou nos olhando bravo, ele era um amor com Roberta mas não suportava quando dávamos qualquer sinal que transávamos.

"Psiu! Solta!" Ele falou firme nos encarando passar por ele. Roberta empurrou minha mão e eu tirei meu braço de seus ombros, ela deu uma trotada pra passar na minha frente e eu revirei os olhos pro meu pai que me ignorou.


Depois ele até tentou colocar Roberta em outro quarto, mas eu briguei até o fim pra conseguir nossa privacidade.

"Sinto que teu pai não vai te deixar crescer nunca. Um dia você vai tá com três filhos e ele ainda vai te tratar igual criancinha." Ela se jogou na cama depois de colocar seu biquíni azul clarinho, na verdade era meu biquíni, mas tudo bem, eu dei pra ela.

"Isso não vai acontecer porque eu não vou ter três filhos." Deixei claro, sempre que ela podia ela vinha com essa história de três filhos. Me olhei no espelho tentando ajeitar a alça do biquíni na minha marquinha de antes.

"Claro que vai, duas meninas e um menino." Falou convencida.

"A partir do nosso terceiro ano de casamento, você pode falar sobre filhos, agora jamais!" Enfatizei e ela bufou. "Já tá pronta, né? Vamo encher uma garrafinha antes de sair, dá pra levar um sanduíche também." Saí do banheiro desligando a luz e batendo em seu joelho pra ela se levantar.

"Já que a gente quer se divertir um pouco mais, eu posso levar umas duas latinhas de cerveja?" Se aproximou e pediu juntando as mãos.

"Eu não bebo quando tô com eles, mas você pode beber se quiser." Limpei um resquício branco de protetor na sua testa.

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