Wherever You Will Go

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Wherever you will go by The Calling

Gente perdão 😭😭😭😭😭😭. Eu pensei que esse capítulo já estava pronto e não estava, meu sábado foi corrido e só cheguei em casa hoje 😭. Se tiver ruim foi porque eu escrevi apressada algumas partes kkkk paz 🕊️

...

Júlia POV


Roberta estava encostada na pilastra na saída da recepção, estávamos mais afastadas do ônibus pra ter um momento privado antes de eu embarcar. Ela tinha minha mala com suas coisas dentro e a caixa com o presente que lhe dei no chão. Tudo o que ela me entregou no outro dia eu dei de volta pra ela, a pedidos.

Eu a olhava enquanto ela estava de braços cruzados encarando o chão, esse era o momento de nos despedir mas eu entendia sua insegurança de nos separar de novo. Eu também tinha medo de como a vida ia nos presentear depois desse reencontro, íamos passar semanas sem nos ver de novo, logo após reafirmar nosso sentimento, era arriscado mas era a realidade.

"Você quer que eu só vá?" Perguntei tentando entender como agir melhor na situação. Ela negou com a cabeça, ainda sem me olhar ou falar nada. "Quer que eu te dê um abraço?" Perguntei e ela suspirou. "No que você tá pensando?" Perguntei com um tom mais sério e me encostando na pilastra também pra bloquear a vista das meninas que embarcavam no ônibus assim que eu percebi que ela estava emocionada. Primeiro ela deu de ombros mas quando eu levantei as sobrancelhas ela suspirou.

"Eu to com medo de te deixar sozinha, quer dizer, e se acontecer alguma coisa?" Sussurrou. "Será que eu devo pedir um tempo aqui e passar uns dias com você?" Parecia confusa, mas já derramava lágrimas a esse ponto. "Mas eu também não quero tirar sua independência... O que eu faço?"

"Você fica aqui e eu vou pra minha casa, nada vai acontecer e se por um acaso algo acontecer, você vai ser a primeira pessoa a saber." Prometi acariciando seu braço. Ela levantou o olhar e eu vi seu queixo tremendo. "Roberta, não faz isso comigo." Quase implorei a puxando pra encostar em meu ombro, ela imediatamente escondeu seu rosto no meu pescoço. "Você não pode me proteger de tudo, o pior já aconteceu." Eu ri com aquela realidade sombria, mas era verdade, ela não tinha que temer mais nada.

"E eu nunca vou me perdoar de não estar lá."

"Para, por favor, isso não tá me ajudando." Revelei e ela fungou imediatamente. "Chora quando eu for embora, se lamenta, faz o que você quiser, mas eu não quero adquirir essa posição de coitada e se você começar a me ver assim, é isso que eu vou virar." Fui firme enquanto falava segurando seu rosto pra ela não desviar o olhar de mim. Ela assentiu. "Enquanto você olhar pra mim e lembrar do que eu te contei, você vai sempre se sentir mal. Para. Vê quem eu sou! Fica triste porque você vai sentir saudades, porque você quer me ter por perto!"

"Desculpa." Sussurrou ainda tendo trabalho pra controlar suas emoções, ela não é assim, ela não chora por nada. Sorriu sem graça. "Vou sentir sua falta." Falou e eu sorri assentindo.

"Eu também." A abracei, ela apertou os braços em minha cintura e cheirou meu pescoço molhado de suas lágrimas. "Podemos tentar nos falar todo dia? Pelo menos no primeiro mês, sinto que temos muito pra conversar, muitas horas pra recuperar."

"Eu vou amar falar contigo todo dia." Afastou seu rosto e me roubou um selinho salgado. "Te amo, tá? Se cuida e me avisa quando chegar." Soltou minha cintura como uma deixa pra eu ir. Deixei mais um beijo em seus lábios e admirei seu rosto antes de escorregar minha mão pra alça da minha mochila. "Se eu tiver uma folga mais extensa, posso ir te ver?"

"Por favor." Sorri. "Sem surpresas dessa vez." Brinquei e ela riu.

"Te aviso." Ela acenou pra mim enquanto eu caminhava de costas até o ônibus pra não tirar o olhar dela, ela fechou a cara e apontou pra algo atrás de mim. Antes de eu virar, esbarrei em alguém.

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