Azul

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Azul by Bryan Behr, DUDA BEAT

Oieeeeeee, que saudades de postar 😂. Agora que Partilhar acabou (😭😭) voltei a focar mais em Sereia, e lembrando de onde paramos, ela ainda estavam atrasadas na timeline, então ainda estão na temporada de clubes, na época que Rosattaz voltam pro Brasil. Mas como já vivemos tudo isso, o delas vai passar mais rápido e eu vou detalhar toda a linha do tempo quando avançar.

Estou pensando em postar outro dia ao invés do sábado porque sinto que sempre to ocupada quando tenho que postar. Vocês preferem quarta ou quinta?

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Treviso

Júlia POV

Ao som de gritos e músicas ensaiadas, Roberta levantou a última bola do jogo na pipe pra sua ponteira, eu estava paradinha no meio da rede, só direcionei os braços pra onde ela estava curvando o corpo pra atacar e a bola voltou no colo da Roberta, sem dar chances pra ela subir. Eu me virei pro meu time já gritando de alegria. Ganhamos tudo! Ganhamos tudo!

Pulei no colo da Gabi que andou pra trás pra conseguir me segurar. Que temporada incrível, que sentimento completo é ter tais resultados exatamente como planejamos e trabalhamos tão duro pra alcançar. Todas as meninas do banco já estavam nos abraçando e pulando junto, Bella chorava, como sempre, as mais novas também. Eu não conseguia chorar por tanta adrenalina mas o sentimento era fora desse mundo, era bom demais ser recompensado por nosso trabalho. Ouvimos um breve apito do árbitro e percebemos que as jogadoras do Milano estavam reunidas na rede pra nos cumprimentar, seguimos o protocolo e fizemos fila pra cumprimentar todas elas.

Fiquei ansiosa quando vi a Roberta se aproximando, eu sei que era frustrante perder mas ela estaria feliz por mim, não via a hora de dar um abraço nela. "Good job." Eu falava pra todas que passavam por mim e já me abaixei pra passar pro outro lado da rede quando foi a vez da minha namorada, ela não tinha uma cara nada boa, a ponta do seu nariz estava vermelha e seu coque já tinha virado um rabo de cavalo, sinal que ela tinha puxado os cabelos. Conti minha alegria e ofereci um olhar de empatia pra ela que negou com a cabeça e estendeu sua mão, batendo na minha como todo mundo e seguindo a fila. Antes que eu passasse mais vergonha, voltei pro outro lado da rede e também segui minha fila, minhas companheiras atrás de mim começaram a me zoar dizendo que eu ia dormir no sofá ou algo do tipo.

Pra todo mundo, a cena foi engraçada, mas pra mim... não sei. Tenho a impressão de que Roberta não estava assim por emoções do jogo, ninguém conhecia o lado triste e preocupado dela, era claro que todos iam levar aquilo como uma brincadeira, eu ganhei dela e ela vai fazer birra. Mas eu sabia que era algo mais, ela não tinha feito isso em nenhum dos outros jogos ou decisões que nós também ganhamos delas, muito pelo contrário, sempre demonstrava estar feliz por mim. 

A comemoração na quadra ainda durou um pouco mais, estamos felizes e íamos gritar e fazer festa sim. Nosso grupo era unido e bem pra cima, pra ter uma ideia, as únicas que tinham um certo desencontro era eu e Tina, não nos falávamos mais e nenhuma delas sabia o porquê, fora nós duas, o grupo era só amor.

Dançamos, tiramos fotos, brincamos com a torcida, e festejamos por mais ou menos uns 10 minutos antes de sermos puxadas pra fazer um recuperativo na quadra mesmo. Nos sentamos em círculo no chão pra nos alongar, eu olhava ao redor, queria guardar pra sempre a memória desse lugar, no telão, alguns momentos especiais do jogo passavam em câmera lenta, eu apreciava alguns de nossos ataques bonitos, também da comemoração do fim do jogo, como também passava os abraços que aconteciam do outro lado da rede. Meu coração gelou quando vi uma cena que achei que nunca veria em um telão, Roberta sentada no chão encostada na placa de propaganda e chorando enquanto abraçava os joelhos, ninguém com ela, as outras ao redor eram abraçadas pelas colegas mas ela estava sozinha.

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