É você by Tribalistas
Chegamos no último 🥹
...Roberta POV
Quatro rosquinhas e uma dúzia de pão de chocolate talvez foi exagero, mas eu não queria saber, eu estava explodindo de felicidade. Fazia tanto tempo que eu não via Júlia tão feliz, na medida do possível. Ontem olhando pra ela assistindo sua série preferida, sorrindo pro vento, depois sugerindo uma sessão de beijo antes de dormir. Ela estava tão confortável novamente, às vezes ficava sensível ao toque, principalmente nesses últimos dias mas ontem eu vi a vida voltando pra ela de novo e eu voltei a viver junto.
Eu não era mais emocionalmente dependente da Júlia, se por algum motivo viéssemos a terminar hoje, eu iria sofrer, claro, mas eu ficaria bem eventualmente. Mas eu queria que ela estivesse feliz todo o tempo, eu dividia minhas emoções com ela, passava todo o meu dia com ela, nenhuma atividade do dia era feita separada. A não ser comprar rosquinhas pra fazer surpresa pra ela.
Nos últimos acontecimentos, e desde que nós começamos a morar juntas, eu tenho sentido uma grande vontade de avançar no nosso relacionamento, digo não agora, mas eventualmente. Nossa, quando Júlia puxou aquele assunto de me pedir em casamento eu quase saí do meu próprio corpo de tanta felicidade, eu não via a hora de envelhecer junto com ela, de brigar pra convencê-la a ter nossos três filhos, de viver numa fazenda um dia, de amanhecer com seus beijinhos no meu rosto pro resto da vida... vai ser uma vida e tanto.
Que frio maldito! Pensei comigo mesma enquanto andava rápido pela calçada pra chegar na rua do nosso prédio. O vento soprava gelado, a rua molhada da chuva na noite anterior deixava a calçada escorregadia de forma que eu não conseguia andar tão rápido quanto eu queria. Cruzei os braços e escondi minhas mãos embaixo dos braços pra me aquecer melhor, o porteiro riu de mim quando me viu do outro lado da rua, olha que eu estava toda equipada pro frio e mesmo assim me sentia em um freezer. Ele fez alguma piada sobre eu ser brasileira ou algo do tipo que eu não entendi direito mas ri e acenei.
No elevador, pensei que se Júlia ainda tivesse dormindo eu não poderia chegar tão de surpresa assim pra ela não se assustar. Lembro a sensação do peito apertar de ansiedade por não querer fazer um barulho errado e causar uma reação exagerada nela. Até meus passos no corredor soaram alto com o silêncio que fazia, coloquei a chave na porta e girei duas vezes, abri o trinco devagar com medo de assustar ela.
Ela quem me assustou. O que... que aconteceu aqui? Ele? Isso é sangue?
"Júlia!" Gritei quando me toquei que era minha namorada que eu estava vendo no canto da parede da sala. Eu sabia que era ela mas não via seu rosto, não via nada que lembrava a minha Júlia.
Seus braços estavam vermelhos como se alguém tivessem pintado eles, mas o cheiro muito diferenciado que eu nunca senti em tamanha proporção me fez entender que aquilo não era tinta, era sangue. Seu pés descalços repousavam em uma poça de maior quantidade, ela abraçava os joelhos e parecia tentar se encolher. A poça de seus pés seguia um rastro pelo chão que levava pro homem deitado no chão.
Eu sabia quem era pelas fotos na delegacia, mas quase não o reconheci. Estava pálido, boca roxa, olhos fechados, cabelos encharcados pela poça em volta do seu corpo. Tinha uma mão na barriga, segurava um de nossos panos de prato. Era muito sangue. Muito sangue.
A primeira coisa que pensei foi que eu precisava tirar Júlia de perto dele, sabe lá se ele acorda e quer fazer alguma coisa. Andei pelo canto da parede até chegar na minha namorada encolhida como uma bola, me abaixei e fiquei em choque com o tanto de sangue que tinha em seu corpo. Eu não conseguia ver onde ela sangrava, eu só via muito sangue. Me lembrou da cena icônica de Carrie, a Estranha.
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Sereia.
FanfictionJulia e Roberta da fanfic Casual Capítulos de outras fics que contém essa história de Juberta "Casual": Thinking of you (primeira menção de Júlia e Roberta) Lucky Count on me Where you belong O Neném Não é Neném Proibida pra mim (Primeira noite)...