Ai, Amor

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Ai, amor by Anavitoria

Voltamos com mais um!! Agora que nossas pombinhas estão juntas novamente, o que vocês querem ver desse casal?

...

Roberta POV

"Será que realmente existe vida após a morte?" Júlia perguntou do nada.

Estávamos deitadas no tapete da sala, recusamos ir pro quarto pra não nos dar sono. Não queríamos dormir, queríamos aproveitar as horas que tínhamos juntas até ela voltar pra casa e não nos vermos por mais um tempo. Ela tinha a almofada do sofá embaixo da cabeça lhe dando apoio e eu estava deitada em cima dela, tinha levantado sua blusa de pijama e tinha minha cabeça deitada em cima da sua barriga exposta. Não me pergunte porque mas sua barriga era um dos lugares que eu mais sentia falta do seu corpo, talvez seja meu lugar preferido. Minhas unhas curtas arranhavam de leve os lados do seu torso, de cima pra baixo. O clima não era nada sexual, já tínhamos apagado esse fogo por hoje.

Levantei minha cabeça pra olhar pra ela que sorriu pra mim. "Sei lá." Voltei a deitar.

"Será que eu consigo jogar vôlei depois que eu morrer?"

Eu gargalhei. "Que tipo de preocupação é essa?"

"Sei lá, vai que dá vontade, será que tem bola lá no céu? Ou no inferno, né?!" Seus questionamentos eram engraçados, mas nossa conversa estava leve e gostosa, cada minuto valia. Escutei ela bocejando e olhei pra ela de novo. "Não tô dormindo."

"Se você tá muito cansada, dorme, linda, tá tudo bem, a gente tentou." Sorri encostando meu queixo em sua costela. Beijei sua pele e ela travou seus músculos, sensível demais pra cócegas.

"Não quero dormir, quero ficar contigo. Puxa um assunto legal aí."

Sorri tendo a ideia perfeita pra sua mente ficar ligada e pra conversarmos bastante sobre nós duas. Me ergui e estiquei o braço pra pegar meu celular em cima do sofá. "Posso te mostrar algo que escrevi?"

"Outra carta?" Me sentei e ela fez o mesmo, nos encostamos no sofá enquanto eu achava as notas.

"Não, isso aqui é uma lista que eu comecei quando a gente terminou," mostrei pra ela sem entregar o celular, já tinham mais de cinquentas itens, não ia ler tudo. "São coisas que eu queria te contar um dia e eu anotei pra não esquecer." Falei sentindo minhas bochechas queimando de vergonha.

"Que lindo. Eu não fiz nada, perdão." Eu ri. "Tava ocupada te odiando." Fez careta como se aquilo ainda fosse verdade. Me inclinei e deixei um selinho no seu bico, ela já se derreteu.

"A maioria são coisas da terapia que eu descobri e queria te falar porque achei que explicava muita coisa sobre mim e sobre como eu quero ser daqui pra frente." Cheguei mais perto dela e ela passou um braço atrás de mim, abraçando meus ombros pra olharmos juntas o celular.

"O primeiro já é pesado assim? Isso vai ser de boa ou cê vai me fazer chorar pela terceira vez na noite?" Ela já começou a limpar o canto dos olhos  quando leu o primeiro ponto. Estou com depressão.

"Se você não quiser, a gente não lê." Falei bloqueando o celular e acariciando seu rosto.

"Quando você descobriu?" Ela perguntou curiosa.

"Na minha primeira sessão."

"Ai, eu sou muito cega!" Se martirizou, seu punho cerrando.

"Você não é psicóloga, e eu escondo muito bem, é um dos meus defeitos." Passei o polegar pra secar sua lágrima quando ela fechou os olhos. "Você me conheceu assim, não se culpa."

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