Novamente aqui estou eu correndo atrasada para o trabalho depois de ter passado a noite em claro e tendo crise de ansiedade. Além disso, sem contar que pela manhã eu fui adiando o despertador do celular até que sem querer eu apertei em cancelar, quando abri os meus olhos, me assustei ao perceber que tinha apenas dez minutos para me arrumar e sair de casa.
Obviamente em dez minutos eu não consegui fazer absolutamente nada direito e só me atrapalhei. Tentei tomar um banho de cinco minutos que demorou uns dez pois lavei meu cabelo, ou seja, já havia esgotado meu tempo. Logo em seguida ao colocar qualquer roupa confortável e adequada para o trabalho acabei tropeçando no momento que estava colocando minha calça jeans, mais um desastre.
Sai de casa quinze minutos atrasada, sem um alimento no estômago e agora estou correndo pela calçada com os olhares das pessoas me julgando. Quando passo pela porta de entrada do prédio, vejo o porteiro apontar para o elevador e o Megumi segurando a porta para mim. Será que ele também se atrasou?
Soltei um suspiro fraco e fui para dentro do elevador, apertei o botão que indicava o andar que eu ficaria e agradeci Megumi por ter segurado para mim.
— Eu soube que você trabalha na clínica veterinária que tem no segundo andar. Você gosta de animais? — Tentei puxar assunto
Com as mãos no bolso, ele me encarou por alguns segundos e balançou a cabeça confirmando. Entretanto, ele não disse nada, apenas se retirou quando as portas se abriram no seu andar e me deixou com uma cara de idiota.
Um balde de água fria. Não sou a pessoa mais sociável que irão conhecer e para puxar assunto eu sou um completo desastre, então, ao notar que minha pergunta foi totalmente burra, fiquei me martirizando em pensamentos.
— Não acredito que você perguntou isso a ele — Aiko ria enquanto me entregava um copo de café e íamos para o nosso escritório
— Eu só queria falar qualquer coisa para que não ficássemos naquele silêncio constrangedor.
— Era melhor ter ficado com o silêncio constrangedor — Ela tentou beber um pouco do seu café mas logo resmungou por ter queimado os lábios — Isso só pode ter sido um castigo divino.
— Deus tem seus favoritos — Pisquei para a ruiva e me sentei na minha mesa. Ao pegar meu celular, novamente uma mensagem do meu ex — Ou talvez não — Sussurrei.
Desliguei o aparelho e comecei a trabalhar, ignorando totalmente tudo a minha volta.
[...]
Durante o dia Aiko precisou ir embora cedo para levar sua mãe ao médico e eu como tinha muitas coisas a resolver, fui a última a ir embora. Desliguei todas as luzes e o ar condicionado do escritório, verifiquei as documentações para serem entregues aos diretores e caminhei até o elevador.
Ao passar pelas portas da saída e me despedir do porteiro, lá estava meu ex bem em frente ao prédio. Meu corpo congelou com a possibilidade dele ter vindo à minha procura, entretanto, senti um enorme tapa na cara quando uma voz feminina chamou por ele. Segurando algumas bolsas e com um sorriso enorme, a mesma mulher das fotos surgiu beijando os lábios dele.
Observando aquela situação eu só queria que meu corpo recuasse. Ele tocou a cintura dela e a beijou com fervor, seus lábios passaram para o pescoço da mesma e seus olhos vieram em minha direção, um sorriso cínico. Porque? Porque Tatsuya se deu o trabalho de vim aqui somente para esfregar na minha cara que estava assumindo a sua amante? Nem parece que esses dias todo ele ficou me procurando para que conversássemos.
Aperto meus punhos com força e resolvo dar as costas para eles dois. Caminho em silêncio em direção a um mercado que tinha próximo quando sinto meu braço ser segurado por alguém, ao me virar, lá estava Megumi encostado em um muro. Pelo jeito ele viu toda a cena e Tatsuya de longe nos observava enquanto conversava com a mulher ao seu lado.
— Você... — Ele olhou para o meu ex rapidamente antes de voltar a me encarar — Você esta bem?
— Estou — Disse o mais seca possível enquanto sentia o choro preso na garganta de tanta raiva que sentia.
— Tsc, mentirosa — Revirou os olhos e fez um leve cafuné nos meus fios de cabelo — Esta indo para onde?
— Para qualquer lugar longe deles dois — Murmurei e Fushiguro me soltou — Tenha uma boa noite.
— Espera ai, eu irei com você.
Megumi envolveu seus braços na minha cintura e olhou por cima dos ombros para o meu ex, não sabia muito bem o que ele queria dizer com isso, mas acho que Tatsuya sentiu um pouco do gosto amargo ao notar que sua provocação só favoreceu ao meu lado.
Era estranho a forma que ele havia se convidado para me acompanhar, nem parecia o cara todo calado de hoje de manhã, mas se bem que eu perguntei algo estúpido demais... Ok, agora eu quero colocar minha cabeça em um buraco só por ter me lembrado disso.
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𝐂𝐚𝐧 𝐈 𝐁𝐞 𝐇𝐢𝐦 | 𝐌𝐄𝐆𝐔𝐌𝐈 𝐅𝐔𝐒𝐇𝐈𝐆𝐔𝐑𝐎
Fanfiction𝑬𝒖 𝒑𝒐𝒅𝒆𝒓𝒊𝒂 𝒔𝒆𝒓 𝒂𝒒𝒖𝒆𝒍𝒆 𝒅𝒆 𝒒𝒖𝒆𝒎 𝒗𝒐𝒄𝒆̂ 𝒇𝒂𝒍𝒂 𝒆𝒎 𝒕𝒐𝒅𝒂𝒔 𝒂𝒔 𝒔𝒖𝒂𝒔 𝒉𝒊𝒔𝒕𝒐́𝒓𝒊𝒂𝒔? 𝑬𝒖 𝒑𝒐𝒔𝒔𝒐 𝒔𝒆𝒓 𝒆𝒍𝒆? 𝑬𝒖 𝒐𝒖𝒗𝒊 𝒒𝒖𝒆 𝒕𝒊𝒏𝒉𝒂 𝒂𝒍𝒈𝒖𝒆́𝒎, 𝒎𝒂𝒔 𝒆𝒖 𝒔𝒆𝒊 𝒒𝒖𝒆 𝒆𝒍𝒆 𝒏𝒂̃𝒐 𝒕𝒆 �...