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Enquanto os irmãos Geto se divertiam tendo um momento juntos, Megumi aproveitou o silêncio de sua casa para arrumar o quarto. Satoru estava em seu escritório trabalhando e se concentrando na parte financeira que exigia de si muita atenção.

O moreno ouvia the neighbourhood organizando alguns casacos e livros, abriu a porta do guarda-roupa e viu um papel cair da parte de cima. Olhou de relance achando que era mais uma de suas listas de compras para o petshop, mas ao ler com mais atenção, notou se tratar de um contrato.

Olhou para a porta que ligava o quarto ao corredor e resolveu tranca-la de chave, sentou-se na beirada da cama e passou a ler cada informação do papel. Se tratava de um contrato de compra, de inicio pensou ser do Satoru, porém não, estava muito enganado.

— É a compra do segundo andar do edifício que eu trabalho — Murmurou enquanto lia com atenção que aquele andar só poderia ser vendido com a autorização do segundo proprietário — O valor foi alto... E não esta no nome do Satoru...

Megumi forçou a vista para compreender aquela caligrafia que estava um pouco apagada já que é um documento um pouco antigo e não parece ter sido bem cuidado.

— Toji Fushiguro... — O olhar assustado fez com que o rapaz sentisse uma fisgada em seu peito.

Ele desde que se entendia por gente, acreditava que o petshop foi presente de Satoru. Ter nascido de forma indesejada por seu pai só o fazia crer que nunca havia ganho nada dele a não ser desprezo e mágoa, mas agora... Seu corpo tremia e sua mente estava uma completa confusão.

Tentou se acalmar e logo olhou em direção a caixa de cartas que tinha do seu pai, ansiedade, medo, tristeza, todas as emoções estavam dentro dele lutando por um espacinho. Sua respiração falhava e o ar parecia se fechar para ele. Levantou-se tonto e caminhou em direção aquilo que ele tanto temia enfrentar, pegou com cuidado e voltou para cama.

— Relaxa Megumi, não é nada que você não possa encarar.

Contou até dez mentalmente antes de pegar a carta número 1, aquela que já no inicio dizia ser um filho indesejado. Abriu a mesma com cuidado e novamente se surpreendeu com a caligrafia do pai, não lembrava que era bonita e redondinha. Encarou a porta do quarto por alguns segundos e então tomou coragem finalmente.

"Eu não queria ter um filho, não mesmo. Pensar que nesse momento ela está grávida de mim me faz temer pelo pior. Não tenho uma vida certa, sou um assassino de aluguel que pode colocá-la em perigo se souberem do nosso envolvimento e agora que ela espera por um garoto que chamarei de filho, me sinto completamente amedrontado com a possibilidade de perde-los. Que merda eu fiz com a minha vida?"

O corpo de Megumi relaxou conforme leu cada palavra e percebeu o quão idiota havia sido por ter tirado conclusão precipitada apenas com uma frase. Pegou a segunda carta que parecia ter uma escrita mais demorada.

"Já faz três meses desde que descobrimos que iriamos ter um filho juntos, ou seja, Fushiguro está de cinco meses já que descobrimos quando ela estava a dois meses com ele na barriga em silêncio. O moleque parece ser tranquilo, tento falar com ele na barriga dela mas não me responde... Acho até que sou um péssimo pai, mas a minha esposa vive me incentivando a continuar conversando.

As vezes fico pensando que deveria largar a vida de assassino de aluguel, mas se eu parar, como irei sustentá-los? Que imprestável eu sou. Quando chego em casa, ela já esta dormindo após ter se cansado de me esperar, eu somente tomo um banho, coloco minha roupa e fico a noite em claro protegendo eles dois."

Dor, o corpo de Megumi apesar de relaxado era de completa dor. Por algum motivo era como se ele estivesse no lugar do próprio pai e sentisse tudo que ele sentiu, ler cada palavra escrita parece ter sido uma angústia para ele.

𝐂𝐚𝐧 𝐈 𝐁𝐞 𝐇𝐢𝐦 | 𝐌𝐄𝐆𝐔𝐌𝐈 𝐅𝐔𝐒𝐇𝐈𝐆𝐔𝐑𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora