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S/n havia adormecido ao lado de Megumi e Aiko enquanto assistiam um filme juntos. O rosto abatido e cansado havia chamado a atenção do moreno desde o momento que colocou seus pés na casa dela e o estado que o lugar se encontrava era... horrível.

A melhor amiga de s/n apontou para o moreno irem em direção a um corredor mais afastado da garota e ambos ficaram ali frente a frente para uma conversa breve. Se sentia ansioso, mas não pelo rosto intimidador da ruiva, mas pelo fato do que estava pensando em pedi-la.

— Eu posso ficar com ela hoje... para caso de ocorrer alguma recaída — Suas bochechas coraram e ele não teve coragem para encara-la por um instante.

— Sou melhor amiga dela a anos, Fushiguro, acha mesmo que entre nós dois eu a deixaria aos seus cuidados? Aliás, você nem ao menos sabe metade da história.

— Sei o suficiente — Corrigiu Aiko deixando-a surpresa — Mas você poderia me contar melhor detalhadamente, não vejo problema algum.

— Se interessou? — Arqueou a sobrancelha — Sabe que ela está frágil, não vai ter tempo para ficar se ligando em relacionamento novamente e muito menos se sentirá segura em querer conhecer um cara novo.

— Aiko, apenas me deixe tentar, tá legal? Não é como se eu fosse forçar algo e muito menos você fosse alguma vidente para decidir o futuro.

— Uau, que confiança — Deu uma risada anasalada — Isso aconteceu quando? No karaokê?

— Que diferença faz? — Megumi parou um segundo para olhar a garota adormecida — Eu já vinha notando a presença dela com você algumas vezes, só que era difícil me aproximar ou falar qualquer coisa, não fazia sentido eu aparecer dizendo qualquer coisa idiota. Além disso, cada um tem seus problemas a serem resolvidos e eu tinha um monte.

— Eu sei, o seu problema se chamava "Meu pai foi comprar um cigarro e com isso me isolei do mundo, sou um emo depressivo, me deixem em paz".

— Não banque a engraçadinha — Se agachou por um instante mas optou por sentar no chão daquele corredor que ligava a sala para a lavanderia e o banheiro — Sim, meu problema era o meu pai e não, não foi por ele ter me abandonado. Só foi um pouco difícil para mim assimilar toda a história depois que o Satoru a revelou. Mas voltando ao assunto da S/n, foi no karaokê o meu maior interesse... A forma que ela dava falsos sorrisos, aquele olhar perdido, a maneira que ela demonstrava não estar confortável... Me chamou a atenção o fato da mesma ter se esforçado para que todos se divertissem. Eu detesto pessoas fingidas e falsas, mas, no fundo era como se fosse um pedido de socorro?! — Fez uma cara um pouco que confusa

— Você se interessa pelas pessoas de forma estranha, Fushiguro — Aiko fez uma careta de reprovação mas logo suspirou — O ex dela é um babaca, nunca quis me meter nesse assunto, mas já vinha prestando atenção nas atitudes dele.

— Se puder me explicar — Ela assentiu

— Eles se conhecem desde jovens mas foram se relacionar após anos de amizade. Como posso resumir? Sabe um cara ciumento ao extremo? Era isso. Tatsuya sempre fingia ser um ótimo homem na frente de todos, mas cobrava s/n de ter um corpo magricelo ao ponto de ser doentio, ela não podia ir para nenhum lugar sem a aprovação dele e ele uma vez saiu de casa levando a chave só para que a mesma não fosse ver seus pais.

— Que cara doente.

— Tem mais — Jogou alguns fios de cabelo rebeldes para trás da orelha e ficou brincando com as unhas das mãos — Tatsuya gostava de brincar de flertar, mas com certeza se alguém caísse no seu papo, ele ficava com a pessoa sem a S/n saber. Nunca presenciei uma traição sua, até a S/n receber aquelas fotos que fizeram ela terminar tudo. Todo mundo a alertou, mas é difícil se soltar de um relacionamento abusivo, principalmente quando achamos que somos erradas e que a pessoa irá mudar.

𝐂𝐚𝐧 𝐈 𝐁𝐞 𝐇𝐢𝐦 | 𝐌𝐄𝐆𝐔𝐌𝐈 𝐅𝐔𝐒𝐇𝐈𝐆𝐔𝐑𝐎Onde histórias criam vida. Descubra agora