𝐂𝐚𝐧 𝐈 𝐁𝐞 𝐇𝐢𝐦 | 𝐌𝐄𝐆𝐔𝐌𝐈 𝐅𝐔𝐒𝐇𝐈𝐆𝐔𝐑𝐎

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Olhando para a tela do celular eu estava paralisada após receber um arquivo que continha fotos do meu noivo com outra mulher. Com os olhos lacrimejados, minhas mãos tremiam sem saber como reagir aquilo tudo, era muita informação para as últimas duas horas.

Vejo minha melhor amiga, Aiko, colocar sua mão por cima da minha e me puxar para um forte abraço. Já se passavam das 20:00 e tínhamos planejado fazer uma noite das garotas, pois nos próximos dois meses eu estaria ocupada com os preparativos finais do casamento. Mas tudo foi estragado no momento que um número desconhecido mandou essas malditas fotos.

— Me diga que isso é mentira, por favor, Aiko, apenas diga que é mentira.

— Pelo jeito não é... — Sua voz era baixa, como se sentisse a minha dor, sempre fomos bastante unidas. Éramos quase irmãs.

— Quatro anos ao lado de um cara que eu jurava ser o amor da minha vida para descobrir que estou sendo feita de corna. Nós íamos nos casar daqui a dois meses e é esse o presente antecipado que eu recebo ? — Senti uma dor no peito conforme eu esbravejava.

— Calma, desse jeito a sua pressão irá subir — Acariciou meus fios de cabelo — Pegando meu celular e olhando as fotos que ao todo eram seis, duas delas de dias diferentes — Não acha melhor ligar para ele?

— Porque eu ligaria?

— Aparentemente essas fotos foram tiradas a noite e ele ultimamente anda dizendo a você que está fazendo hora extra para pagar o apartamento de vocês. Teste e veja se ele irá mentir.

Assenti imediatamente limpando meu rosto com as costas da mão e respirando fundo. Fui na lista de contatos que tinha seu apelido salvo e apertei em chamar, sentindo meu coração completamente acelerado. Um, dois, três toques até ele finalmente atender.

— Oi minha princesa

— Oi amor — Engoli um seco sentindo a ânsia me invadir — Onde você está?

— Ah e-eu? — Ouço barulho de carros até tudo ficar completamente em silêncio — No trabalho.

— Sério? — Senti meu coração acelerar enquanto eu mordia meus lábios, apertei os punhos com a sua cara de pau. Mas, precisava arriscar, pelo meu próprio bem — Então porque o prédio que você trabalha está todo apagado? Aliás... Porque a porta de entrada está trancada?

— S/n... — Sua voz confiante se perdeu no meio do caminho, ouço o mesmo suspirar — M-Me desculpa — Meu ar se tornou pequeno, como se estivesse sendo sufocada. Ele não confirmou a traição, mas a sua mentira já dizia muito — Eu estou indo aí te ver e...

— Não — Falei ríspida — Acabou tudo.

— Me deixe explicar — Tentou me interromper mas já fui cortando-o. 

— Acho melhor você prestar atenção por onde anda.

Encerrei a chamada logo enviando todas as fotos que recebi para ele. Não queria saber de explicações, apenas bloqueei seu número e olhei para a minha melhor amiga que estava em silêncio.

— Eu não sabia que o prédio estava fechado... Mas ele me disse uma vez que o expediente acabava as 18:00.

— Foi uma jogada arriscada.

— Foi... — Levei minhas mãos até o meu rosto e comecei a chorar feito uma criança — Bem que meus pais me disseram que eu era nova demais para pensar em casamento, família, futuro... É esse o castigo que eu recebo por não ouvi-los?

— As vezes eles nos conhecem melhor do que nós mesmos —  Minha amiga se aproximou voltando a ficar abraçada comigo naquele cômodo que agora parecia mais frio do que nunca.