Capítulo 21 - Íntimos? (Parte 7)

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JÉSSICA

O ar ao nosso redor parecia eletrificado, carregado com a tensão de nossas palavras não ditas e desejos reprimidos. Cada gesto, cada olhar, cada toque era carregado com significados ocultos, deixando-nos à beira de um precipício emocional. A intensidade desse momento parecia desafiar a lógica, criando uma tempestade de sensações e emoções que ameaçava engolir todo o resquício de racionalidade que tentávamos manter. Enquanto eu lutava para manter minha determinação e resistir à sua sedução magnética, uma parte de mim, talvez a mais vulnerável, ansiava pela proximidade que ele oferecia, mesmo sabendo que isso poderia significar mergulhar em um abismo de incertezas e perigos.

Com o contrato finalmente assinado, parte de mim esperava que isso pudesse encerrar o capítulo turbulento que havíamos iniciado juntos. Contudo, no fundo, eu sabia que o caminho à frente estava repleto de desafios e dilemas ainda maiores. A assinatura no papel era apenas um símbolo de trégua, uma pausa na tempestade de nossas vidas interligadas, mas as verdadeiras batalhas, aquelas do coração e da alma, estavam longe de terminar. O que nos aguardava era um jogo complexo de emoções e escolhas, onde cada passo poderia nos levar mais fundo na teia intrincada dos nossos destinos entrelaçados.

— Está mesmo me mandando embora da sua casa? Talvez eu queira ficar um pouco mais! — Ele lançou um olhar desafiador, aproximando-se com passos decididos, desafiando a distância que eu tentava manter.

Apesar da discrepância em nossa altura, mantive o contato visual com ele, um jogo silencioso de poder e desejo se desenrolando entre nossos olhares. Ao tocar seu antebraço, percebi o leve arrepio que percorreu sua pele, um sinal revelador de que minhas palavras não eram as únicas fontes de tensão ali.

— Parece que você não está sendo capaz de se manter longe de mim. Não se preocupa com isso? — Sorri com malícia, provocando-o sutilmente, enquanto nossos corpos pareciam buscar uma proximidade inevitável. — Nunca imaginei estar em uma situação tão fora do comum como essa! — Comentei, notando como seus olhos escureceram momentaneamente, um vislumbre das emoções tumultuadas que ele tentava ocultar.

— Não tem que se preocupar com isso, eu tenho tudo sob controle! — Sua voz soou mais profunda, revelando a tensão que se acumulava entre nós. De repente, me vi inclinando na direção dele, como se o magnetismo entre nós fosse irresistível, um impulso que ameaçava derrubar todas as barreiras entre nossos desejos.

— Que bom que você tem tudo sob controle! — Retirei-me rapidamente, um gesto instintivo para conter a intensidade do momento, mas também uma maneira de ocultar a timidez repentina que me envolveu como uma névoa. Ele liberou uma risada áspera, um som que ecoou entre nós, e passou a mão pela nuca num gesto nervoso.

O jogo entre proximidade e distância, provocação e recuo, adicionava camadas complexas à nossa interação, um embate emocional que nos mantinha em suspense entre o racional e o impulsivo, entre a entrega e a resistência. Era um território perigosamente cativante, onde cada palavra e gesto tinham um peso significativo, e ambos estávamos cientes do jogo arriscado que jogávamos, mesmo assim, incapazes de recuar. A tensão entre nós alcançava novos patamares, cada movimento, cada palavra carregando uma eletricidade palpável. Enquanto nos afastávamos, uma aura de incerteza pairava no ar, misturada com a promessa de um desejo ardente que ameaçava nos consumir por completo. A complexidade de nossos sentimentos criava uma teia de emoções intensas, deixando-nos suspensos na borda do desconhecido, onde o próximo passo poderia mudar tudo de forma irrevogável.

— Tudo bem, coração, eu tenho um pedido pra te fazer! — Anunciou, enquanto eu seguia até a sala. Ao me virar na direção dele, o surpreendi franzindo a testa de forma ligeira, uma expressão de perplexidade misturada com curiosidade cruzando seu rosto. — Poderia dançar pra mim? — O pedido saiu quase como um sussurro, mas carregava uma sinceridade e um desejo profundo. Ele, por sua vez, pareceu ponderar a proposta por um momento, antes de entrar em ação. Com um gesto fluido e decidido, tirou o paletó, desatou o nó da gravata, desabotoou os primeiros botões da camisa e, em seguida, jogou-se sobre o sofá, um ar de desafio nos olhos.

Entre folhas e suspirosOnde histórias criam vida. Descubra agora