Capítulo 32 - O grande dia (Parte 3)

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HENRY

Após duas semanas mergulhados em uma viagem repleta de luxo e paixão, regressamos ao lar. Contudo, a rotina da empresa já me aguardava, demandando minha atenção imediata para reuniões cruciais nos dias seguintes. Ao adentrarmos a residência, percebi uma quietude inusitada, um vazio que contrastava vivamente com a efervescência e o amor que compartilhamos durante nossa jornada. A normalidade cotidiana retomou seu fluxo, trazendo consigo o peso das obrigações e dos compromissos profissionais que não poderiam ser postergados. As memórias da viagem persistiam frescas em minha mente, como lampejos de momentos íntimos e de cumplicidade partilhados em cenários exóticos e românticos. Cada recordação servia como um farol, iluminando os dias frenéticos e auxiliando-me a enfrentar as exigências do trabalho. No entanto, mesmo mergulhado nas exigências da empresa, reservava momentos para revisitar mentalmente as paisagens deslumbrantes, os sabores exóticos e os sorrisos trocados sob o sol dourado do nosso destino escolhido. 

Aquela viagem não representava apenas uma pausa na rotina, mas sim um capítulo especial em nossa história, repleto de aventuras e descobertas compartilhadas. Meus dias se entrelaçavam em um balé entre a seriedade exigida pelo meu trabalho e as lembranças ainda frescas daqueles momentos mágicos. Cada tarefa cumprida me aproximava do próximo reencontro com essas memórias, que se tornaram âncoras de inspiração e motivação em meio às responsabilidades do dia a dia. Naquela manhã nublada, retornei ao trabalho imerso na tarefa de revisar os e-mails relacionados aos assuntos da empresa. A tranquilidade do ambiente foi abruptamente interrompida pelo som estridente do meu celular ecoando pelo escritório, causando-me um susto repentino. Rapidamente, peguei o aparelho, e o número do Detetive Pietro piscava na tela, indicando uma chamada recebida. Sem hesitar, atendi à ligação.

— Alô, há alguma novidade? — Perguntei, minha curiosidade evidente na voz.

— Tenho, mas não acho prudente discutirmos isso pelo telefone. Encontre-me na cafeteria ao lado da sua empresa em alguns minutos! — Ele disse de maneira breve antes de encerrar a chamada.

"O que será que ele descobriu que não pode ser discutido por telefone?", questionei-me enquanto vestia o paletó do meu terno e dirigia-me rapidamente ao local combinado.

Intrigado pela urgência da ligação, pus-me a refletir sobre o que poderia ser tão importante a ponto de exigir um encontro presencial às pressas. Terminei rapidamente o que estava fazendo e dirigi-me à cafeteria mencionada, curioso para descobrir o que o Detetive Pietro tinha a me contar. Antes de sair, fiz questão de informar à diretora geral, Miranda, sobre a minha breve ausência.

— Miranda, preciso dar uma saída rápida. Minha esposa estará chegando em breve, por favor, avise-a de que logo estarei de volta! — Informei, recebendo um aceno afirmativo da diretora antes de sair apressadamente em direção à cafeteria.

Atravessei o limiar da porta da cafeteria e escolhi uma das mesas disponíveis, observando as pessoas ao meu redor enquanto aguardava a chegada de Pietro. Não demorou muito para que ele aparecesse, com uma expressão séria e determinada. Ele se aproximou e retirou alguns documentos e fotografias de uma pasta, colocando-os diante de mim. Ele olhou ao redor, certificando-se de que estávamos fora do alcance de ouvidos curiosos, antes de finalmente começar a falar em um tom grave:

— Conhece esse homem? — Ele perguntou, apontando para uma das imagens enquanto seus olhos buscavam minha reação. Assenti com a cabeça, indicando que sim. — Qual é a sua relação com ele? — Pietro estava visivelmente impaciente, ansioso pela minha resposta.

— Ele se casou com Elizabeth, uma mulher com quem me relacionei há muitos anos. No entanto, eles se envolveram enquanto ela ainda estava comigo. Sobre o que se trata tudo isso? — Cocei a cabeça, confuso e intrigado.

Entre folhas e suspirosOnde histórias criam vida. Descubra agora