Capítulo 11 - Visitas (Parte 2)

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JÉSSICA

A situação tomou um rumo inesperado, e eu me vi confrontando a intrusão de um estranho em minha casa. A incerteza e a desconfiança começaram a se instalar, deixando-me em alerta diante do comportamento peculiar do meu novo vizinho. Ele abaixou a cabeça e resolveu fazer o que pedi. Ao passar por mim, uma sensação horrível me dominou, um arrepio inexplicável que fez meu corpo gelar. Rapidamente tentei fechar a porta, mas um pé se enfiou entre ela e o batente, me impedindo de fechá-la completamente. Meu coração acelerou, e uma sensação de pânico tomou conta de mim. Com os olhos fechados com força, reuni coragem para abrir a porta e verificar quem estava fazendo aquilo. Ao abri-la, vi que era o Henry; estranhamente, me senti aliviada ao perceber que era ele.

— Caramba, que susto! — Gritei, sentindo o alívio fluindo por todo meu corpo.

— Quem era aquele homem? Você costuma receber homens na sua casa? — Henry passou por mim como se fosse o dono da casa, sua expressão carregada de desconfiança.

— Que pergunta ridícula, claro que não tenho esse costume. Ele é um vizinho novo! — Respondi em um murmúrio, incomodada com a atitude dele.

— Você nem o conhece e deixou ele entrar aqui? Está ficando louca? — Ele começou a andar de um lado para o outro, aumentando minha irritação.

— Eu não deixei ele entrar. Ele pediu açúcar e fui pegar, quando voltei ele já estava aqui dentro! Aliás, você também é um estranho e está na minha sala sem a minha permissão! — Cruzei os braços, desafiadora.

A tensão no ambiente era concreta, e as suspeitas de Henry só aumentavam minha frustração. A situação se tornou um embate de argumentos e emoções, deixando claro que a confiança entre nós não existia.

— São circunstâncias diferentes, eu jamais machucaria uma mulher! Quero que fique bem longe daquele rapaz, ele não me pareceu ser uma pessoa confiável! — Ele desviou o olhar para o notebook que estava ligado sobre o sofá. — Hum, pelo visto você gosta de cozinhar! Está pesquisando receitas de bolo! — Sorriu de canto, tentando mudar de assunto.

— Deixe de ser intrometido! — Fechei o notebook com um movimento brusco. — Eu estava pesquisando sobre você e estranhamente não consegui nenhuma informação, é como se você não existisse! — O encarei, desconfiada, buscando respostas para suas evasivas.

— Quer saber o que sobre mim? Pode perguntar! — Sentou-se no sofá, em cima do pacote de salgadinhos que eu havia comido na noite anterior. — Você não tem o costume de limpar a casa? — Pegou o pacote e entregou na minha mão, como se estivesse me oferecendo uma gentileza.

— Por que todo mundo resolveu me perguntar isso hoje? — Revirei os olhos, frustrada com a insistência nas mesmas perguntas.

— Todo mundo? Quem mais esteve aqui? — Estreitou os olhos, demonstrando interesse além do comum.

— Isso não é da sua conta! — Respirei fundo, não querendo revelar mais do que o necessário sobre minha vida pessoal. — Quem é você? Eu quero saber a verdade. Você sabe muita coisa sobre mim, não pode ser uma pessoa qualquer! — Falei de forma sutil, tentando extrair informações dele.

— Pesquise por Henry Brixton Morales! — Entregou-me o notebook e assim fiz. Logo surgiu a imagem magnífica do homem que estava sentado sobre o meu sofá.

— Caramba! — Comentei com espanto e sentei-me ao seu lado, percebendo que havia muito mais sobre ele do que eu imaginava.

— Fiquei bem nessa foto, não é? — Sorriu de canto enquanto eu me concentrava em ler as informações sobre ele: "Henry Brixton Morales é um ex-soldado americano, condecorado por sua conduta exemplar durante o tempo de serviço ao país. Herdeiro das renomadas indústrias Gold, ele mergulhou nos estudos advocatícios com o objetivo de aprofundar seu conhecimento sobre as leis, abrangendo tanto os direitos trabalhistas quanto os empresariais."

Entre folhas e suspirosOnde histórias criam vida. Descubra agora