Entre folhas e suspiros

Capítulo 40 - Reviravoltas (Parte 4)

HENRY

Era como se aquele sussurro suave fosse o início de uma conversa eterna entre pais e filha, marcada pelo carinho, pela cumplicidade e pela promessa de um amor que só cresceria com o tempo. Enquanto nos afastávamos daquele local sombrio, Pietro agia com precisão e coragem. Com as informações precisas fornecidas por Elizabeth, ele armou uma emboscada para Alan no local do encontro marcado. A polícia foi acionada e o conduziu até a delegacia, onde confessou seu envolvimento no sequestro de Jéssica por duas vezes. Lucas também foi capturado, e eu planejava visitá-lo em breve. 

Não podia deixar de encará-lo e fazê-lo compreender que moveria o céu e o inferno para que ele nunca mais pudesse se beneficiar da liberdade. Queria que ele entendesse que faria o impossível para mantê-lo atrás das grades pelo resto de sua vida miserável. Cada pensamento, cada passo que eu dava em direção à cela onde Lucas estava preso era carregado de determinação e da promessa de justiça. Quando finalmente nos encontramos frente a frente, olhei nos olhos dele com uma intensidade que transmitia toda a minha indignação e repúdio pelo que ele havia feito. Minha voz, firme e carregada de emoção, ecoou pelas paredes da prisão enquanto eu lhe dizia as verdades que ele precisava ouvir.

— Você achou que poderia escapar impune, não é mesmo? Achou que o mal que causou não teria consequências? — Minhas palavras reverberavam com uma mistura de raiva contida e tristeza profunda. — Você quase destruiu vidas, provocou dor e sofrimento, mas agora é hora de encarar as consequências. Eu farei tudo o que estiver ao meu alcance para garantir que você pague por cada lágrima derramada e cada momento de angústia que me causou. — Minha determinação era palpável no ar, como se cada sílaba proferida fosse um juramento solene de justiça.

Lucas permanecia em silêncio, mas seu olhar revelava o temor que minhas palavras estavam causando nele. Seus olhos, outrora altivos e desafiadores, agora refletiam a inquietação de quem se via diante do abismo da responsabilidade pelos seus atos. Era como se cada acusação que eu proferia fosse uma flecha, perfurando sua falsa bravura e expondo a fragilidade de seu orgulho. O silêncio dele era a confirmação taciturna de que a verdade estava pesando sobre seus ombros, esmagando a máscara de indiferença que ele tentava manter. Eu não recuei diante daquele olhar, pois sabia que era a reação justa diante da enormidade de suas ações. Minhas palavras continuaram a ecoar naquela cela, marcando cada segundo com a certeza de que a justiça estava sendo buscada e que ele não escaparia das consequências de seus atos. Era um confronto de vontades, onde a minha determinação por justiça enfrentava a resistência daquele que um dia acreditou que poderia agir sem repercussões.

— Você não apenas cruzou os limites da moral e da lei, mas também feriu profundamente a pessoa que mais amo nessa vida. Saiba que não descansarei até garantir que você pague por seus crimes. Não haverá perdão nem esquecimento para alguém tão vil e cruel como você. Se for necessário, usarei toda minha fortuna para que isso aconteça! — Cada palavra era um golpe direto em sua consciência, se é que ele ainda tinha alguma.

Lucas finalmente quebrou o silêncio, sua voz trêmula revelando a fraqueza por trás da fachada de coragem.

— Eu não pensei nas consequências... — Foram palavras sussurradas, quase suplicantes, mas que não amenizavam o peso de suas escolhas. Eu ouvi cada sílaba com um misto de raiva e firmeza; mesmo diante do arrependimento tardio, a justiça ainda clamava por sua punição.

— Deveria ter refletido sobre isso antes... — Me levantei e deixei o local sem olhar para trás. Cada passo que eu dava era firme e decidido, reafirmando meu compromisso com a busca pela justiça. A determinação era minha arma mais poderosa naquele momento, e eu não hesitaria em utilizá-la até o fim.

Eu sabia que minhas palavras talvez não mudassem quem ele era, mas era crucial que ele entendesse que suas ações não seriam apagadas da memória, nem pela minha, nem pela de Jéssica. A justiça estava em andamento, e eu me coloquei como seu implacável executor até o fim. Encarei o caso como um advogado de acusação determinado a ir até o fim contra Lucas e Alan. Cada palavra que eu proferia era como uma lâmina afiada cortando através da negação e da desculpa. Meu olhar era uma tempestade de indignação, uma tempestade que eles não poderiam ignorar nem mesmo em seus sonhos mais profundos. Transformar suas vidas em um inferno seria um lembrete constante das consequências do erro fatal que cometeram ao tentar prejudicar minha esposa. Cada ação que eu planejava era meticulosamente calculada para infligir dor, não só física, mas uma dor que perfuraria suas almas e os assombraria para sempre. Eles não escapariam da minha determinação incansável, pois eu me tornara uma força imparável, uma sombra que não os deixaria em paz até que a justiça fosse feita.