Notas Iniciais:
— Headcannon: Fit estava durante a entrega da cura
— Fit se sentia pessimo, Pac precisava de ajuda, mas ele foi totalmente contra o modo que efetuaram a cura, então tentou a torna-la menos indolor
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Fit recusou a ideia com todas as forças, ele queria gritar para que não fizessem isso, não prendê-lo mais uma vez, mas suas súplicas foram em vão, eles colocariam Pac em uma prisão novamente, e só a ideia de o ver por entre as grades faziam Fit rosnar, ele desaprovou a ideia até o fim, mas não foi o suficiente, não lhe deram ouvidos.
Ter arrastado o Pac para aquelas grades foi doloroso, a visão completa era dolorosa de ver, aquele homem que lhe trouxe tantas alegrias, tirou dele tantas risadas e sorriso agora estava perdido em uma névoa de falsa felicidade, um poço de tristeza imensurável que Fit nunca poderia entender por completo. Aquele cientista perdeu tudo, várias vezes, repetidamente, o guerreiro nunca entenderia esse sentimento, apesar de ter perdido seu amado filho.
Quando as grades se fecharam, Pac não gritou, não chutou ou tentou fugir, ele se encolheu, sentando-se no chão e abraçando os próprios joelhos, sussurros saiam de seus lábios trêmulos e brancos, implorando para o deixassem respirar, que a jaula o sufocava, que tudo doía e que ele só queria se sentir feliz. Cada palavra era um novo peso dentro do coração de Fit, ele não suportava escutar a voz chorosa que saia de Pac, ele nunca tinha o visto chorar, e desejava nunca vê-las depois de hoje, ele não suportaria ver o cientistas chorar de novo.
Os gritos eram ensurdecedores, parecia que tentavam expulsar uma entidade maligna que se instaurou e segurava seus pescoços, mas nada parecia ser mais alto do que os soluços e súplicas de Pac. Ele não se importava com o resto da sala, foda-se oque acontecia do outro lado da sala, ele não sairia do lado de seu amigo, não de novo.
Fit se abaixa próximo às grades de Pac, olhar para ele, parecendo tão frágil e quebrado era horrível, não gostava de o ver vulnerável, Pac não era fraco muito menos feito de vidro, ele era um guerreiro implacável, forte e viril, mas agora ele estava em pedaços, destruído.
— Hey Pac, calma está tudo certo — a voz grave era baixa, o mais reconfortante que consiga deixá-la.
— Eu não aguento mais, de novo não — dói, ouvi-lo chorar e pronunciar palavras em português que claramente indicavam tristeza, com aquela voz de choro, lhe causavam dor.
— Já está acabando, eu prometo — Fit sente sua própria voz falhando.
Quando a cabeça de Pac se levanta, seus olhos, aquele olhar que um dia brilharam como o sol, estavam escuros e apagados, as bolsas abaixo deles eram escuras e muito maiores do que anteriormente. Os nós dos dedos estavam machucados e pálidos, deveriam ter mais ferimentos por debaixo daquele moletom branco que não combinava com ele, fazendo sentir falta do azul típico de Pac. Fit nunca achou que sentiria falta de algo tão simples como uma cor.
— Confie na gente...confie em você mesmo
— Eu? — Pac arregala os olhos.
— Sim Pac...você é um cientista foda, um gênio! Se estamos com o antídoto é por sua causa — o soldado tenta sorrir, mas era em vão, a preocupação com o amigo era maior.
Pac provavelmente não acreditaria em suas palavras naquele momento, grunhindo em resposta às afirmações do soldado.
Fit suspira, estendendo a mão por entre as grades frias, oferecendo um toque amigo para ele, que é recebido de bom grado, com Pac segurando com toda a força que conseguia, não era muito...ele estava fraco e debilitado.
Não demorou muito para que o cientista ficasse exausto pela superestimulação de barulhos e sentimentos, Pac pende o corpo sobre o metal das barras, sendo aquilo a única coisa que separava os dois homens. Em algum momento os dedos se entrelaçam e ficam assim, os gritos permanecem mas de alguma forma não afetam ambos, Fit sussurrava palavras de conforto, enquanto Pac as absorvia, focando em regular a respiração.
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Quando chegou a hora de se livrar daquela merda, Cellbit abre a jaula, fazendo ambos os homens se levantarem do chão. Assim que o líquido permeia as veias de Pac, ele grita e se afoga com as próprias lágrimas, os sentimentos o atinge com força, fazendo o homem tentar se encolher do mundo que foi exposto, a dor dos ferimentos por debaixo do moletom latejavam.
Ferido e amostra para a dor, Pac cambaleia para os lados com a visão embaçada pelas lágrimas, se sentindo à deriva até que seu corpo bater contra algo rígido e braços fortes o envolverem, finalmente lembrando da pessoa ao seu lado.
— Eu peguei você — Fit diz de maneira doce no ouvido de Pac, sua voz indo como um sussurro tranquilizador. Era estranho para ele ser assim...sentimental, mas ele precisava deixar fluir, pelo menos naquele momento, por Pac.
O cientista deixa as lágrimas rolarem, fungando e soluçando enquanto a exaustão o fazia tremer, a dor colaborando para sua situação.
Conversas eram ouvidas do outro lado da sala, mas Fit pouco se importava, tinha algo mais importante, ser o pilar para um Pac debilitado, ajudá-lo a se reerguer depois de toda a dor.
Levar o recém curado cientista para casa não era difícil e sim a ideia de deixá-lo sozinho mais uma vez, principalmente após todos os efeitos colaterais que poderia ressentir após a cura. Cellbit diz que Pac foi um herói, Fit acha que ele era muito mais do que um herói, mas sabia que também era humano e precisava de apoio — talvez isso fosse mais medo de perde-lo novamente.
Quando o detetive deixou os dois amigos para trás, os olhares deles se cruzam novamente, aquele brilho tão familiar e reluzente havia voltado as orbes escuras, foi um alívio para o coração de Fit, mas também existia uma luz quebrada, resquícios de sentimentos negativos e pensamentos intrusivos. O soldado avança segurando a mão do cientista mais uma vez, seus lábios se curvam para baixo, antes de dizer:
— Eu vou ficar aqui com você
— Fit você não precisa ficar, eu vou ficar bem — Pac tenta sorrir, mas não alcança os olhos.
— Eu não vou te deixar sozinho depois dessa merda, te ouvir chorar foi a pior coisa que eu já escutei — Pac aperta com força a mão de Fit, e isso o entristece novamente — vamos, você precisa descansar agora
De mãos dadas, os dois amigos seguem para o local onde o cientista dormia, com todas as garantias do soldado que ele ficaria ali até que Pac acordasse, prometendo que iria permanecer até sua recuperação.
No dia seguinte, os dois aparecerem nas fábricas de Tubbo, o garoto acabou tropeçando em toda a situação e ficando um pouco amedrontado, então a dupla decidiu que deviam explicações, além de mostrar que Pac estava de volta e um pouco mais forte do que antes.
Morning Creaw poderia recortar mais forte do que nunca, fazendo uma promessa silenciosa de serem sempre um time.
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Buquê de Rosas
Fanfiction"Cada flor que compõe um buquê, possuem uma história, um motivo, uma razão para estarem ali". [Compilado de história curtas de Hideduo, RoseFamily, Morning Creaw]