Meu monstrinho

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Notas iniciais:

— Headcannon: Pac consumido pelo arco obscuro

— Fit retornou depois de muito tempo, e ao ir se encontrar com Pac, ele não esperava pelo oque iria encontrar

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 Fit retornou.

Ele ficou tanto tempo naquele buraco dos infernos que perdeu a completa noção do tempo, ele não sabia quanto tempo passou, mas sabia que estava acabado, seu braço completamente danificado pela queda, e a perda completa da visão em um dos olhos.

Confuso e perdido, demorou para que entendesse a situação, ele ficou mais de um mês desaparecido, muita coisa acabou acontecendo nesse meio tempo e Fit se viu precisando recorrer a outros moradores para que explicassem melhor a situação, além de o ajudar minimamente com seu corpo todo ferrado.

Tudo o que descobriu o deixou no mínimo frustrado, a federação sempre se mostrou uma hipócrita e um local cheio de problemas, após ter descoberto mais de suas podridões, Fit desejava mais do que tudo a explodir tudo relacionado a eles. Mas o motivo principalmente era para proteger seus amigos e família, ele não os deixaria caírem em um poço imundo como ele esteve nesse um mês. — Falando em sua família, Fit se viu pensando em uma pessoa, Pac.

Ele deseja desesperadamente sentir o calor do abraço de Pac, ouvir sua voz para que ele finalmente pudesse aquietar seu coração, explicar toda a situação para que conseguisse dar mais um passo em seu relacionamento, pontuando mais uma vez aonde o cientista se meteu ao aceitar e retribuir seus sentimentos.

Sem pensar muito, Fit traça as runas para a casa do namorado... — as coisas mudaram enquanto ele esteve fora, então no fim, precisou caminhar até lá, suportando a dor de seu corpo cansado. Algo estava diferente, não era só a residência, mas sim oque estava à frente dela.

Tinha alguém nos jardins, Fit reconheceu como sendo Tubbo, ele conversava com alguém, aquilo era Pac? Os cabelos pretos com pontas azuis poderiam dizer que sim, mas não parecia ser ele, seu corpo estava maior, talvez duas vezes maior, várias manchas pretas cobriam seu corpo, espinhos em seus bíceps e costas, uma cauda longa e fina balançava vagarosamente atrás de si, chifres também existiam em sua cabeça, além de quatro olhos extras. Não parecia ser Pac, — mesmo que as roupas também dissessem o oposto — parecia mais como um animal, um demônio, um monstro.

Tubbo tentava falar com aquela criatura, mas ela não parecia estar afim de conversar, bufando e rosnando para o garoto a cada mínima palavra que ele tentava dizer. Mas algo mudou quando o nome de Fit foi citado.

— Eu 'tô falando Rei! O Fit voltou! — Tubbo mostra um sorriso torto.

A menção ao nome do soldado causa um rugido animalesco da criatura, uma voz distorcida mas familiar ecoa de sua garganta.

— Pare! Pare de me dar esperanças — a criatura saca uma adaga obscura do cinto, seu cabo sendo segurado com firmeza com a enorme mão com garras.

Em um movimento rápido, o monstro avança em direção ao loiro, que grita enquanto se atrapalhava para agarrar seu escudo em suas costas. Fit foi mais rápido, apesar da dor e rapidamente tem sua proteção em mãos, se pondo entre o amigo e o "monstro" a sua frente, sentindo instantaneamente o impacto da lâmina e do corpo maior.

Fit consegue ouvir fungadas. Abaixando vagarosamente o escudo, o careca vê lágrimas se formando no canto de todos os olhos da criatura, o brilho vermelho estava ficando apagado. O coração do soldado dói antes que ele precise levantar o escudo novamente com outro ataque repentino do que agora ele tem certeza, que é seu namorado.

— Pac! — Fit grita com todo o ar e força de seus pulmões, aquilo doeu, mas ele precisava chamar a atenção do moreno, o fazer parar.

A criatura grunhi e choraminga ao ouvir a voz estrondosa do soldado, recuando e cambaleando para trás, os olhos antes vermelhos, mudando para um amarelo reluzente, como se tivesse retornando a consciência.

Fitch...? — A voz ainda era distorcida, mas agora muito mais reconhecível aos ouvidos.

Fit só pode sorrir como um idiota, abaixando o escudo, encontrando os olhos amarelos e brilhantes de lágrimas.

— Ei Pac...bom dia meu bem — Pac choraminga com o apelido, envolvendo todas as características monstruosas ao redor dele, grunhindo tristemente.

O coração do careca dói, ele ficou tanto tempo longe e sem uma explicação devidamente dada, que ele só poderia imaginar o quanto fez o namorado sofrer com sua ausência.

Fit larga seu escuto, caminhando lentamente até a criatura a sua frente, suas mãos voam suavemente até o rosto de Pac. Assim que ele o toca, os olhos amarelos se abrem, deixando inúmeras lágrimas rolarem. O careca move lentamente os polegares logo abaixo de dois pequenos pares de olhos. Um pequeno rosnado ecoa de Pac, a garra tremia ainda segurando a adaga, Fit suspira antes de falar:

— Estou te tocando, estou falando com você, como eu poderia ser uma alucinação — a criatura grunhi, como se quisesse falar, responder, mas não tinha forças — me desculpa Pac...não queria te causar tanta dor

Oque aconteceu depois disso foi muito rápido para Fit processar adequadamente. Em questão de segundos seu rosto estava contra o pescoço de Pac, mãos circulando seus ombros e um par de asas fazendo parte do abraço.

Fit naquele momento estava praticamente escondido do mundo, era como se fosse colocado atrás de um escudo enorme que o protegeria de qualquer ameaça que pudesse vir de fora. O soldado suspira aliviado, ali está, seu Pac, apesar da nova forma e dos atos irracionais, ainda era ele, e Fit não pode deixar de retribuir o abraço, apesar de seus braços não conseguirem segurá-lo corretamente devido ao tamanho anormal.

°

No dia seguinte, Pac reclama de dores de cabeça ao acordar. Seu corpo havia voltado ao normal, ainda havia resquícios de sua forma monstruosa em seu corpo, como os olhos extras ou as garras em suas mãos, mas aos todo ele havia voltado a ser um humano — até onde ele sabe, ele é um humano.

Pac ainda estava um pouco atordoado antes de perceber que estava abraçado a alguém, ao ter consciência disso as memórias do dia anterior voltam a sua mente como uma cascata, deixando um sorriso bobo e triste estampado em seu rosto. O cientista levanta a cabeça, se demorando com um brilho cansado e gentil nos lábios do namorado.

Fit e Pac dormiram juntos na noite anterior, o cientista apesar de estar naquela forma, cuidou do soldado, tratando de todos os ferimentos e até se esforçando para ajustar minimamente o braço protético para que fosse possível usá-lo razoavelmente.

Bom dia, meu monstrinho — Fit sorri de forma provocativa.

Pac gagueja sem parar, as palavras escapando rapidamente de sua boca, enquanto sentia todo o rosto esquentar. Atordoado, o cientista apenas esconde o rosto contra o ombro do namorando, sentindo os braços fortes o cercarem e uma risada estrondosa ressoar o peito do careca.

Pac se viu sorrindo contra o ombro do namorado, ele poderia se acostumar com o apelido.

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Buquê de RosasOnde histórias criam vida. Descubra agora