Depois do "acidente" corremos para pegar roupas na minha casa e na deles antes de cair na estrada em direção a casa de praia.
— Manda mensagem pra ela, avisa que estamos na estrada — pegamos a rota mais longa para evitar pedágios e as 3 horas de viagem se tornaram 5. Eu tentava usar qualquer desculpa para manter Becca ocupada, como dizer para ela falar com a Rose.
— Avisar quem? — Bruno estava com a cabeça de Fofo deitada sobre seu colo. A primeira meia hora ele passou reclamando por termos levado o cachorro, mas aparentemente o animal havia se afeiçoado a ele e não saía mais de perto.
Becca olhou para mim, trocamos uma mensagem pelo silenciosa, balancei a cabeça em uma negativa e ela ergueu as sobrancelhas.
— Puta que pariu mano! Vocês não vão falar mesmo?! A gente está no mesmo barco, eu já mostrei que eu sou de confiança — ele estava irritado, mas se dependesse de mim, ele poderia voar pela porta do carro em movimento.
Bufando, se encostou novamente no banco de trás, quando Becca mudou de assunto:
— Eu quero parar em algum lugar, preciso me lavar e trocar de roupas.
— Vamos parar quando chegar lá — eu não queria arriscar perder mais tempo.
— Felipe! — ela chamou a minha atenção nitidamente irritada — para esse carro... Agora.
— Nós temos que continuar.
— Irmão ela tem razão — porra eu mesmo iria jogar ele pra fora do carro em movimento – se a polícia parar a gente e tiver uma garota, fazendo cosplay de Carrie a estranha no carro, a gente vai se foder.
— Achei que você já tinha se lavado. — respondi a ela sem dar atenção ao babaca no banco de trás.
— Eu lavei um pouco, mas não consegui lavar o cabelo e não quis tirar a calcinha lá pra não deixar evidências e eu acho que o sangue escorreu pra ela, além disso eu preciso jogar esse vestido fora. — falou apontando o pedaço de trapo que havia guardado em um saco transparente no chão do carro durante a correria.
Não respondi, mas entrei em uma estrada de terra logo a frente, parando em uma zona de mata sem iluminação, me dando por vencido. Nós tínhamos um engradado de garrafas de água, então, enquanto ela descia eu corri até o porta-malas para pegá-lo.
Bruno já estava ao seu lado, segurando uma toalha que servia de barreira e mantinha a porta aberta, enquanto ela se desfazia da minha camisa ele olhava para a estrada. Me aproximei abrindo a primeira garrafa, ela já retirava a calcinha. Derramei a água sobre a sua cabeça.
— Tem um shampoo na minha bolsa. — ela esfregou o rosto e o cabelo e eu olhei para Bruno erguendo uma sobrancelha.
A contragosto, ele foi até o porta-malas procurar o que ela havia pedido.
— Nós temos que contar! — ela havia usado o shampoo como desculpa para falar a sós comigo, mas seus sussurros poderiam ser ouvidos a pouca distância.
— Eu não confio nele. — peguei outra garrafa e derramei enquanto ela esfregava o peito e a barriga.
— Se ele não for de confiança, então ele é descartável — me encarou com um olhar que dizia que ela falava serio —, você tem uma arma e aqui é um ótimo lugar para desovar um cadáver, decida.
Sempre que falávamos sobre o fim de todos eles e principalmente de Bruno, o desfecho era claro. Não começamos isso por justiça. A justiça não nos deu nada. Nós fizemos isso por vingança. Pura e simples. Então sabíamos que ao final de tudo, haveriam 4 covas a serem cavadas. Mas agora...
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A Escorpiana: Além da Vingança
Romantizm"...seus olhos estavam abertos, pálpebras caídas como se estivesse entediado e sem brilho. Literalmente mortos. Eu havia contado mais de dez facadas. Eu não julgaria ela por ter quase eviscerado o desgraçado..." Eles pensaram que poderiam me destr...