Nove Vidas

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— "É o regulamento...", Alice! Não bastasse me arrastar até aqui, ainda tenho que TE ARRASTAR! Inferno de regulamento!

— Mas é.

Seus membros magnetizados estavam firmes no casco, durante o diagnóstico do flutuador. Levaram três horas até ali. Três horas infernais, para cortar menos de quinze quilômetros até a Estação de Transmissão. Se fosse em órbita, já estariam em casa. Mas tinham que mudar seu plantão, né?

— Você sabia, Alice? Poderíamos usar um drone-lagarta.

— Absolem tem cotas de trabalho presencial.

Sua companheira seguia absorta em sua função. Se terminassem logo, saltariam antes do pico de tráfego aéreo.

— Você está terminando, Alice? — o gato, espreguiçou após realizar as correções no firmware da plataforma flutuante. Ser uma I.A. embarcada, exigia uma identidade orgânica e quando sua amiga falou de seu gato "nas últimas", ofereceu a parceria.

— Estou, Cheshire. Você colocou carga nos antigravs, né?

— Sim, em suas pernas. Ainda tinha um pouquinho nos tentáculos das suas costas.

— Vem que eu te carrego.

O gato deu uma olhada para ela após desconectar-se da plataforma. Em seus olhos, Alice via seu companheiro felino, mas também a I.A. responsável por prolongar a vida do bichano – e a dela – através dos melhoramentos cibernéticos. Também via algo que não era nenhum dos dois e os dois ao mesmo tempo. Algo que a fazia se lembrar de um sorriso sádico e enigmático.

— Não te contaram, Alice? Os gatos sempre caem de pé.

Ele saltou antes que ela fechasse a porta de manutenção, fazendo-a se apressar e saltar em direção à metrópole abaixo.

— O idiota ainda pensa que tem nove vidas!

Fim.

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