Parte 1 - A Chegada: Capítulo 6 - Ossos

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Floresta da Living Island

— Cara, tem alguma coisa rolando entre você e a Mariana? — perguntou Sávio. Mais cedo, Beatriz havia lhe dito que vira Daniel e Mariana conversando na noite anterior.

Daniel já estava solteiro desde 2020, havia terminado um namoro, em comum acordo com sua ex, por causa da distância geográfica, e desde então achava muito dispendioso o processo de conhecer alguém. Mas ao conhecer Mariana, houve uma mudança em seu modo de pensar sobre o assunto.

— Olha só, eu preciso que você mantenha segredo, pelo menos agora. — pediu Daniel, e com a concordância de Sávio, continuou. — Eu tô apaixonado por ela sim. Ela é gente boa, linda, não é do tipo que reza pra pneu e pede intervenção alienígena, e é muito boa de conversa. Ela é encantadora.

— Aê! — comemorou Sávio. — Já contou pra ela?

Daniel ficou sem graça ao responder:

— Ainda não. Mas eu acho que é recíproco. Tu tinha que ver lá na nave, ela matou uns quatro Gabu'is que queriam fazer experimentos comigo.

— Eita! Mas tu não acha que se apaixonou muito rápido não? — Sávio pensava que Daniel estava sendo emocionado, mas preferiu não fazer esse adendo à sua fala.

— Olha quem fala. Tu acha que eu não sei das tuas saliências com a Bia lá no bunker? — provocou Daniel.

— O quê? — Sávio ficou vermelho com o que Daniel dissera. — Como é que tu sabe disso?

— Tá geral comentando lá no acampamento da proximidade de vocês dois, e que nos dias que ficamos abduzidos, tu dormiu na cabana dela. — Daniel gargalhava.

— Caralho, só tem fofoqueiro nessa ilha. — Sávio ficou momentaneamente indignado.

Daniel iria falar algo, mas foi interrompido pela chegada de Antônio, que parecia estar perdido e sem o barbante. Daniel lembrou-se que Antônio havia feito dupla com Mariana, e logo se preocupou com a amada.

— Júnior, cadê tua irmã? — perguntou Daniel apreensivo.

— Eu não sei. A gente havia encontrado uma cabana no meio da floresta, entramos e ela apertou um botão. Do nada, eu me perdi dela e não vi mais a cabana. — respondeu Antônio, que claramente estava em choque.

— Meu Deus do céu, Júnior! — disse Sávio. — A gente nem conhece essa ilha direito, como é que vocês vão entrando numa cabana que aparece sei lá de onde, e saem apertando botões?

— Sávio, agora não é hora de bronca, não tá vendo que o menino tá em choque? — disse Daniel cautelosamente. — Olha, já que a gente não encontrou nada pra comer, e o Júnior está no estado em que está, acho melhor a gente voltar pro acampamento.

— Mas e a Mari? A gente tem que procurar minha irmã. — Antônio começou a ficar agitado.

— Calma, Júnior! Uma hora dessas, se ela tiver sido esperta, ela já deve estar na praia. — respondeu Sávio.

— Tá chamando a Mari de burra? — perguntaram Antônio e Daniel em uníssono.

— Você eu vou relevar, como o Bart disse, você não está em condições de levar bronca. — disse Sávio apontando para Antônio e logo depois virou-se para Daniel. — Mas você, Bart, pelo amor de Deus, hein! Menos.

Daniel entendeu que Sávio estava tentando guardar seu segredo e agradeceu mentalmente por Antônio estar abalado demais para notar algo. De bolsas vazias, os três fizeram o caminho de volta, seguindo o barbante, e enquanto andavam, Daniel e Sávio começaram a conversar com Antônio, tentando acalmá-lo, e Daniel percebeu que Antônio não era tão má pessoa quanto ele imaginava.

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