A voar

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Paulo tinha entrado num sono estranho. Estava a planar por cima de um mar calmo. Planava como uma águia.  Voava por cima de um mar calmo e de um azul cristalino. O sol brilhava lá no alto.

 
Sentia-se leve. Esbracejou, como se estivesse a dar às asas e foi ganhando altitude. Já alcançara as nuvens no céu. Planava por entre elas como se de uma corrida de obstáculos se tratasse. A sensação de voar pelos céus era inexplicável. Sentia-se livre como um pássaro.

 
Subitamente, teve um espasmo muscular no corpo. Outro, de seguida. O corpo começava a paralisar. Ia perdendo altitude. Algo se passava. Começou a sentir o desespero da queda. O seu corpo falhava como os motores de um avião. Sentia que se ia despenhar.

 
De súbito, ele observou um ténue fio brilhante diante dos seus olhos. Quase era impercetível. Esticou-se e agarrou-o com a mão esquerda.
A perda de altitude tornou-se agora repentina e dramática. Estava a cair a uma velocidade terminal em direção ao mar. Parecia que uma força invisível o puxava para baixo.

 
Quase a alcançar o mar, o corpo retraiu-se, teve palpitações, parecia que o coração lhe saltaria pela boca.
"Vou morrer" – pensou ele.

 
Ao alcançar o mar, o embate que ele esperava, e pelo qual desesperava não aconteceu. Parecia que em vez de entrar no mar, tinha entrado dentro de uma gruta, de um abismo sem fim. Continuava a cair, mas agora mais lentamente. Estava uma completa penumbra á sua volta. Não era uma completa escuridão, mas sim parecia um nevoeiro duma madrugada.

 
A visão começou a turvar. O corpo começou a ficar dormente. Entretanto, perdeu os sentidos.
Acordou deitado no solo. Levantou-se atordoado. Não conseguia enxergar muito, pois o seu redor parecia nevoeiro ou fumo. Além de que a luminosidade era pouca.
Não sabia para onde seguir. Tudo os sentidos lhes parecia errados. De repente, começa a ouvir uma voz, lá no fundo. Estava a chamar por alguém.

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